Roda Gigante (Wonder Wheel)
País: EUA
Ano:
2017
Gênero: Drama
Duração: 102
min
Direção: Woody Allen
Elenco: Kate Winslet, James
Belushi e Justin Timberlake.
Sinopse: a atriz Ginny (Kate Winslet), casada com
Humpty (James Belushi), acaba se apaixonando pelo salva-vidas Mickey (Justin
Timberlake). Mas quando sua enteada, Carolina (Juno Temple), também cai de
amores pelo rei da praia, as duas começam uma forte concorrência.
Crítica: “Roda Gigante” tem uma proposta estética
diferente de seus filmes anteriores e, que por sinal, agradaram o público, como
Café Society (2016), Blue Jasmine (2013) e Tudo Pode Dar Certo (2009).
Aqui o cineasta arrisca nos
planos-sequências que parecem mais focados na teatralidade das cenas do que na
construção da narrativa em si, o que por vezes dá à narrativa um ritmo morno.
Novamente, a protagonista é
uma mulher hipersensível que concentra as neuroses do mundo e, frustrada, sonha
com um mundo que nunca será seu. Kate Winslet brilha em sua personagem, de acordo
com as projeções de Allen. Ela vive Ginny, uma atriz fracassada que trabalha
como garçonete na região de Coney Island, praia no bairro do Brooklyn, em Nova
York.
Ginny vive com o segundo
marido, um operador de carrossel (James Belushi) e o filho do primeiro
casamento, e tem a rotina transformada com a chegada da enteada Carolina (Juno
Temple), uma jovem que não falava com o pai há cinco anos, mas que precisa de
abrigo enquanto tenta se esconder do marido, que tem ligações com a máfia.
A trama se passa durante o
verão e é narrada por Mickey (Justin Timberlake), o salva-vidas da praia local,
que tem um caso com Ginny e que também se interessa por Carolina. Timberlake
vive um sujeito fracassado que sonha em ser um poeta e escritor reconhecido.
Por vezes pedante, ele narra a história como uma tragédia grega. Logo de
início, o narrador deixa claro que valoriza mais o melodrama do que os
personagens, isto é, parece mais envolvido com as histórias do que com as
pessoas.
A fotografia é um detalhe
essencial na trama, não somente um elemento estético. É algo que ajuda a
contar a história e a transmitir os sentimentos dos personagens. O uso de cores
chama a atenção, com uma grande variação de tons em uma mesma cena, com predominância
dos tons fortes, quase estourados, que também passam a ideia de que estamos
diante de uma fantasia. Mas a história é triste e a realidade muitas vezes
derruba os personagens; é então quando as cores em cena ficam mais frias, quase
sombrias.
Ainda que repetitivos, seus
roteiros melodramáticos sempre foram os pontos mais fortes e peculiares de suas
obras. Seu texto, geralmente, reforça o lado neurótico e inquieto de seus
personagens, o caos da vida, mas também destacam cenários dramáticos e repletos
de referências literárias e musicais.
As preciosidades em “Roda Gigante”
(aliás, o longa começa com uma cena em plano aberto mostrando uma praia lotada,
com a roda gigante ao fundo) são os textos, a fotografia e a performance de
Kate Winslet, forte concorrente ao Oscar de Melhor Atriz. Vale lembrar que ela
já conquistou um pelo filme “O Leitor” (2008).
Avaliação:
**
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