30 Anos de Escuridão
País: Espanha
Ano:
2011
Gênero: Documentário
Duração: 85
min
Direção: Manuel
H. Martín
Elenco: -
Sinopse: no final da Guerra Civil, o antigo prefeito da
localidade Malagenha de Mijas não teve oportunidade de fugir. Depois de um
longo e perigoso caminho de volta para casa, conseguiu chegar a noite no seu
lar sem ser descoberto. A sua esposa Juliana fez a menção sobre numerosos
fuzilamentos que estavam ocorrendo no povoado. Ambos resolveram abrir uma
pequena abertura na parede onde Manuel poderia se esconder. Manuel Cortés nunca
iria imaginar que aquele pequeno espaço atrás da parede se converteria na sua
prisão particular por 30 anos. Esta é a história dos chamados “topos da pós-guerra”
que tiveram que sacrificar uma vida inteira para fugir da repressão.
Crítica: recebeu o Prêmio Goya 2012 de melhor documentário, e não é para menos. Bem contextualizado, com depoimentos valiosos que se somam
e nunca se tornam repetitivos.
A cada testemunha, passamos
a conhecer uma verdade pouco comentada ou divulgada. As sequelas deixadas pela
Guerra Civil Espanhola (1936-1939) deixaram marcas profundas em muita gente que
viveu prisioneira em sua própria casa.
O personagem real em que se
baseou o documentário é Manual Cortés (último prefeito republicano de
Mijas/Málaga), mas outros casos são contados. O uso de recursos de animação
ambienta bem a situação relatada e atrai ainda mais a atenção do espectador.
Difícil de acreditar, porém
foram 30 anos de aprisionamento – de 1939 a 1969. Apenas mudou-se o tamanho do
esconderijo: de um buraco onde mal se podia sentar passou para um refúgio maior
e com um pouco mais de conforto. Foi mais de 1 ano sem a filha pequena saber de
sua presença ali. As pessoas eram procuradas por assassinatos, mas ele nunca
matara ninguém. Ao contrário, sempre tentava ser o mediador e apaziguador dos
conflitos locais na posição que ocupava como prefeito.
Sua guerreira e corajosa
mulher é quem tinha que sustentar a casa, o que não era fácil naquela época.
Ela andava quilômetros e quilômetros para vender ovos. Manuel, no seu quartinho
improvisado, ajuda na confecção de peças de tapeçaria para que ela as vendesse.
Muitas foram as tentações
para sair à rua e ver a luz do dia, porém outros haviam feito isso e tinham
sido mortos, mesmo já tendo a guerra chegado ao fim. Outros não tiveram tanta
sorte: ficaram doentes ou suicidaram.
Depois, veio outro horror:
o regime político ditatorial de Franco que iniciou em 1939. Somente no ano de
1969, ao ouvir na rádio que o governo ‘perdoava’ os crimes cometidos no
intervalo de 18 julho de 1936 a 1º de abril de 1939, é que ele saiu e
dirigiu-se à Guarda Civil de Málaga para ouvir do tenente-coronel encarregado
que era livre.
Manuel faleceu em 1991.
Turistas podem visitar o Museu Casa de Mijas, uma recriação do que foi a sua
casa onde permaneceu na escuridão por 30 anos.
Uma história incrível de
sobrevivência e relatada com perfeição de detalhes. Imperdível!
Avaliação:
****
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