domingo, 11 de janeiro de 2015

Boyhood – Da Infância à Juventude (Boyhood)

País: EUA
Ano: 2014
Gênero: Drama
Duração: 165 min
Direção: Richard Linklater
Elenco: Ellar Coltrane, Patricia Arquette e Ethan Hawke.

Sinopse: o filme conta a história de um casal de pais divorciados (Ethan Hawke e Patricia Arquette) que tenta criar seu filho Mason (Ellar Coltrane). A narrativa percorre a vida do menino durante um período de doze anos, da infância à juventude, e analisa sua relação com os pais conforme ele vai amadurecendo.

Crítica: Difícil falar do filme e não falar do seu diretor que, apesar de pouco conhecido, tem um talento inestimável. Seu trabalho mais conhecido é Escola de Rock e mesmo assim seu nome não costuma ser lembrado quando lembramos do filme. Ele dirigiu a animação “O Homem Duplo” (2006), a trilogia “Antes do Amanhecer, Antes do Pôr do Sol e Antes da Meia-Noite”, entre outros trabalhos. Mas o destaque está na sua determinação em levar adiante projetos vistos pelos outros como mirabolantes, mas que dão sempre certo. Ele tem um estilo que não se copia, uma visão única de cinema e uma capacidade incrível de deixar marcas.
Assim é com Boyhood – Da Infância à Juventude, onde conta a história de Mason, dos 6 aos 18 anos. O surpreendente aqui é que ele usa os mesmos atores para gravar o filme nesse intervalo de 12 anos. O elenco principal de Boyhood se encontrava com Linklater alguns meses por ano para que pudessem gravar o filme e o diretor ia escrevendo o filme com calma entre seus outros projetos.
Os desafios de um projeto desta magnitude são vários e a dedicação do elenco é fundamental para o resultado final. Ethan Hawke (velho amigo de Linklater) e Patricia Arquette fazem um ótimo papel como os pais de Mason e Samantha, os jovens que são interpretados por Lorelei Linklater e Ellar Coltrane. Coltrane é incrível no papel de um Mason introvertido e complexo.
Mas todos são carismáticos e estão muito à vontade em seus personagens. Para indicar as passagens de tempo, Linklater, sabiamente, utiliza acontecimentos importantes e músicas de cada um dos anos para indicar passagem de tempo e situar o espectador. Por exemplo, Quando Mason e Samantha discutem a Guerra do Iraque com seu pai, sabemos exatamente em que ano estamos e a trilha sonora também nos indica isto muito bem.
O grande trunfo da trama é que, embora Mason seja o protagonista e o centro das atenções, não é uma história apenas sobre ele. É sobre todos ao redor, especialmente seus pais. Vemos seu pai evoluir de um pai ausente e irresponsável para um pai dedicado com sua própria família. Vemos a luta de sua mãe para criar duas crianças solteira e seguir seus sonhos, passando por dois maridos abusivos. É sobre como cada um reage a divórcios, mudanças de cidade e de escola, sobre condutas, amizades, namoros, alcoolismo, violência, recomeço. Enfim, sobre a vida real.
Os diálogos são extremamente naturais e nem percebemos as 2h45 de filme. Uma obra-prima atemporal, com reflexões sobre a vida, para ver e rever.

Avaliação: ****

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