The Post – A Guerra Secreta (The Post)
País: EUA
Ano:
2017
Gênero: Drama
Duração: 115
min
Direção: Steven
Spielberg
Elenco: Meryl Streep,
Tom Hanks, Sarah Paulson e Bob Odenkirk.
Sinopse: Ben Bradlee (Tom Hanks) e Kat Graham (Meryl
Streep), editores do The Washington Post, recebem um enorme estudo detalhado
sobre o controverso papel dos Estados Unidos na Guerra do Vietnã e enfrentam de
tudo para publicar os bombásticos documentos.
Crítica: o longa conta os eventos reais quando, no
final dos anos 1960, arquivos confidenciais que comprovavam as deficiências dos
EUA na Guerra do Vietnã são expostos pela mídia americana. A situação torna-se
ainda mais crítica quando a Casa Branca (à época o presidente é Richard Nixon) proíbe
que o New York Times divulgue mais informações sobre o caso. A resposta veio
firme: ele e todos os demais jornais seguem publicando os arquivos contendo todas
as informações que deixam claro que, desde o início, a guerra já estava perdida
para os EUA. Fato que significa que milhares de jovens soldados americanos foram
enviados para a morte.
O filme acompanha a jornada
dos participantes do jornal The Washington Post que passam a buscar mais
informações sobre o caso (após a publicação no New York Times) e uma fonte
segura, ainda que sua nova mandatária seja uma figura sempre presente nas
confraternizações de políticos envolvidos naquele escândalo.
O drama se desenvolve sob
dois pontos de vista. The Post: A Guerra Secreta é contada através dos olhos de
Ben Bradlee (Tom Hanks), redator chefe do jornal que vê nesse conflito um
possível grande passo na sua carreira, percebendo que pode fazer história em
relação a sua profissão. E também pelos olhos de Kay Graham (Meryl Streep), que
após anos vendo o jornal ser comandado por seu pai e depois marido, agora vê o
The Post sob seu comando, tendo que aprender a lidar com o jogo e desfazer seu
pacto com o típico papel de dama da alta sociedade.
Essas duas figuras centrais
do filme representam respectivamente a força e a responsabilidade midiática,
que deve ter seus deveres preservados, independente de governos ou governados, todavia
manter uma responsabilidade com alguma verdade dos fatos e a total liberdade de
falar sobre eles; e também a mudança feminina dentro desse jogo jogado
exclusivamente por homens, como uma dama de renome deve e pode romper com
códigos pré-determinados e começar a dar as cartas, mesmo que seus atos possam
acarretar uma série de fortes consequências, mas torna-se importante pelo fato
de poder e se responsabilizar por estes atos.
“The Post: A Guerra Secreta”
não é apenas um thriller jornalístico, mesmo que a tensão excitante e o
suspense crescentes ao ver aqueles homens e mulheres em busca dos arquivos do
governo americano sejam extremamente empolgantes e envolventes; ele busca na
verdade uma conexão e aproximação com a realidade do espectador. Clama por uma
mídia isenta, que procure a verdade, que rompa com um sistema que existe apenas
para beneficiar x ou y, e que esteja destinada a esmiuçar fatos que realmente
possam auxiliar a construção de uma relação muito mais democrática entre
sociedade e governo.
É um filme que se destaca
pela conscientização, pela história e pela liberdade de imprensa. Saímos do
cinema saudosistas de um jornalismo investigativo que preza os interesses dos
cidadãos e que busca a veracidade, acima de tudo.
Avaliação: ***