Chocolate (Chocolat)
País: França
Ano:
2015
Gênero: Biografia
Duração: 120
min
Direção: Roschdy
Zem
Elenco: Omar Sy, James Thiérrée, Thibault de
Montalembert, Alice de Lencquesaing, Noémie Lvovsky, Clotilde Hesme, Olivier
Gourmet e Frédéric Pierrot.
Sinopse: o jovem negro Rafael Padilha (Omar Sy) nasceu
em Cuba em 1868 e foi vendido quando ainda era criança. Anos depois ele
consegue fugir e é encontrado nas docas por um palhaço que o coloca nas suas
apresentações. Em seguida, Padilha passa a ser conhecido como Chocolat,
tornando-se o primeiro artista circense negro na França, um grande sucesso no
final do século XIX.
Crítica: uma biografia tragicômica do primeiro palhaço negro
a fazer sucesso na França. Convidado por um palhaço branco que o viu
interpretando um “canibal” num circo pequeno no interior do país, juntos
começam a fazer sucesso, passando de cidade em cidade, até serem descobertos
por um empresário, dono de um grande circo, em Paris.
Lá, os espetáculos lotam. A
“novidade” agrada os parisienses. Diferentes em tudo, a dupla parece não ser
problema. Footit (o branco interpretado por James Thiérrée, em ótima atuação) cria
as situações, mas acredita no talento do seu parceiro, é sério, discreto, calmo
e tem um ar até aristocrático. Chocolat, que nunca teve nada na vida, filho de escravos, tendo fugido e encontrado refúgio na França, gosta de mulheres e das
noitadas, bebe e fuma, além de gastar todo o dinheiro em roupas caras, carros e apostas.
A ascensão meteórica começa
a dar sinais de queda. A inveja, o preconceito, a maldade. Tudo isso faz com
que descubram que ele não tem documentos. Passa, então, uma semana na prisão.
Seu parceiro de cela é um idealista e alerta Chocolate para o fato de estar
sendo explorado.
Ao sair, rompe com Footit e
tenta provar que pode ser um ator de teatro. Incentivado pela enfermeira Marie
Hecquet (interpretada por Clotilde Hesme) por quem se apaixona e com quem ele
viverá até a morte, lê e estuda a obra de Shakespeare. Seu personagem será
Otelo.
Mas o mundo ainda não está
preparado para vê-lo e respeitá-lo no palco. A descida de Chocolate ao fundo do
poço é desoladora. Morre antes dos 50 anos, trabalhando como faxineiro em um circo.
Isso é em 1917, tempo de guerra, o que também nada contribuiu para o futuro que
sonhava para si.
O filme mostra como era cruel
a realidade dos negros naquela época, é a prova do que não aceitar as pessoas
ou não saber conviver com as diferenças pode ser destrutiva.
O interessante é que as
pessoas à sua volta não compreendiam seus questionamentos, alegando que nenhum
negro havia feito tanto sucesso até então, e que ele deveria estar feliz e
satisfeito por isso, afinal era “mais do que suficiente”. Ou seja, na condição
de palhaço “surrado e chutado” no palco, ele era perfeitamente aceito, mas fora
disso, na sociedade não. Jamais com os mesmos direitos.
No final, surge uma curta filmagem com o verdadeiro Chocolat.
Avaliação:
***
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