O Jogo da Imitação (The Imitation Game)
País: EUA/Reino
Unido
Ano:
2014
Gênero: Suspense
Duração: 115
min
Direção: Morten
Tyldum
Elenco: Benedict
Cumberbatch, Keira Knightley, Matthew Goode, Mark Strong, Charles Dance, Allen
Leech, Matthew Beard e Rory Kinnear.
Sinopse: esta biografia de Alan Turing (Benedict
Cumberbatch) acompanha sua ascensão no mundo da tecnologia, quando seus
conhecimentos inestimáveis em matemática, lógica e ciência da computação
contribuíram com as estratégias usadas pelos Estados Unidos durante a Segunda
Guerra Mundial. No entanto, este homem tinha diversos conflitos com sua própria
homossexualidade, buscando soluções de cura, e vindo a cometer suicídio em
1954.
Crítica: a história de Turing (inventor do processador
de dados que daria origem ao computador moderno e decodificador da máquina
Enigma usada pelos alemães na Segunda Guerra Mundial) foi apagada de todos os
registros até 2013, ano em que Turing recebeu o Perdão Real da Coroa Inglesa. O
motivo? Turing era homossexual, o que era, na Inglaterra da década de 40,
ilegal, e após viver uma série de atos de coerção e preconceito, foi pego pela
polícia britânica. Para evitar a prisão e poder trabalhar em seus projetos
científicos, Turing aceitou a alternativa: a castração química. Uma história de
poder simbólico tão significativo para os dias de hoje.
Sua trajetória é contada no
filme “O Jogo da Imitação”, dirigido pelo diretor norueguês Morten Tyldum,
ainda com poucos trabalhos no cinema.
Cuidado aos detalhes e aos
fatos (mesmo que pudesse ter situado mais o espectador quanto aos anos dos
acontecimentos na vida de Turing nos flashbacks, desde a infância), retratam o
contexto histórico e, com bastante didática a relevância, as pesquisas do gênio
para o mundo. Segundo estatísticas, teria encurtado a Segunda Guerra em dois
anos, impedindo diversos ataques-surpresa alemães e salvando milhares de vidas.
O filme vai além das suas
invenções e cálculos matemáticos, apresenta o homem inseguro, tímido e angustiado
com seu jeito não “normal”, como ele costumava dizer, e atormentado por
perseguições de policiais que investigavam sua masculinidade. Ao final do longa,
informa-se que 49 mil homossexuais teriam sido condenados naquele período, já
que ser homossexual era considerado um crime.
A performance de Benedict
Cumberbatch é perfeita, com seus trejeitos, sotaques, expressões, e é o ponto
alto do longa. A equipe que trabalha com ele na invenção de sua máquina
universal capaz de obter resultados para diferentes tipos de problemas
utilizando um único sistema processador, é igualmente convincente. Já o papel
de Keira Knightley (como Joan Clarke) é apagado (sem grandes acréscimos) e
poderia muito bem ter sido melhor interpretado por uma atriz desconhecida e mais talentosa. Contudo, tal falha não apaga a riqueza da biografia de
um homem que fez muito e que merece ser sempre lembrado pelo seu brilhante legado.
Avaliação:
****
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