O Homem Elefante (The Elephant Man)
País: EUA
Ano:1980
Gênero: Drama
Duração: 124
min
Direção: David Lynch
Elenco: John Hurt,
Anthony Hopkins, Freddie Jones, Anne Bancroft e John Gielgud.
Sinopse: uma assustadora aberração de circo, John
Merrick (John Hurt) é rotineiramente humilhado por seu mestre Bytes (Freddie
Jones). Mas Frederick Treeves, um famoso cirurgião (Anthony Hopkins), fica
fascinado por aquele personagem grotesco e o leva para o hospital em que
trabalha. Fora daquele ambiente hostil, o médico vai descobrir que, a despeito
de sua aparência incomum, Merrick é um ser humano sensível, inteligente e
gentil.
Crítica: com oito indicações ao Oscar (em 1981) e tendo
conquistado, em 1982, o César de Melhor Filme Estrangeiro, ‘The Elephant Man’
foi o primeiro filme reconhecido do diretor David Lynch. Em preto-e-branco e
baseado numa história real de um órfão “ganha-pão” de Mr. Bytes (Freddie Jones),
o longa conta a vida de Joseph Merrick, nascido em Leicester, Inglaterra em
1862.
Mas muito mais do que isso,
o roteiro preciso e a direção segura de Lynch provam como a sociedade pode ser
hipócrita e desprezível.
Joseph tinha dois anos
quando sua mãe notou que o filho tinha algo estranho. O moço deixou a casa cedo
e foi vendedor de rua, operário, mas só conseguiu ser reconhecido como um
freak-show (espetáculo de aberrações). Serviu como “ganha-pão” de um homem que
o apresentava num circo, vivia em numa espécie de cativeiro e ainda era
açoitado por seu ‘dono’ como ele costumava se apresentar.
Seu destino só muda ao ser
encontrado pelo Dr. Treves, futuro médico da Família Real Britânica, quando é
levado para morar no Hospital de Londres onde trabalhava (depois de convencer o
diretor) e ter uma qualidade de vida melhor. Ali é estudado, nascendo um
vínculo de amizade entre os dois, porém, a princípio, o médico queria apenas se
vangloriar de sua descoberta. Os questionamentos vêm em seguida, quando ele se
pergunta qual a diferença dele para Bytes; ele é um homem bom ou mau. Merrick
teria somente mudado de palco, já que agora era visitado no hospital por gente
de toda a sociedade londrina.
É interessante ver como
essa criatura de aparência anormal consegue aproximar-se do espectador. Quando
nos demos conta, estamos completamente envolvidos com sua dor e sofrimento.
Mesmo com uma medicina
pouco evoluída na época, o médico Treeves foi perspicaz ao perceber que ele
entendia tudo o que lhe era dito, ele sabia ler e escrever e tinha sentimentos como
qualquer ser humano, digno de carinho e atenção. Outra pessoa que o ajuda a se
aceitar é a senhora Kendall, uma atriz famosa. Posteriormente, ele inclusive vai
ao teatro e assiste, de camarote, à sua apresentação, ao lado do seu médico e
da corte londrina.
Contudo, ele passou por diversas
humilhações. Infelizmente, à época, as pessoas pagavam para assistir ao circo
de horrores.
O cineasta é fiel à grande
maioria dos fatos (os extras ao final comprovam isso e deve ser assistido) e
faz uma excelente crítica aos valores e à ética.
Joseph (na verdade, esse
era seu nome) morreu de asfixia em 1890, quando foi deitar para dormir, o peso
da cabeça esmagou a traqueia. Seu corpo está conservado no Hospital Real
Londres. Lá também está a maquete de uma catedral que ele construiu no tempo em
que residiu no hospital.
Depois de vários estudos
do seu esqueleto, suspeita-se que ele sofria de uma anomalia rara (um para
cada quatro mil nascimentos): neurofibromatose múltipla – a doença congênita
que apresenta neurofibromas (tumores) e deformações esqueléticas, envolvendo também
o sistema nervoso central. No entanto, tal diagnóstico não tem 100% de
aprovação.
Sua irmã também teria o
mesmo problema, só que em um grau menor. A mãe morrera quando ele tinha sete
anos. O pai casou-se novamente e a madrasta não o aceitava. Ele, por conta
própria, procura o reformatório e, também, é ele que busca o freak-show para
ganhar dinheiro (isso não é revelado no filme). Todavia, os planos de se
sustentar não saíram como ele tinha planejado. Em mãos erradas, ele foi
escravizado e sofreu muito até encontrar a solidariedade de alguém.
Avaliação:
****
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