quarta-feira, 15 de junho de 2016

Chocolate (Chocolat)

País: França
Ano: 2015
Gênero: Biografia
Duração: 120 min
Direção: Roschdy Zem
ElencoOmar Sy, James Thiérrée, Thibault de Montalembert, Alice de Lencquesaing, Noémie Lvovsky, Clotilde Hesme, Olivier Gourmet e Frédéric Pierrot.

Sinopse: o jovem negro Rafael Padilha (Omar Sy) nasceu em Cuba em 1868 e foi vendido quando ainda era criança. Anos depois ele consegue fugir e é encontrado nas docas por um palhaço que o coloca nas suas apresentações. Em seguida, Padilha passa a ser conhecido como Chocolat, tornando-se o primeiro artista circense negro na França, um grande sucesso no final do século XIX.

Crítica: uma biografia tragicômica do primeiro palhaço negro a fazer sucesso na França. Convidado por um palhaço branco que o viu interpretando um “canibal” num circo pequeno no interior do país, juntos começam a fazer sucesso, passando de cidade em cidade, até serem descobertos por um empresário, dono de um grande circo, em Paris.
Lá, os espetáculos lotam. A “novidade” agrada os parisienses. Diferentes em tudo, a dupla parece não ser problema. Footit (o branco interpretado por James Thiérrée, em ótima atuação) cria as situações, mas acredita no talento do seu parceiro, é sério, discreto, calmo e tem um ar até aristocrático. Chocolat, que nunca teve nada na vida, filho de escravos, tendo fugido e encontrado refúgio na França, gosta de mulheres e das noitadas, bebe e fuma, além de gastar todo o dinheiro em roupas caras, carros e apostas.
A ascensão meteórica começa a dar sinais de queda. A inveja, o preconceito, a maldade. Tudo isso faz com que descubram que ele não tem documentos. Passa, então, uma semana na prisão. Seu parceiro de cela é um idealista e alerta Chocolate para o fato de estar sendo explorado.
Ao sair, rompe com Footit e tenta provar que pode ser um ator de teatro. Incentivado pela enfermeira Marie Hecquet (interpretada por Clotilde Hesme) por quem se apaixona e com quem ele viverá até a morte, lê e estuda a obra de Shakespeare. Seu personagem será Otelo.
Mas o mundo ainda não está preparado para vê-lo e respeitá-lo no palco. A descida de Chocolate ao fundo do poço é desoladora. Morre antes dos 50 anos, trabalhando como faxineiro em um circo. Isso é em 1917, tempo de guerra, o que também nada contribuiu para o futuro que sonhava para si.
O filme mostra como era cruel a realidade dos negros naquela época, é a prova do que não aceitar as pessoas ou não saber conviver com as diferenças pode ser destrutiva.   
O interessante é que as pessoas à sua volta não compreendiam seus questionamentos, alegando que nenhum negro havia feito tanto sucesso até então, e que ele deveria estar feliz e satisfeito por isso, afinal era “mais do que suficiente”. Ou seja, na condição de palhaço “surrado e chutado” no palco, ele era perfeitamente aceito, mas fora disso, na sociedade não. Jamais com os mesmos direitos.
No final, surge uma curta filmagem com o verdadeiro Chocolat.

Avaliação: ***

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