terça-feira, 14 de julho de 2015

Tangerinas (Mandariinid)

País: Estônia
Ano: 2013
Gênero: Drama
Duração: 87 min
Direção: Zaza Urushadze
Elenco: Lembit Ulfsak, Misha Meskhi, Giorgi Nakashidze e Elmo Nüganen.

Sinopse: Guerra na Abcásia, 1992. A comunidade quer se tornar independente da Geórgia. Quase todos os habitantes já deixaram a aldeia, com exceção de dois homens. Margus permanece, pois tem uma plantação de tangerinas. Ivo (Lembit Ulfsak) foi forçado a ficar. Porém, eles têm opiniões divergentes e estão em lados opostos na guerra. Eles terão que lidar com essa guerra pessoal.

Crítica: pela primeira vez, a Estônia conseguiu uma nomeação para o Óscar de melhor filme estrangeiro com o ótimo “Tangerinas”.
No início, um letreiro no início informa que a região da Abcásia (ou Abecásia), ao norte da Geórgia, foi ocupada no século XIX por imigrantes da Estônia. Os estonianos são cristãos ortodoxos, e os georgianos, muçulmanos, mas ambos falam a mesma língua. Em 1992 a Geórgia quis retomar o território e quase todos os estonianos fugiram. Apenas alguns permaneceram para trás, como é o caso de Ivo (Lembit Ulfsak) e Margus (Elmo Nüganen).
O primeiro é um carpinteiro, e o segundo, um plantador de tangerinas. Margus somente quer ir embora após colher toda a plantação. Um dia, durante um tiroteio entre georgianos e estonianos na frente da casa de Ivo, sobrevive um soldado de cada facção – um mercenário checheno (pago pelo governo russo) chamado Ahmed (Giorgi Nakhashidze) e um soldado da Geórgia chamado Nika (Michael Meskhi).
Os dois, inimigos mortais, se recuperam em quartos separados na casa de Ivo, que tem que lidar não só com os ferimentos deles, como também com a rivalidade entre os soldados. Ivo os trata como um avô trataria dois moleques sem educação e respeito, com firmeza, e aos poucos, consegue impor lições de moral e fazer com que repensem suas posições e atitudes. O convívio, então, torna-se possível. De promessas de um matar o outro, surgem situações em que um salvará a vida do outro.
È um filme extremamente humanista. A guerra serve como pano de fundo, mas o foco da trama é mostrar o quanto uma guerra é estúpida (ainda mais por um pedaço de terra) e, portanto, a história poderia se passar em qualquer outra parte do mundo.
A direção é ótima e conta com uma atuação competente de Lembit Ulfsak, como Ivo, e com uma narrativa dinâmica e enxuta.

Avaliação: ***

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