360
País: Reino Unido/Brasil
Ano: 2012
Gênero: Drama
Duração: 115 min
Direção: Fernando Meirelles
Elenco: Anthony Hopkins, Jude Law, Rachel Weisz, Ben Foster, Maria Flor e Juliano Cazarré.
Sinopse: inspirado em "La Ronde", clássica peça de Arthur Schnitzler, 360 é uma reunião de histórias dinâmicas e modernas, passadas em diversas partes do mundo. O filme começa em Veneza e passa por Paris, Londres, Rio de Janeiro, Bratislava, Denver e Phoenix.
Crítica: o roteirista é Peter Morgan, indicado ao Oscar por A Rainha (2006) e Frost/Nixon (2008). 360 mostra uma compilação de fragmentos de vida real, não lineares e tão desconectados aparentemente, que desafiam uma regra básica do cinema, pelo menos do cinema feito para entreter o público: não há identificação suficiente com nenhum dos personagens. Tudo passa muito rápido, sem que tenhamos tempo para sofrer com o protagonista. A intenção não é essa.
O fio condutor da trama é o acaso e a ideia é mostrar como qualquer decisão banal que tomamos pode mudar nosso futuro e o de pessoas a milhares de quilômetros de nós. Um mote interessante, mas de execução arriscada. Por isso incomoda, pois insinua que a casualidade, apenas ela, comanda nossas vidas. Isso vai contra a ideia de planejamento, nossa visão de regentes de nossas próprias existências. Não à toa o filme apanhou de boa parte da crítica internacional em sua estreia mundial no Festival de Toronto.
A produção trabalha com uma série de conexões aleatórias que jogam personagens uns ao encontro dos outros. Inicia mostrando uma mulher eslovaca que vai para Viena em busca de dinheiro e envolve-se com uma rede de prostituição. Um de seus prováveis clientes é um executivo inglês (Jude Law), infeliz no casamento e que desconhece o relacionamento extraconjugal da mulher (Rachel Weisz) com um fotógrafo brasileiro (Juliano Cazarré). Este é namorado de Laura (Maria Flor), que decide voltar para o Brasil após descobrir a traição do parceiro. Na viagem, Laura conhece duas pessoas que podem ou não mudar sua vida – e ela, mesmo sem saber, a deles. Essas e outras histórias entrelaçadas acabam retornando à prostituta eslava ao final, dando a volta de 360º que dá título ao filme.
A obra é intrigante e provocante. Uma história em que a casualidade rege sim o destino de seus personagens, mas que não é conduzida ao acaso. Segue um caminho bem definido por seu roteiro e deixa clara a habilidade de Meirelles como diretor, afinal, tem de se ser hábil para manter a atenção do espectador quando o roteiro não cria expectativas e tensões o suficiente para isso.
Avaliação: ***
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