Getúlio
País: Brasil
Ano:
2013
Gênero: Drama
Duração: 100
min
Direção: João
Jardim
Elenco:
Tony Ramos, Drica Moraes e Alexandre Borges.
Sinopse: a intimidade de Getúlio Vargas, então
presidente do Brasil, em seus 16 últimos dias de vida. Pressionado por uma
crise política sem precedentes, em decorrência das acusações de que teria
ordenado o atentado contra o jornalista Carlos Lacerda, ele avalia os riscos
existentes até tomar a decisão de se suicidar.
Crítica: dirigir um filme sobre apenas um período da
história de um personagem político e, ainda, ser imparcial, não é uma tarefa
fácil.
Getúlio, interpretado pelo
carismático global Tony Ramos já pode dificultar isso, mas ele se sai bem no papel
do presidente ditador. É como se intitula na abertura do filme, apresentando-se
de forma resumida, mas também mostrando pontos positivos como o estabelecimento
dos direitos trabalhistas.
A trama retrata os 19
últimos dias do ex-presidente, do atentado da Rua Toneleiro ao jornalista
Carlos Lacerda (vivido por Alexandre Borges) até o suicídio. Esse recorte de
tempo serviu para desenvolver os personagens sem pressa no contexto e tenta
enquadrar o ser humano por trás de tanto poder. Entretanto, justamente por
optar pela derrocada, denota certa compaixão pelo político. Difícil fugir
disso.
Destaque para a maquiagem
bem feita que deixou Tony Ramos bem próximo da imagem de Getúlio, ainda que
devesse ter se esforçado mais em algumas cenas para realmente convencer como
tal, e de Drica Moraes como a forte e presente Alzira, filha de Vargas. A
relação dos dois ganha profundidade em pequenos momentos do lar, como na boa
cena quando ela amarra os sapatos do pai, que nunca soube fazê-lo. No entanto,
a esposa mal aparece no filme.
As gravações feitas no
Palácio do Catete enfatizam o clima de época. Aliás, a reconstituição detalhada
tanto do ambiente quanto das situações é outro ponto positivo.
Contudo, a atuação dos
militares, especialmente no ano de aniversário do Golpe de 64, é vergonhosa. E
também são nomes demais, tornando tudo didático, e perdendo um pouco do
interesse frente à plateia. De qualquer forma, um filme imperdível para se mostrar
em sala de aula.
É preciso ter cuidado para
não vermos Getúlio apenas como a vítima ou o injustiçado. Quem conhece a
história sabe a verdade.
Mas é uma obra que deve ser conferida, apesar de não mostrar todas as facetas de Getúlio Vargas e de, infelizmente, não ter atuações naturais de todo o elenco.
Avaliação: **
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