A Terra e a Sombra (La Tierra y la Sombra)
País: Colômbia
Ano:
2015
Gênero: Drama
Duração: 97
min
Direção: César
Acevedo
Elenco: Haimer Leal,
Hilda Ruiz e Edison Raigosa.
Sinopse: Alfonso (Haimer Leal) volta para casa após 17
anos de ausência, devido à doença que seu filho sofre. A situação tem
mobilizado toda a família, com a esposa dele e sua mãe trabalhando na plantação
de cana de açúcar para conseguir o sustento financeiro necessário. Mesmo com
Gerardo (Edison Raigosa) praticamente trancafiado em casa, já que todas as
janelas permanecem sempre fechadas para que não entre poeira, ainda assim ele
não apresenta melhora no estado de saúde. Diante da situação, a família busca
algum meio de interná-lo.
Crítica: o longa-metragem acompanha uma família
humilde, que vive em uma casa remota, próxima à plantação de cana de açúcar. É
lá que um homem, com sérios problemas de saúde, mal consegue sair do quarto,
tamanha sua fraqueza. Mais ainda: para que os problemas respiratórios não
piorem, todas as janelas da casa ficam permanentemente fechadas, o que dá ao
ambiente a sensação de uma prisão.
O diretor destaca a
precariedade da vida ali existente. O desamparo surge não apenas na ausência de
acompanhamento médico para o enfermo, como também pela distância da casa em
relação a qualquer outro traço de civilização. O filme também retrata, mesmo que
de forma superficial, os donos das plantações, típicos exploradores que exigem
o máximo dos empregados, mas não cumprem o mínimo, como pagamento em dia. Apesar
dessa denúncia contra tais abusos, o drama foca mesmo no sentimento de dor, de
Gerardo (Edison Raigosa) e de todos que estão à sua volta, pela impossibilidade
de fazer algo. A única solução é esperar. A primeira parte do filme é bastante
contemplativas, repleta de silêncios e de imagens fortes. A fotografia é
espetacular e, sem ela, o filme não seria o mesmo.
Destaque para a tocante (e
desesperada) cena em que a esposa pede ajuda ao antigo chefe de seu marido, na
plantação, e também para a sequência da queimada, impactante pelo gigantismo
alcançado.
Um retrato bem produzido e
contextualizado do sofrimento, quando todas as portas e janelas parecem estar
fechadas.
Avaliação:
****
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