Boyhood – Da Infância à Juventude (Boyhood)
País: EUA
Ano:
2014
Gênero: Drama
Duração: 165
min
Direção: Richard
Linklater
Elenco: Ellar
Coltrane, Patricia Arquette e Ethan Hawke.
Sinopse: o filme conta a história de um casal de pais
divorciados (Ethan Hawke e Patricia Arquette) que tenta criar seu filho Mason
(Ellar Coltrane). A narrativa percorre a vida do menino durante um período de
doze anos, da infância à juventude, e analisa sua relação com os pais conforme
ele vai amadurecendo.
Crítica: Difícil falar do filme e não falar do seu
diretor que, apesar de pouco conhecido, tem um talento inestimável. Seu
trabalho mais conhecido é Escola de Rock e mesmo assim seu nome não costuma ser
lembrado quando lembramos do filme. Ele dirigiu a animação “O Homem Duplo”
(2006), a trilogia “Antes do Amanhecer, Antes do Pôr do Sol e Antes da
Meia-Noite”, entre outros trabalhos. Mas o destaque está na sua determinação em
levar adiante projetos vistos pelos outros como mirabolantes, mas que dão
sempre certo. Ele tem um estilo que não se copia, uma visão única de cinema e
uma capacidade incrível de deixar marcas.
Assim é com Boyhood – Da
Infância à Juventude, onde conta a história de Mason, dos 6 aos 18 anos. O
surpreendente aqui é que ele usa os mesmos
atores para gravar o filme nesse intervalo de 12 anos. O elenco principal
de Boyhood se encontrava com Linklater alguns meses por ano para que pudessem
gravar o filme e o diretor ia escrevendo o filme com calma entre seus outros
projetos.
Os desafios de um projeto
desta magnitude são vários e a dedicação do elenco é fundamental para o
resultado final. Ethan Hawke (velho amigo de Linklater) e Patricia Arquette
fazem um ótimo papel como os pais de Mason e Samantha, os jovens que são interpretados
por Lorelei Linklater e Ellar Coltrane. Coltrane é incrível no papel de um
Mason introvertido e complexo.
Mas todos são carismáticos
e estão muito à vontade em seus personagens. Para indicar as passagens de
tempo, Linklater, sabiamente, utiliza acontecimentos importantes e músicas de
cada um dos anos para indicar passagem de tempo e situar o espectador. Por
exemplo, Quando Mason e Samantha discutem a Guerra do Iraque com seu pai,
sabemos exatamente em que ano estamos e a trilha sonora também nos indica isto
muito bem.
O grande trunfo da trama é
que, embora Mason seja o protagonista e o centro das atenções, não é uma
história apenas sobre ele. É sobre todos ao redor, especialmente seus pais.
Vemos seu pai evoluir de um pai ausente e irresponsável para um pai dedicado
com sua própria família. Vemos a luta de sua mãe para criar duas crianças
solteira e seguir seus sonhos, passando por dois maridos abusivos. É sobre como
cada um reage a divórcios, mudanças de cidade e de escola, sobre condutas,
amizades, namoros, alcoolismo, violência, recomeço. Enfim, sobre a vida real.
Os diálogos são
extremamente naturais e nem percebemos as 2h45 de filme. Uma obra-prima
atemporal, com reflexões sobre a vida, para ver e rever.
Avaliação: ****
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