terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Spotlight – Segredos Revelados (Spotlight)

País: EUA
Ano: 2015
Gênero: Drama
Duração: 127 min
Direção: Tom McCarthy
Elenco: Mark Ruffalo, Michael Keaton, Rachel McAdams, Liev Schreiber, John Slattery, Stanley Tucci, Brian d'Arcy James e Billy Crudup.

Sinopse: baseado em uma história real, o drama mostra um grupo de jornalistas em Boston que reúne milhares de documentos capazes de provar diversos casos de abuso de crianças, causados por padres católicos. Durante anos, líderes religiosos ocultaram o caso transferindo os padres de região, ao invés de puni-los pelo caso.

Crítica: o filme prende a atenção do espectador, com uma história linear e real.
Spotlight é o nome da equipe editorial do jornal Boston Globe, responsável pelas reportagens especiais, do tipo em que os repórteres – são três: Michael Rezendes (Mark Ruffalo), Sacha Pfeiffer (Rachel McAdams) e Matty Carroll (Brian d'Arcy James), chefiados pelo editor que também vai a campo Walter Robinson (Michael Keaton) – se debruçam meses, às vezes mais de um ano, sobre a investigação de um caso. Todos sob a orientação do diretor do jornal, Marty Baron (vivido por Liev Schreiber (irreconhecível, e diferente de qualquer personagem anterior que tenha feito no cinema). Vale destacar a atuação exemplar de Ruffalo, como o jornalista dedicado que acredita no trabalho que faz.
O livro, com o mesmo título, vencedor do Pulitzer, foi escrito pelo mesmo time que participou da apuração do caso. O caso: aos poucos, a equipe editorial da publicação vai descobrindo uma série de relatos de pedofilia praticados por membros da Igreja Católica na cidade de Boston – todos, claro, devidamente acobertados.
O longa não tem grandes pretensões, a não ser mostrar a verdade e fazer uma alerta à sociedade. Denunciar é sempre o melhor caminho; e não o silêncio.
Ao posicionar o espectador dentro da redação – e, principalmente, na rua, acompanhando a apuração e descobrindo os fatos ao lado dos jornalistas –, o filme não diz apenas da maneira como o jornalismo é feito (ou, pelo menos, deveria), mas da motivação profissional que justifica a denúncia da hipocrisia de uma parte da Igreja, da burocracia imposta pelos poderosos e, principalmente, do abuso decorrente da fragilidade socioeconômica dos mais desfavorecidos, onde advogados inescrupulosos ganham dinheiro. O fato de grande parte da trama se passar na redação pode não agradar todo o público, mas é louvável o trabalho desses jornalistas e, por isso mesmo, deve ser retratado.
As descobertas e revelações vão crescendo até que, enfim, são levadas ao conhecimento público, por meio de inúmeras matérias que trazem depoimentos e nomes de vítimas (muitas com sequelas ou traumas irreversíveis), testemunhos de advogados com o número de padres acusados. Só em Boston, foram cerca de 250 acusações. O filme contempla o que se passou nessa cidade americana, mas sua mensagem é universal. Um fato chama bastante a atenção: um padre, ao ser questionado pela jornalista se abusou de crianças, responde prontamente que sim, como se isso fosse um comportamento normal.
Ao final, sobem letreiros com a relação das paróquias e arquidioceses no mundo todo em que padres foram afastados por terem abusado de menores.

Avaliação: ***

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