sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

24 Semanas (24 Wochen)

País: Alemanha
Ano: 2016
Gênero:
Duração: 102 min
Direção: Anne Zohra Berrached
Elenco: Julia Jentsch, Bjarne Mädel, Emilia Pieske e Maria Drăguș.

Sinopse: o dilema de uma mulher que está grávida de seis meses e descobre que seu bebê foi diagnosticado com a Síndrome de Down e um problema no coração. Será que ela escolherá a opção de realizar um aborto? Como ela e seu marido saberão que a criança terá uma vida boa ou apenas sofrimento? No final, ela descobre que somente ela poderá tomar uma decisão. 

Crítica: o filme debate, de forma madura, o tema “espinhoso”, ouvindo todos os lados sem desprezo. A gestante Astrid (Julia Jentsch) está no sexto mês de gravidez, quando a interrupção da gravidez seria proibida na maioria dos países – mas não na Alemanha, onde ela se encontra. Ela descobre que seu bebê, além de ter Síndrome de Down, terá inúmeros problemas cardíacos, com pequena chance de sobrevivência após uma série de intervenções cirúrgicas pelas quais passaria logo nos primeiros dias de vida.
A trama acompanha as angústias do casal de modo realista, sem apelar para o melodrama. Astrid e o marido Markus (Bjarne Mädel) pensam em como criariam a criança, na qualidade de vida que ela teria, se podem se arrepender do gesto no futuro, se a criação cristã de Markus seria compatível com o gesto, se a filha pequena entenderia a decisão da mão, se a família apoiaria, se o público se voltaria contra Astrid etc. Vale lembrar que a protagonista é uma mulher forte, independente, cuja profissão de humorista permite proferir piadas sarcásticas sobre o machismo na sociedade.
Ao invés de deixar o debate nas mãos de políticos, líderes religiosos ou do patriarcado, 24 Semanas toma a decisão responsável de dizer que a palavra final deve ser da mulher. Por mais que isso aumente a pressão sobre a decisão, ao menos lhe transfere total autonomia sobre o seu corpo. E para quem acha que o aborto seria uma solução “fácil” para se livrar de uma gravidez indesejada, basta ver o calvário atravessado pelo casal para dissipar tal noção preconceituosa.
Com uma câmera próxima ao rosto dos atores, a direção acompanha cada hesitação, caminhada no hospital ou nos bastidores das apresentações de Astrid. De vez em quando, uma imagem um pouco mais sentimental ou tomadas intrauterinas diminuem a sobriedade do filme. No entanto, o drama se mantém racional na maior parte do tempo. As atuações são excelentes.
A conclusão se destaca por conciliar pontos de vista opostos, mesmo diante da decisão tomada.

Avaliação: ****

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