A Segunda Esposa (Kuma)
País: Áustria
Ano:
2015
Gênero: Drama
Duração:
min
Direção: Umut
Dag
Elenco: Begüm
Akkaya, Vedat Erincin e Nihal Koldaş.
Sinopse: Mustafa, um imigrante turco, mora em Viena com
Fatma e seus seis filhos. Esta família tradicional escolhe Ayse, uma jovem de
19 anos, para se casar com um de seus filhos, mas quando ela chega no local, a
realidade é outra: Ayse será a segunda esposa de Mustafa. Apesar da surpresa no
início, nasce uma relação de amizade e cumplicidade entre essas duas esposas de
gerações diferentes, principalmente quando a mais nova descobre que Fatma está
doente, e tem seus dias contados.
Crítica: num casamento tradicional muçulmano, uma jovem
garota turca está perdida entre dezenas de convidados, incapaz de identificar o
futuro marido na multidão. Os noivos não se conhecem, olham-se com estranheza,
deixando claro o desconforto das duas partes. A cena deixa, claro, que se trata
de um casamento forçado, e retrata as regras morais e religiosas impostas às
sociedades islâmicas tradicionais.
Até aqui, nenhuma novidade.
É quando o filme traz uma surpresa: a jovem Ayse (Begüm Akkaya) descobre que
não será a esposa do rapaz com quem se casa, e sim do pai dele. Ela foi
escolhida secretamente como segunda esposa para cuidar dos filhos e dos
afazeres domésticos, caso a primeira esposa (Nihal Koldas), enferma, venha a
falecer. Obviamente, sofre a rejeição dos filhos do primeiro casamento. Sua
família está longe e, na nova casa, sente-se uma estranha.
O filme lança críticas
sobre a função doméstica atribuída às mulheres, e aos poderes abusivos
entregues aos homens nas sociedades patriarcais. Desenvolve-se bem até uma
fatalidade não esperada ocorrer, que levará Ayse a procurar um emprego para
ajudar a família financeiramente.
Daí por diante, bastante
confusão, segredos de sexualidades reprimidas são revelados, violência
doméstica, amores não correspondidos e outras mazelas. Chora-se muito, grita-se
muito, parte-se para a agressão.
Nesse ponto, o diretor
perde o foco e o discurso crítico e político já não é tão percebido e o que se
passa a ver é um melodrama com direito à jovem princesa sonhadora, às irmãs
malvadas e à madrasta perversa. Uma boa cena é a do filho (Murathan Muslu) com
Ayse, ao revelar seu segredo.
O final, apesar de dar um
ar de conformismo e parecer que o que é importante mesmo é a família em
detrimento do indivíduo, tem um significado bastante simbólico.
Avaliação:
***
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