quarta-feira, 7 de maio de 2014

Getúlio

País: Brasil
Ano: 2013
Gênero: Drama
Duração: 100 min
Direção: João Jardim
Elenco: Tony Ramos, Drica Moraes e Alexandre Borges.

Sinopse: a intimidade de Getúlio Vargas, então presidente do Brasil, em seus 16 últimos dias de vida. Pressionado por uma crise política sem precedentes, em decorrência das acusações de que teria ordenado o atentado contra o jornalista Carlos Lacerda, ele avalia os riscos existentes até tomar a decisão de se suicidar.

Crítica: dirigir um filme sobre apenas um período da história de um personagem político e, ainda, ser imparcial, não é uma tarefa fácil.
Getúlio, interpretado pelo carismático global Tony Ramos já pode dificultar isso, mas ele se sai bem no papel do presidente ditador. É como se intitula na abertura do filme, apresentando-se de forma resumida, mas também mostrando pontos positivos como o estabelecimento dos direitos trabalhistas.
A trama retrata os 19 últimos dias do ex-presidente, do atentado da Rua Toneleiro ao jornalista Carlos Lacerda (vivido por Alexandre Borges) até o suicídio. Esse recorte de tempo serviu para desenvolver os personagens sem pressa no contexto e tenta enquadrar o ser humano por trás de tanto poder. Entretanto, justamente por optar pela derrocada, denota certa compaixão pelo político. Difícil fugir disso.
Destaque para a maquiagem bem feita que deixou Tony Ramos bem próximo da imagem de Getúlio, ainda que devesse ter se esforçado mais em algumas cenas para realmente convencer como tal, e de Drica Moraes como a forte e presente Alzira, filha de Vargas. A relação dos dois ganha profundidade em pequenos momentos do lar, como na boa cena quando ela amarra os sapatos do pai, que nunca soube fazê-lo. No entanto, a esposa mal aparece no filme.
As gravações feitas no Palácio do Catete enfatizam o clima de época. Aliás, a reconstituição detalhada tanto do ambiente quanto das situações é outro ponto positivo.
Contudo, a atuação dos militares, especialmente no ano de aniversário do Golpe de 64, é vergonhosa. E também são nomes demais, tornando tudo didático, e perdendo um pouco do interesse frente à plateia. De qualquer forma, um filme imperdível para se mostrar em sala de aula.
É preciso ter cuidado para não vermos Getúlio apenas como a vítima ou o injustiçado. Quem conhece a história sabe a verdade.
Mas é uma obra que deve ser conferida, apesar de não mostrar todas as facetas de Getúlio Vargas e de, infelizmente, não ter atuações naturais de todo o elenco.


Avaliação: **

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