domingo, 14 de janeiro de 2018

Lou

País: Alemanha/Suíça
Ano: 2017
Gênero: Drama biográfico
Duração: 113 min
Direção: Cordula Kablitz-Post
Elenco: Katharina Lorenz, Nicole Heesters, Liv Lisa Fries e Helena Pieske.

Sinopse: a escritora e psicanalista Lou Andreas-Salomé (Katharina Lorenz) decide reescrever suas memórias aos 72 anos. E relembra sua juventude em meio à comunidade alemã de São Petersburgo. Além de trabalhar com nomes famosos, ela escreve sobre os relacionamentos conturbados com Nietzsche e Freud, além da paixão por Rilke e conflitos entre autonomia e intimidade, junto com o desejo de viver sua liberdade.

Crítica: a filósofa, ensaísta, psicanalista e romancista, nascida em São Petersburgo em uma família abastada, passou um tempo em Paris e viveu a maior parte da sua vida em Berlim.
Seu ciclo de amizades incluía pensadores como Friedrich Nietzsche, Sigmund Freud, Paul Rée e o poeta Rainer Maria Rilke. Suas obras teriam, inclusive, influenciando os estudos de Freud.
Ousada para seu tempo, queria a liberdade acima de tudo e afirmava que nunca iria se casar, o que deixava sua mãe consternada. Seu pai, com quem tinha uma boa relação, morreu quando Salomé tinha 16 anos.
Por um tempo, viveu com Nietzsche (apenas uma relação fraternal e intelectual), mas a convivência com a irmã e a mãe na mesma casa foi impossível devido às atitudes possessivas, sobretudo, da irmã. Foi então para a Alemanha com Paul Rée, que acabou aceitando as condições de Salomé de viverem juntos, sem nenhuma relação carnal.
Logo após lançar seu primeiro livro, Uma Luta por Deus, onde assinou com o pseudônimo de Henri Lou, ela casa-se com Friedrich Carl Andreas (um casamento de “fachada”; Andreas era 15 anos mais velho do que Salomé, à época com 26 anos). Apesar da relação aberta entre os dois, permaneceram casados de 1887 até a morte dele em 1930.
Salomé teria se apaixonado uma única vez, por Rainer Rilke. A relação conturbada teve fim devido ao excessivo apego dele. Salomé queria dedicar sua vida à literatura e à psicanálise.
Morreu em 1935, tendo antes escrito sua biografia com a ajuda do editor Ernst Pfeiffer.
Poucos dias antes de sua morte, sua biblioteca foi confiscada por ter sido colega de Sigmund Freud, acusada de ter praticado "ciência judaica" e ter muitos livros de autores judeus em sua biblioteca.
Essa trajetória da vida dela é contada com pouco entusiasmo, numa direção morna que poderia ter avançado mais no seu influente trabalho, nos seus encontros com Freud. Mas a trama aposta mais nas relações de Salomé com homens aparentemente desiquilibrados. A edição de idas e vindas (Salomé criança, na fase adulta e na velhice) atrapalham a narrativa da história e a atuação dos atores, em geral, é amadora. Alguns personagens, como Nietzsche, por exemplo, são totalmente caricatos.
Uma obra marcante com uma cinebiografia mediana. Não instiga o público a querer saber mais sobre a filósofa mulher que rompeu barreiras para fazer o que mais queria: ser livre.

Avaliação: **

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