Fukushima, Mon Amour (Grüsse Aus Fukushima)
País: Alemanha
Ano:
2016
Gênero: Drama
Duração: 104
min
Direção: Doris
Dörrie
Elenco:
Rosalie Thomass, Kaori Momoi, Nami Kamata e Moshe Cohen.
Sinopse: Marie (Rosalie Thomass) é uma jovem alemã em
Fukushima tentando mudar de vida. Ela passa a trabalhar para a organização
Clowns4Help, com a qual espera levar alguma alegria para os sobreviventes do
desastre nuclear de 2011. Marie logo percebe, no entanto, que não tem muito
talento para fazer a tragédia ser menos penosa. Ao invés de ir embora, ela
decide ficar com Satomi (Kaori Momoi), última gueixa de Fukushima, que decidiu
por conta própria voltar para sua antiga casa em uma área radioativa isolada.
Duas mulheres muito diferentes entre si, presas ao passado e que precisam se
libertar da culpa e do peso da memória.
Crítica: o filme todo em preto e branco (a exemplo de “A
Fita Branca”, de 2009) foi uma escolha acertada da diretora que parecia querer dar maior destaque à vida sombria e triste de duas mulheres, que sofrem por razões
distintas, mas ambas com muita intensidade e sem saber como se livrar da dor.
A convivência entre elas
surge quando Marie decide ficar em Fukushima, no Japão, ajudando Satomi a restaurar
parte da sua casa, destruída pelo desastre nuclear de 2001 e ainda com alto
índice de radiação.
A escolha do lugar de trabalho
por Marie (como voluntária em uma ONG), a princípio, foi para fugir dos seus
problemas na Alemanha, ao romper um noivado. A amizade com Satomi vem muito
depois, e não é nada fácil. Satomi é uma mulher dura, fechada, crítica e tem
opiniões bem distintas das de Marie, sobre tudo.
O choque de culturas é inevitável,
mas isso acaba por uni-las e, aos poucos, ganham confiança para fazer
confidências.
Culpas, remorsos e
arrependimentos trarão à baila muitas verdades. O tempo que passam juntas é tão
enriquecedor e gratificante que nos perguntamos como se consegue transpor tudo
isso para a tela sem ser enfadonho. Pelo contrário, você se sente atraído por
cada sorriso, cada avanço dessa relação. A resposta é: só um grande talento
como o de Doris Dörrie (do aclamado Hanami – Cerejeiras em Flor, de 2008) é
capaz de possibilitar tamanho presente ao expectador.
Um filme para todos e para
toda a vida.
Avaliação: ****
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