segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

Respiro (Nafas)

País: Irã
Ano: 2017
Gênero: Drama
Duração: 112 min
Direção: Narges Abyar
Elenco: Sareh Nour, Gelare Abasi, Mehran Ahmadi, Jamshid Hashempur, Shabnam Moghadami e Pantea Panahiha.

Sinopse: Bahar (Sareh Nour), uma menina iraniana, vive em um mundo repleto de sonhos e fantasias, completamente à parte da realidade conflituosa que a cerca. Enquanto enfrenta os dilemas típicos da passagem para a adolescência, ela aos poucos vai tomando consciência da dureza do mundo que se desdobra ao seu redor.

Crítica: o longa-metragem gira em torno de Bahar, com 7 anos, que vive em Teerã e, por vezes, se desloca para a cidade histórica (e menor) Yazd. O momento é conturbado: guerra Irã x Iraque.
O mundo como ela vê é o grande destaque da trama. Aluna mais inteligente da sua sala de aula, vive imersa nas leituras dos livros (que adora; lê, inclusive, alguns com teor adulto).
A diretora foi bastante sutil ao escolher o recurso da animação para explicitar os pensamentos de Bahar. Ela se entrega de tal forma à leitura que se esquece de ajudar a avó em casa, de cuidar dos irmãos menores. Acaba por se imaginar como um dos personagens dos livros, o que às vezes a amedronta.
Dispersa com os deveres domésticos, ela leva muitas broncas e surras da avó. O pai é viúvo e viaja muito a trabalho, mas quando retorna para casa dá muita atenção a Bahar e aos seus outros irmãos.
Essa menina doce e carismática acompanha a mudança no Irã no ano de 1977, em que o Xá Reza Pahlavi deixa o governo após a eclosão da revolução iraniana, entrando em seu lugar seu lugar Xá Ruhollah Khomeini, que também mudará a vida da sua família. O medo está presente e a vontade de se entregar à literatura é ainda maior.
A câmera segue Bahar o tempo todo. É incrível sua sagacidade, energia, vontade de viver, que faz com que nos choquemos ainda mais com o final. É a realidade. Uma infância perdida por uma guerra cruel e inútil. 
“Respiro” cumpre seu papel em mostrar a vida das crianças antes da guerra. Não tem como missão aprofundar-se na situação política do Irã ou até mesmo nos motivos que levaram o país à guerra.
As falhas maiores do filme estão em atuações (sobretudo dos adultos) pouco profissionais e em alguns diálogos de coadjuvantes desnecessários e que pouco acrescentam à trama. Contudo, a obra tem seu valor pelo mérito de defender o direito das crianças de viverem em um mundo pacífico.

Avaliação: **

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