Artista do Desastre (The Disaster Artist)
País: EUA
Ano:
2017
Gênero: Drama
Duração: 104
min
Direção: James
Franco
Elenco: James
Franco, Dave Franco e Seth Rogen.
Sinopse: Greg Sestero (Dave Franco) se aproxima do
excêntrico Tommy Wiseau (James Franco) após uma aula de atuação e os dois
desenvolvem uma intensa amizade ancorada no sonho em comum de fazer sucesso nas
artes dramáticas. Juntos eles partem para Hollywood, onde Tommy, cansado de ser
rejeitado em testes, decide produzir, financiar, dirigir, escrever e
protagonizar - ao lado do melhor amigo - o longa-metragem que o catapultará ao
estrelato: "The Room".
Crítica: Em “Artista do Desastre”
James Franco tem o seu melhor trabalho na frente e detrás das câmeras justo em
um filme sobre o pior filme de todos os tempos.
O filme se baseia em Tommy
Wiseau e seu primeiro trabalho como produtor, diretor, roteirista e ator, em “The
Room”. James Franco assume as mesmas funções nessa biografia cômica e revela,
ao final (com a comparação das cenas originais) que nada do que foi mostrado é
exagero. A falta de noção do ator/diretor, a bizarrice e a cafonice são totais.
Nos bastidores do filme,
acompanhamos o comportamento explosivo do ator/diretor, ele não aceita
sugestões de ninguém e tem completa convicção de que está certo e de que o
filme será um sucesso. Até o público amador percebe, facilmente, erros na
filmagem e nas atuações fora do contexto.
O desempenho de James
Franco é impressionante. Vemos nele o verdadeiro Tommy Wiseau. As cenas são
mesmo hilárias e inacreditáveis. Tommy Wiseau não tem ciência de sua loucura.
Um exemplo disso é a ternura com que James Franco retrata a expressão de
tristeza do "artista" ao perceber as gargalhadas que a plateia
dispensa ao seu filme, projetado na pré-estreia. É comovente.
Já Dave Franco (irmão de
James Franco), no papel de Greg Sestero, tem uma atuação mediana. Ele é um
ascendente a ator que se junta a Tommy jurando-lhe lealdade.
O filme começa em 1998, em
São Francisco, dentro uma escola de interpretação. Greg Sestero é um fã de
James Dean que aos 19 anos deseja intensamente ser ator, mas não percebe que
não tem nenhum tipo de talento, além de ser muito tímido para interpretar.
Depois de tomar uma repreensão da professora de interpretação, Sestero observa
o próximo candidato ao estrelato exibir o que aprendeu no mundo das artes
cênicas. Ele é Tommy Wiseau, um sujeito com um visual muito estranho. Wiseau,
ao contrário de Sestero, é o mestre da extroversão. Ele, então, mostra sua
peculiar interpretação para uma cena de Um Bonde Chamado Desejo, de Tennessee
Williams. Wiseau impressiona todos, porém de uma forma negativa. Menos Sestero,
que acha que a cara-de-pau dele, na verdade, é a tradução de um talento nato. Ambos
partem, então, para Los Angeles em busca dos sonhos de atuar. Depois de alguns
testes de atuação malsucedidos, surge a ideia de fazer um filme.
Tommy mergulha de cabeça e
gasta uma fortuna, que ninguém sabe de onde vem. Em meio a reclamações e
críticas de que as filmagens vão mal, o projeto segue assim mesmo. Depois de 8
meses, enfim, a pré-estreia.
A forma como James Franco
constrói o personagem é brilhante. É o filme do filme, tão engraçado e surreal
como o original. É interessante ver a dedicação até a conclusão da obra, fora
dos padrões, mas que, por incrível que pareça, agradou e tem fãs até hoje. Com
o tempo, ele acabou se tornando uma produção “cult” por excelência. É exibido semanalmente
nos Estados Unidos em sessões à meia-noite, com os fãs se trajando como os
personagens e recitando cada linha do bizarro roteiro.
Avaliação: ***
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