terça-feira, 9 de janeiro de 2018

Roda Gigante (Wonder Wheel)

País: EUA
Ano: 2017
Gênero: Drama
Duração: 102 min
Direção: Woody Allen
Elenco: Kate Winslet, James Belushi e Justin Timberlake.

Sinopse: a atriz Ginny (Kate Winslet), casada com Humpty (James Belushi), acaba se apaixonando pelo salva-vidas Mickey (Justin Timberlake). Mas quando sua enteada, Carolina (Juno Temple), também cai de amores pelo rei da praia, as duas começam uma forte concorrência.

Crítica: “Roda Gigante” tem uma proposta estética diferente de seus filmes anteriores e, que por sinal, agradaram o público, como Café Society (2016), Blue Jasmine (2013) e Tudo Pode Dar Certo (2009).
Aqui o cineasta arrisca nos planos-sequências que parecem mais focados na teatralidade das cenas do que na construção da narrativa em si, o que por vezes dá à narrativa um ritmo morno.
Novamente, a protagonista é uma mulher hipersensível que concentra as neuroses do mundo e, frustrada, sonha com um mundo que nunca será seu. Kate Winslet brilha em sua personagem, de acordo com as projeções de Allen. Ela vive Ginny, uma atriz fracassada que trabalha como garçonete na região de Coney Island, praia no bairro do Brooklyn, em Nova York.
Ginny vive com o segundo marido, um operador de carrossel (James Belushi) e o filho do primeiro casamento, e tem a rotina transformada com a chegada da enteada Carolina (Juno Temple), uma jovem que não falava com o pai há cinco anos, mas que precisa de abrigo enquanto tenta se esconder do marido, que tem ligações com a máfia.
A trama se passa durante o verão e é narrada por Mickey (Justin Timberlake), o salva-vidas da praia local, que tem um caso com Ginny e que também se interessa por Carolina. Timberlake vive um sujeito fracassado que sonha em ser um poeta e escritor reconhecido. Por vezes pedante, ele narra a história como uma tragédia grega. Logo de início, o narrador deixa claro que valoriza mais o melodrama do que os personagens, isto é, parece mais envolvido com as histórias do que com as pessoas.
A fotografia é um detalhe essencial na trama, não somente um elemento estético. É algo que ajuda a contar a história e a transmitir os sentimentos dos personagens. O uso de cores chama a atenção, com uma grande variação de tons em uma mesma cena, com predominância dos tons fortes, quase estourados, que também passam a ideia de que estamos diante de uma fantasia. Mas a história é triste e a realidade muitas vezes derruba os personagens; é então quando as cores em cena ficam mais frias, quase sombrias.
Ainda que repetitivos, seus roteiros melodramáticos sempre foram os pontos mais fortes e peculiares de suas obras. Seu texto, geralmente, reforça o lado neurótico e inquieto de seus personagens, o caos da vida, mas também destacam cenários dramáticos e repletos de referências literárias e musicais.
As preciosidades em “Roda Gigante” (aliás, o longa começa com uma cena em plano aberto mostrando uma praia lotada, com a roda gigante ao fundo) são os textos, a fotografia e a performance de Kate Winslet, forte concorrente ao Oscar de Melhor Atriz. Vale lembrar que ela já conquistou um pelo filme “O Leitor” (2008).

Avaliação: **

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