segunda-feira, 18 de abril de 2016

Decisão de Risco (Eyes in the Sky)

País: Reino Unido
Ano: 2016
Gênero: Suspense
Duração: 142 min
Direção: Gavin Hood
Elenco: Helen Mirren, Aaron Paul, Alan Rickman e Barkhad Abdi.

Sinopse: o encontro de três perigosos terroristas em Nairóbi, no Quênia, faz com que uma elaborada operação seja coordenada diretamente da Inglaterra. É lá que a coronel Katherine Powell (Helen Mirren) e o general Frank Benson (Alan Rickman) acompanham os movimentos dos alvos, através de um avião-drone estrategicamente posicionado para que não seja detectado por radares inimigos. Inicialmente a operação seria para capturá-los, mas a descoberta de dois homens-bomba faz com que o objetivo mude para eliminá-los a qualquer custo. Inicia então um debate interno, envolvendo o lado militar e também o político, sobre como agir causando o mínimo possível de danos colaterais.

Crítica: Qual o preço de uma vida? Vale a pena sacrificar uma criança para evitar a provável morte de outras pessoas? Essa é a grande discussão apresentada em “Decisão de Risco”, drama que mostra uma visão diferente da guerra e os interesses que estão na mesa antes de uma atitude ser tomada.
O espectador acompanha de perto o processo burocrático e minucioso de uma ação conjunta dos exércitos britânico e estadunidense diante do inimigo. Dentro de uma casa estão alguns dos nomes de uma temida lista de procurados, os quais incluem cidadãos desses próprios países. Esses terroristas aparentemente pretendem realizar um ataque com dois homens bombas naquele mesmo dia. Problema: uma operação que antes era de captura passa a ser de assassinato. No entanto, se enviarem um míssil, a explosão mata todos da casa e potencialmente uma menina (Aisha Takow) que está próxima ao local. Se não fizerem nada, homens bomba atacam uma grande área comercial e matam centenas de pessoas.
O dilema é bem explorado na trama. Temos os EUA, que querem eliminar os nomes da lista não importa como; a coronel Powell (Helen Mirren), que quer evitar um novo atentado terrorista a qualquer custo e finalmente pegar aqueles nomes; e a conselheira Northman (Monica Dolan), que é contra qualquer tipo de ofensiva que resulte em mortes e quer poupar a vida da criança. Nós também vimos a tarefa difícil dos dois soldados americanos que são responsáveis por monitorar e soltar o míssil caso recebam ordens. E outras pessoas de patente maior na política também serão consultadas, antes da decisão final.
É interessante ver as razões de cada um e o jogo de interesses em questão. Todos temem ser responsáveis por algo que pode não dar certo, ou seja, não ter boa repercussão na mídia e no mundo.
As atuações são eficientes e o filme é muito bem produzido. Talvez o que não seja tão convincente seja a parte em que um dos soldados, responsável por liberar o míssil, questiona a decisão de sua superior, a coronel Powell. Não que isso seja impossível, mas no mundo em que vivemos, ameaçado pelo fanatismo dos terroristas, é difícil imaginar um americano tendo dúvidas sobre se os fins justificam os meios.
De qualquer maneira, o longa-metragem (que tem um desfecho duro, como não poderia deixar de ser) é importante pelo debate que levanta.

Avaliação: ***

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