segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Trumbo, Lista Negra (Trumbo)

País: EUA
Ano: 2015
Gênero: Drama, biografia
Duração: 125 min
Direção: Jay Roach
Elenco: Bryan Cranston, Diane Lane, Helen Mirren, Elle Fanning, Michael Stuhlbarg, John Getz e John Goodman.

Sinopse: o roteirista Dalton Trumbo (Bryan Cranston) tem uma história singular em Hollywood: apesar de ter escrito algumas das histórias de maior sucesso da época, como A Princesa e o Plebeu (1953), ele se recusou a cooperar com o Comitê de Atividades Antiamericanas do congresso e acabou preso e proibido de trabalhar. Mesmo quando saiu da prisão, Trumbo demorou anos para vencer o boicote do governo, sofrendo com uma série de problemas envolvendo familiares e amigos próximos.

Crítica: questão de princípios. Por isso se guiou Dalton Trumbo, um admirável exemplo de resistência moral à intolerância macarthista que manchou a história americana.
Para encarnar o protagonista da trama, o diretor escolheu Bryan Cranston, famoso internacionalmente como o químico Walter White durante as seis temporadas do seriado “Breaking Bad” (2008-2013).
Inspirado na biografia que Bruce Cook escreveu em 1977, o longa apresenta Trumbo na época em que ele ainda tinha prestígio e era um dos roteiristas mais bem pagos de Los Angeles. Vivia em uma ampla casa com a mulher, Cleo (Diane Lane) e os filhos (destaque para o papel de Elle Fanning, a filha politizada e parecida com o pai), frequentava as melhores festas e os melhores restaurantes. Tudo mudou quando ele se recusou a testemunhar perante o comitê de McCarthy e passou a fazer parte dos “Dez de Hollywood”, grupo de produtores, diretores e roteiristas que se negaram a responder a perguntas sobre suas atividades políticas e sindicais, e por isso foram processados, presos e banidos da indústria. Somente um deles, Edward Dmytryk (Michael Stuhlbarg) admitiu ser comunista, já quando estava preso. Cooperou com o comitê e entregou uma lista com 26 nomes.
A prisão, em 1950, foi apenas o começo. Ao ser libertado, para conseguir o sustento, Trumbo teve que driblar o embargo da indústria, criando um grupo com alguns colegas, uma espécie de mercado negro de roteiristas. Eles escreviam clandestinamente, já que não podiam assinar suas obras, recebendo uma remuneração irrisória. Usavam pseudônimos ou emprestavam nomes de amigos roteiristas que não estavam na lista. Ele era também perseguido por colunistas como Hedda Hopper (a excelente Helen Mirren).
Filmes como “A Princesa e o Plebeu” (1954) e “Arenas Sangrentas” (1957) venceram o Oscar de Melhor História Original, mas, como Trumbo estava no anonimato, os prêmios foram recebidos pelos roteiristas fictícios.
Só em 1960, quando o cineasta Otto Preminger e o ator Kirk Douglas enfrentaram a intransigência dos estúdios ao reconhecer publicamente que Trumbo também tinha escrito “Espartacus” e “Exodus”, dois sucessos do cinema, foi que o roteirista voltou a assinar seus trabalhos. O fato de o então presidente John Kennedy ter assistido a “Spartacus” e o ter recomendado ajudou a acabar com a represália.
Foi um momento difícil da história americana, com muita injustiça, perseguições e hipocrisia.
O filme faz um extraordinário retrato da época e de Dalton Trumbo, uma mente criativa e incansável quando se tratava de escrever, com uma atuação sublime de Bryan Cranston.

Avaliação: ****

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