Os 8 Odiados
País: EUA
Ano:
2015
Gênero: Faroeste
Duração: 182
min
Direção: Quentin
Tarantino
Elenco: Belinda Owino,
Bruce Del Castillo, Bruce Dern, Channing Tatum, Craig Stark, Dana Gourrier,
Demián Bichir, Gene Jones, James Parks, Jennifer Jason Leigh, Keith Jefferson,
Kurt Russell, Lee Horsley, Michael Madsen, Samuel L. Jackson, Tim Roth, Walton
Goggins e Zoe Bell.
Sinopse: em Wyoming, Estados Unidos, após a Guerra
Civil norte-americana (1865), um grupo de caçadores de recompensa transporta
uma perigosa prisioneira, mas são surpreendidos por uma nevasca e precisam
então parar em uma estalagem na estrada: o Armazém da Minnie. Isolados e
obrigados a conviver por mais tempo do que gostariam, o grupo acaba se
envolvendo em uma trama de traição, desilusão e ódio.
Crítica: o oitavo filme de Tarantino é uma mistura de
faroeste e suspense, com muito humor negro e violência, como de costume.
Ambientado praticamente
todo em uma única sala, o Armazém da Minnie, a trama acompanha oito estranhos,
com intenções desconhecidas, isolados devido a uma nevasca.
Os personagens são fortes e
bem desenvolvidos (ótimas performances, com exceção de Tim Roth, que parecia
imitar o personagem do coronel Hans Landa, de “Bastados Inglórios”; melhor
seria ter criado um estilo próprio) e a cenografia (detalhes e ângulos diferentes)
e a fotografia (belas paisagens nevadas) inspiradas completam o excelente nível
do roteiro, ainda que seja longo (são quase três horas de duração).
Tudo começa com dois caçadores
de recompensa – Major Marquis Warren (Samuel L. Jackson) e John Ruth (Kurt
Russell), que acabam compartilhando uma carruagem enquanto John Ruth escolta a
prisioneira Daisy Domergue (Jennifer Jason Leigh, com uma participação marcada
pelo sarcasmo) para a cidade de Red Rock, onde ela será enforcada por
assassinato.
Conforme a nevasca piora,
eles procuram abrigo na estalagem citada acima, a única opção na estrada onde
se encontram, e lá conhecem os outros homens da trama. A tensão cresce a cada
conversa e a desconfiança toma conta do local.
Todos os personagens são questionáveis
e não sabemos o que esperar. Os diálogos são inteligentes, e têm como tema principal
as relações raciais nos Estados Unidos pós-guerra civil, sem deixar de explorar
questões bastante contemporâneas.
Warren (Jackson, mais uma
vez sublime no papel), único personagem negro da trama, é um veterano da Guerra
Civil que carrega uma carta de Abraham Lincoln, seu amigo, no bolso como forma
de status. Ele é durão e centro das tensões iniciais, afinal a maioria dos
outros personagens são racistas ou veteranos do exército confederado, que
defendia a escravidão nos EUA. Quando Warren começa a desconfiar das atitudes
das outras pessoas presas com ele, passa a investigá-los e o racismo se torna
cada vez mais central para a trama.
A trilha tensa e
assustadora (criada exclusivamente para o longa) de Ennio Morricone, que é um
dos maiores compositores para filmes de faroeste, contribui para aumentar o
suspense.
A trama é intensa e
contempla as relações raciais e a natureza humana de forma brutal e violenta.
Se assim não fosse, não seria Tarantino. Mais um memorável filme em sua carreira
que está perto do fim. Afinal, o diretor já declarou à imprensa que se
aposentará após o seu décimo trabalho. Esse foi o oitavo.
Avaliação:
****
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