segunda-feira, 4 de maio de 2015

Casa Grande

País: Brasil
Ano: 2014
Gênero: Drama
Duração: 115 min
Direção: Fellipe Barbosa
Elenco: Marcello Novaes, Suzana Pires, Thales Cavalcanti, Bruna Amaya, Clarissa Pinheiro e Georgiana Góes.

Sinopse: Jean é um adolescente rico que luta para escapar da superproteção dos pais, secretamente falidos. Quando o motorista de longa data é demitido, Jean tem a tão sonhada chance de pegar o ônibus público pela primeira vez. No ônibus, ele conhece Luiza, uma aluna da rede pública que começa a abrir seus olhos para as contradições de dentro e fora da casa grande.

Crítica: em seu primeiro longa de ficção, Fellipe Barbosa traz uma crítica mordaz, inteligente e muito bem construída das relações de trabalho e afeto construídas por tal realidade.
“Casa Grande” é um filme sobre uma queda, simbolizada pela derrota financeira de seu protagonista. Acostumado ao luxo e requinte, Hugo (Marcello Novaes) está enfrentando uma crise provocada pela compra de fundos de investimento que não renderam o esperado. A mulher Sônia (Suzana Pires) e o filho Jean (Thales Cavalcanti) serão as maiores vítimas desse momento, já que toda a família terá que abrir mão do conforto com que sempre viveram.
Jean estuda no Colégio São Bento, reduto da elite carioca. O longa retrata esse universo escolar com grande precisão, mostrando não apenas o desenvolvimento de relações de lealdade e amizade entre os meninos, mas também instigando o espectador a pensar sobre como é controverso a educação desses jovens acontecer dentro de um ambiente ainda tão fechado.
Superprotegido pelos pais, Jean conserva muito da irresponsabilidade de um garoto de 15 anos. A nova lógica obriga o personagem a viver novas experiências, como andar de transporte público pela primeira vez. É lá que ele conhece Luiza (Bruna Amaya), com quem vive seu primeiro romance ao mesmo tempo em que vive novas descobertas sexuais e começa a construir sua própria identidade. Mas será que é possível entender o mundo sem as influências do meio em que se vive?
O que o longa-metragem tem de mais interessante é seu humor ácido e provocador, fácil de perceber na observação de seus coadjuvantes. A empregada doméstica que recebe Jean todas as noites em seu quarto escondido nos fundos da mansão, o motorista vindo do nordeste que ouve forró no carro de luxo durante o trabalho, o amigo que está preocupado mais com a barriga definida do que com os estudos. Cada um desses personagens encorpa o roteiro e permite ao diretor discutir com suavidade os temas apresentados.
Em uma das cenas durante um churrasco de família, ocorre uma discussão sobre cotas raciais onde se vê o quanto de mágoa as elites alimentam pela diminuição de seus privilégios. Racismo, machismo e a institucionalização da dominação permeiam o texto bem escrito pelos roteiristas.

Avaliação: ***

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