Trumbo, Lista Negra (Trumbo)
País: EUA
Ano:
2015
Gênero: Drama,
biografia
Duração: 125 min
Direção: Jay Roach
Elenco: Bryan
Cranston, Diane Lane, Helen Mirren, Elle Fanning, Michael Stuhlbarg, John Getz
e John Goodman.
Sinopse: o roteirista Dalton Trumbo (Bryan Cranston)
tem uma história singular em Hollywood: apesar de ter escrito algumas das
histórias de maior sucesso da época, como A Princesa e o Plebeu (1953), ele se
recusou a cooperar com o Comitê de Atividades Antiamericanas do congresso e
acabou preso e proibido de trabalhar. Mesmo quando saiu da prisão, Trumbo
demorou anos para vencer o boicote do governo, sofrendo com uma série de
problemas envolvendo familiares e amigos próximos.
Crítica: questão de princípios. Por isso se guiou
Dalton Trumbo, um admirável exemplo de resistência moral à intolerância macarthista
que manchou a história americana.
Para encarnar o protagonista
da trama, o diretor escolheu Bryan Cranston, famoso internacionalmente como o
químico Walter White durante as seis temporadas do seriado “Breaking Bad”
(2008-2013).
Inspirado na biografia que Bruce
Cook escreveu em 1977, o longa apresenta Trumbo na época em que ele ainda tinha
prestígio e era um dos roteiristas mais bem pagos de Los Angeles. Vivia em uma
ampla casa com a mulher, Cleo (Diane Lane) e os filhos (destaque para o papel
de Elle Fanning, a filha politizada e parecida com o pai), frequentava as melhores
festas e os melhores restaurantes. Tudo mudou quando ele se recusou a
testemunhar perante o comitê de McCarthy e passou a fazer parte dos “Dez de
Hollywood”, grupo de produtores, diretores e roteiristas que se negaram a responder
a perguntas sobre suas atividades políticas e sindicais, e por isso foram processados,
presos e banidos da indústria. Somente um deles, Edward Dmytryk (Michael Stuhlbarg)
admitiu ser comunista, já quando estava preso. Cooperou com o comitê e entregou
uma lista com 26 nomes.
A prisão, em 1950, foi
apenas o começo. Ao ser libertado, para conseguir o sustento, Trumbo teve que
driblar o embargo da indústria, criando um grupo com alguns colegas, uma espécie
de mercado negro de roteiristas. Eles escreviam clandestinamente, já que não
podiam assinar suas obras, recebendo uma remuneração irrisória. Usavam
pseudônimos ou emprestavam nomes de amigos roteiristas que não estavam na
lista. Ele era também perseguido por colunistas como Hedda Hopper (a excelente
Helen Mirren).
Filmes como “A Princesa e o
Plebeu” (1954) e “Arenas Sangrentas” (1957) venceram o Oscar de Melhor História
Original, mas, como Trumbo estava no anonimato, os prêmios foram recebidos
pelos roteiristas fictícios.
Só em 1960, quando o
cineasta Otto Preminger e o ator Kirk Douglas enfrentaram a intransigência dos
estúdios ao reconhecer publicamente que Trumbo também tinha escrito “Espartacus”
e “Exodus”, dois sucessos do cinema, foi que o roteirista voltou a assinar seus
trabalhos. O fato de o então presidente John Kennedy ter assistido a “Spartacus”
e o ter recomendado ajudou a acabar com a represália.
Foi um momento difícil da
história americana, com muita injustiça, perseguições e hipocrisia.
O filme faz um extraordinário
retrato da época e de Dalton Trumbo, uma mente criativa e incansável quando se
tratava de escrever, com uma atuação sublime de Bryan Cranston.
Avaliação: ****
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