Tatuagem
País: Brasil
Ano:
2013
Gênero: Drama
Duração: 110
min
Direção: Hilton
Lacerda
Elenco: Irandhir Santos, Jesuíta Barbosa e Rodrigo
Garcia.
Sinopse: Brasil, 1978. A ditadura militar, ainda atuante,
mostra sinais de esgotamento. Em um teatro/cabaré, localizado na periferia
entre duas cidades do Nordeste do Brasil, um grupo de artistas provoca o poder
e a moral estabelecida com seus espetáculos e interferências públicas.
Crítica: Recife há tempos se destaca com belos
trabalhos no cinema. Agora é a vez de ‘Tatuagem’ que realmente consegue passar
sua mensagem ao espectador na plateia. O curioso é notar que a transgressão e a ousadia do
longa já não deveriam soar como tal nos dias de hoje, já que é ambientado no
ano de 1978. Mas, excetuando-se a contextualização de época – o país estava sob
o julgo dos militares – muito do que é mostrado no filme continua atual.
Somos apresentados ao grupo teatral Chão de Estrelas,
que faz apresentações debochadas, repleta de cenas de nudez, palavrões e
zombaria sem pudores e sem censura. É neste universo que se desenrola o romance
entre Fininha (Jesuíta Barbosa), um jovem soldado do Exército, e Clécio
(Irandhir Santos), líder do provocador grupo teatral.
Hilton Lacerda, roteirista de filmes como Baile
Perfumado, Amarelo Manga e Febre do Rato, estreia na direção sem fazer
concessões. Na tela explora os temas que lhe são caros sem maquiagem. O
desprendimento vai das cenas de sexo quase explícitas entre homens até a
crítica nada dissimulada a um sistema que cerceia as liberdades individuais em
nome do que a sociedade considera "normal".
Uma necessidade libertária que ressoa atualmente, onde
ainda se discute os direitos dos homossexuais, a truculência policial
respaldada pelo Estado e a intolerância com a liberdade alheia.
Lacerda mostra-se um diretor capaz de arrancar o
melhor de seus atores. Irandhir Santos está impecável. As cenas de intimidade
entre seu personagem e do ator Jesuíta Barbosa são de imensa naturalidade.
Outro ator que surpreende é Rodrigo Garcia, que interpreta a afetada Paulete,
personagem difícil de ser conduzida por estar sempre na fronteira do caricato.
Em resumo, é um trabalho completo e imperdível.
Avaliação: ***
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