domingo, 8 de novembro de 2015

OS 33 (Los 33)

País: EUA/Chile
Ano: 2015
Gênero: Drama
Duração: 127 min
Direção: Patricia Riggen
Elenco: Antonio Banderas, Juliette Binoche, Cote De Pablo, Rodrigo Santoro, Gabriel Byrne, Juan Pablo Raba e Lou Diamond Phillips.

Sinopse: Capiapó, Chile. Um desmoronamento faz com que a única entrada e saída de uma mina seja lacrada, prendendo 33 mineradores a mais de 700 metros abaixo do nível do mar. Eles ficam em um lugar chamado refúgio e, liderados por Mario Sepúlveda (Antonio Banderas), precisam racionar o alimento disponível. Paralelamente, o Ministro da Energia Laurence Golborne (Rodrigo Santoro) faz o possível para conseguir que os mineiros sejam resgatados, enfrentando dificuldades técnicas e o próprio tempo.

Crítica: a história real dos 33 mineiros chilenos que ficaram presos por 70 dias (sendo que 17 dias sem qualquer contato com o pessoal do resgate) na mina San José (Chile), em 2010, após um desabamento, repleta de catástrofe, sofrimento dos familiares e luta pela sobrevivência é um “prato cheio” para o cinema. A trama aproveita para explorar conflitos pessoais de cada um e o núcleo familiar dos mineiros, destacando os mais fortes, e revelando as amarras políticas para solucionar o caso, que se deu mais pela pressão da mídia. Ainda que isso seja feito de forma breve.
A questão é o idioma falado na película. Em vez de espanhol, temos o inglês - o que tira a credibilidade da história, soa falso e novelesco. Fica difícil imaginar mineradores do Chile conversando entre eles em inglês.
Antonio Banderas é o líder dos mineiros (em atuação mediana), Juliette Binoche é a irmã de um dos soterrados e Rodrigo Santoro interpreta o recém-empossado Ministro de Energia. Aliás, só esses dois é que saem melhor em seus respectivos papéis. 
A cena do desmoronamento é bem reproduzida e dá conta da grandiosidade que cerca o incidente (soterrados a cerca 688m de profundidade), ocupando-se da jornada emocional do resgate. A mineradora San Esteban, que explora cobre e ouro, é pouco mencionada. Um enfoque mais firme nela e nos poucos esforços do governo do então presidente Piñera teria dado mais maturidade ao longa.
O que ocorre nos 70 dias de espera é bem retratado: famílias acampando no local, instalação de uma escola temporária para crianças, romarias e todo tipo de gente querendo tirar proveito da situação, seja economicamente ou politicamente. Além disso, o esforço dos engenheiros (um deles vivido por Gabriel Byrne - convincente no personagem) e a ajuda de outros países com o fornecimento de super máquinas para escavar e abrir um caminho até os mineradores. 
De qualquer forma, a história em si é válida e bela fotografia, onde o Deserto do Atacama é o destaque, são motivos razoáveis para assistir à película. Ao final, surge na tela a imagem dos reais mineradores. Nenhum deles foi indenizado após o incidente. 

Avaliação: ***

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