Miss Julie (Miss Julie)
País: Inglaterra/Noruega
Ano:
2014
Gênero: Drama
Duração: 129
min
Direção: Liv
Ullmann
Elenco: Jessica
Chastain, Colin Farrell, Samantha Morton e Nora McMenamy.
Sinopse: em 1890, ao longo de uma noite de verão em
Fermanagh, a filha insegura de um aristocrata anglo-irlandês incentiva o valet
de seu pai a seduzi-la.
Crítica: “Miss Julie” é um filme de época um pouco
atípico. Com praticamente apenas quatro atores em cena, pode-se afirmar que é uma
obra minimalista e intimista.
Os cenários são grandiosos;
a história se passa em um dos seis condados da Irlanda do Norte), que se torna
um elemento importantíssimo para a construção daquela época. Mas o foco da
trama mesmo é uma longa digressão sobre a relação entre nobres e seus
serviçais, especialmente os que não se diferem dos donos de terras em termos de
instrução, educação e ambição.
Julie (Jessica Chastain) é
uma jovem aristocrata e está completamente incomodada com todos os eventos
sociais que envolvem sua época. Revoltada e com uma mente muito à frente do seu
tempo, Julie começa um relacionamento com um dos serviçais de seu pai e isto
desencadeará um problema.
A trama, adaptada da peça de
August Strindberg, dramaturgo, romancista, ensaísta e contista sueco que ficou
mundialmente famoso com uma peça chamada “O Pelicano”, (“Miss Julie” é uma peça
escrita em 1888), se passa no dia do solstício de verão, quando é feita uma
tradicional festa para celebrar o evento. Acompanhamos praticamente em tempo
real as conversas entre a prestativa e obediente Kathleen (Samantha Morton), o
inquieto John (Colin Farrell) e a controversa Miss Julie, filha do Barão e
patrão dos dois primeiros. John e Kathleen conversam a respeito do
comportamento inadequado de Miss Julie com relação a seus empregados quando
esta aparece informalmente na cozinha. A partir daí há uma série de diálogos
que jogam através das tentativas de Miss Julie de seduzir John, mesmo sabendo
que Kathleen é cortejada por ele. O que ela não sabe é que John é um ser
amargurado por não fazer parte daquela vida de luxos, e tudo o que ele gostaria
é uma chance de poder mudar de classe social. A presença da indecorosa Miss
Julie acaba servindo de estopim involuntário aos seus anseios.
Mesmo tendo uma história
simples, o mais interessante é acompanhar as conversas entre esses três
personagens (a quarta personagem, a título de curiosidade, é a própria Miss
Julie quando criança, interpretada pela jovem Nora McMenamy nos primeiros
minutos de projeção) e entender suas visões de vida em uma época com regras
sociais e convenções tão rígidas que no imaginário coletivo torna-se impossível
sequer pensar em infringir qualquer uma delas.
A questão é manter o ritmo dessa
análise e discussão até o final do filme. O roteiro não foi feliz no sentido de
envolver o espectador com seus personagens, por melhores que suas atuações
estejam.
Com um desfecho um tanto
quanto curioso, agradará só aqueles que forem menos exigentes quanto a um bom cinema.
Avaliação: **
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