terça-feira, 12 de janeiro de 2016

A Marcha (La Marche)

País: França
Ano: 2013
Gênero: Drama
Duração: 120 min
Direção: Nabil Bem Yadir
ElencoOlivier Gourmet, Tewfik Jallab, Vincent Rottiers, Jamel Debbouze, Nader Boussandel, Philippe Nahon, M'Barek Belkouk, Lubna Azabal e Hafsia Herzi.

Sinopse: em 1983, quando a França era atormentada pela intolerância e atos de violência racial, três jovens e um Padre lançam uma marcha pacífica, em grande parte, pela igualdade e contra o racismo, de Marselha à Paris. Apesar das dificuldades e da resistência encontrada, o movimento desencadeia um aumento real da esperança, à maneira de Gandhi e Martin Luther King.

Crítica: “A Marcha” conta o protesto pacífico que percorreu mais de mil quilômetros pela França no final de 1983, mas o roteiro não poupa as falhas de caráter dos personagens.
Tudo começou quando o jovem de origem árabe Mohamed (Tewfik Jallab) tentou salvar um mendigo (Jamel Debbouze) da perseguição de um cachorro policial. Na confusão que o evento se transformou, o rapaz acaba baleado, uma vez que a ação da força policial é muitas vezes motivada por valores preconceituosos, como bem sabemos.
Depois que se recupera do ferimento, alguns amigos de Mohamed esperam que ele tome uma atitude, de preferência violenta. Entretanto, o rapaz opta por se inspirar em figuras como Martin Luther King e Mahatma Gandhi. Assim, nasce a Marcha contra o Racismo e pela Igualdade. O plano é sair da pequena cidade onde moram e caminhar pelo interior da França até chegar a Paris para um ato de grandes proporções.
Antes da chegada à capital, o protesto começa com um grupo pequeno e heterogêneo, que sofre ameaças racistas pelo caminho. O rabugento René (Philippe Nahon) está no carro de apoio. Ele é um empresário aposentado que só topou participar por causa da insistência do padre Dubois (Olivier Gourmet, de Dois Dias, Uma Noite). O religioso também é responsável por obter a autorização dos pais de Farid (M'Barek Belkouk) para que ele acompanhe a caminhada. O rapaz está acima do peso, mas bastante disposto a contribuir com seus passos.
Na primeira parada, unem-se ao bando Kheira (Lubna Azabal) e sua sobrinha Monia (Hafsia Herzi). As duas árabes representam bem o cuidado do filme em não ser cegamente parcial. A mulher mais velha fuma incessantemente e tem temperamento forte, com grande resistência em aceitar opiniões diferentes da sua. A mais jovem encanta Sylvain (Vincent Rottiers), um rapaz branco amigo de Mohamed. O amor entre os dois tem problemas para se concretizar, apesar de ambos serem ativistas contra preconceitos raciais.
No grupo também está a fotógrafa canadense Claire (Charlotte Le Bom), que segue a caminhada para realizar o registro. A moça também serve como acesso a outros temas, como o feminismo e a diversidade sexual. Seu melhor amigo dentro do bando é o músico Yazid (Nader Boussandel), que já teve passagens pela polícia. 
Isso deixa claro que o longa não esconde os desvios de caráter de seus personagens, tornando tudo mais humano. Há discussões acaloradas e vários conflitos, bem ao gosto dos franceses.
As contradições internas dos movimentos sociais também são bastante exploradas, como o caso do flerte proibido entre Sylvain e Monia. Há, ainda, visões diferentes e autoritárias de como protestar, rixas entre ativistas para impor pautas e disputas ególatras.
Nesse ponto, talvez exagere um pouco. Ao invés de um foco maior ou um certo aprofundamento em um determinado personagem, o diretor optou por abrir o leque e acontece que alguns personagens são dispensáveis e outros poderiam ter ganhado mais espaço.
A cobertura do evento em si é feita de forma leve, quase teatral. Um olhar mais sério poderia ter dado mais autenticidade à trama.

Avaliação: **

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