Respiro (Nafas)
País: Irã
Ano:
2017
Gênero: Drama
Duração: 112
min
Direção: Narges
Abyar
Elenco: Sareh Nour, Gelare Abasi, Mehran Ahmadi,
Jamshid Hashempur, Shabnam Moghadami e Pantea Panahiha.
Sinopse: Bahar (Sareh Nour), uma menina iraniana, vive
em um mundo repleto de sonhos e fantasias, completamente à parte da realidade
conflituosa que a cerca. Enquanto enfrenta os dilemas típicos da passagem para
a adolescência, ela aos poucos vai tomando consciência da dureza do mundo que
se desdobra ao seu redor.
Crítica: o longa-metragem gira em torno de Bahar, com 7 anos,
que vive em Teerã e, por vezes, se desloca para a cidade histórica (e menor)
Yazd. O momento é conturbado: guerra Irã x Iraque.
O mundo como ela vê é o
grande destaque da trama. Aluna mais inteligente da sua sala de aula, vive
imersa nas leituras dos livros (que adora; lê, inclusive, alguns com teor
adulto).
A diretora foi bastante
sutil ao escolher o recurso da animação para explicitar os pensamentos de
Bahar. Ela se entrega de tal forma à leitura que se esquece de ajudar a avó em
casa, de cuidar dos irmãos menores. Acaba por se imaginar como um dos
personagens dos livros, o que às vezes a amedronta.
Dispersa com os deveres
domésticos, ela leva muitas broncas e surras da avó. O pai é viúvo e viaja muito
a trabalho, mas quando retorna para casa dá muita atenção a Bahar e aos seus
outros irmãos.
Essa menina doce e
carismática acompanha a mudança no Irã no ano de 1977, em que o Xá Reza Pahlavi
deixa o governo após a eclosão da revolução iraniana, entrando em seu lugar seu
lugar Xá Ruhollah Khomeini, que também mudará a vida da sua família. O medo
está presente e a vontade de se entregar à literatura é ainda maior.
A câmera segue Bahar o
tempo todo. É incrível sua sagacidade, energia, vontade de viver, que faz com
que nos choquemos ainda mais com o final. É a realidade. Uma infância
perdida por uma guerra cruel e inútil.
“Respiro” cumpre seu papel em mostrar a vida das crianças antes da guerra. Não
tem como missão aprofundar-se na situação política do Irã ou até mesmo nos
motivos que levaram o país à guerra.
As falhas maiores do filme
estão em atuações (sobretudo dos adultos) pouco profissionais e em alguns diálogos
de coadjuvantes desnecessários e que pouco acrescentam à trama. Contudo, a obra
tem seu valor pelo mérito de defender o direito das crianças de viverem em um
mundo pacífico.
Avaliação: **
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