Depois da Chuva

País: Brasil

Ano: 2013

Gênero: Drama

Duração: 90 min

Direção: Cláudio Marques e Marília Hughes

Elenco: Pedro Maia, Sophia Corral, Talis Castro e Aícha Marques.

Sinopse: Salvador, Bahia, 1984. Após vinte anos de ditadura, a população vai às ruas exigir a volta das eleições diretas para presidente da República. Esse será um ano de transformação para o jovem Caio.

Crítica: “Depois da Chuva” ganhou três prêmios (melhor roteiro, trilha sonora e ator), no Festival de Brasília, em 2013.

No filme, o carnaval nem sequer é mencionado. As bandas (Dever de Classe e Crac) que aparecem estão mais relacionadas ao punk rock, ao pós-punk, ao hardcore ou ao free jazz e são baianas sim. Não têm nada a ver com o tropicalismo, o axé, o reggae ou os hippies. A contracultura representada é outra, mais subversiva e clandestina. O longa mostra os experimentalismos musicais mais agressivos e radicais, os fanzines anarquistas e as rádios piratas.

O ator principal, Pedro Maia (premiado em Brasília), interpreta um adolescente inconformado com a política nacional no período da campanha das Diretas, quando o Brasil estava às vésperas de sair da ditadura. A visão do filme sobre essa geração é crítica. Um dos diálogos do filme discute justamente o sentido da luta, pois o vice de Tancredo Neves seria José Sarney, ex-integrante da Arena, partido oficial dos militares. Os brasileiros sabem como isso tudo terminou.

O filme estreou em um momento simbólico, em 2013, quando a população voltava às ruas para protestar contra o sistema político atual. Depois de 30 anos, portanto, as mudanças que encerraram a ditadura não foram suficientes para a construção de uma democracia justa. A sociedade continua insatisfeita e não se sente representada pelos governantes e parlamentares.

Enfim, um retrato da juventude com intenções revolucionárias, mas que cai na contradição do vazio.

Mais um filme panfletário, sem grandes acréscimos a fazer para quem já viu muitos filmes sobre a ditadura militar e seus reflexos.

Avaliação: **