domingo, 26 de maio de 2013

Vencedores do Festival de Cannes 2013

Palma de Ouro: "La Vie d'Adele", de Abdellatif Kechiche

Grand Prix: "Inside Llewyn Davis", dos irmãos Coen

Melhor Diretor: "Heli", de Amat Escalante

Câmera de Ouro (para diretores estreantes): "Ilo Ilo", de Anthony Chen

Melhor Ator: Bruce Dern, de "Nebraska"

Melhor Atriz: Bérénice Bejo, de 'Le Passé"

Melhor Roteiro: Jia Zhangke, de "A Touch of Sin"

Prêmio do Júri: "Like Father, Like Son", de Hirokazu Kore-Eda

Palma de Ouro de Melhor Curta-Metragem: 'Safe', de Moon Byoung-Gon

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Adeus (Bé Omid é Didar)

País: Irã
Ano: 2011
Gênero: Drama
Duração: 104 min
Direção: Mohammad Rasoulof
Elenco: -

Sinopse: uma jovem advogada de Teerã, impedida de exercer sua profissão e grávida de alguns meses, tenta conseguir um visto para deixar o Irã.

Crítica: o filme é tenso do início ao final. No decorrer da trama, não há nenhum alívio. Filmado em tonalidades cinzas, ele é claustrofóbico, assim como a vida de sua protagonista.
Sua luta para sair do país nos comove. É exaustiva e cansativa. Suas dúvidas em seguir adiante ou não com o que pretende atingem o público que torce por ela. A ausência de trilha sonora torna o silêncio ainda mais sufocante. A analogia feita entre a personagem e sua tartaruga demonstra grande sensibilidade por parte do diretor. Ambas vivem enclausuradas em suas caixas, apenas sobrevivendo, não encontrando saída para a vida.
Aos poucos, os diálogos vão revelando o que realmente aconteceu a ela: porque não advoga mais, o que faz para sobreviver, onde está seu marido, porque ela é tão fechada em seu mundo.
Na trama outros aspectos da pressão do governo são mostrados, como o confisco do receptor de satélite (proibido no país) e pagamento de multa, a necessidade de autorização do marido para a esposa poder fazer um exame ginecológico ou a obrigação da presença deste em uma simples consulta. Essas críticas vão sendo expostas naturalmente.  
Em 20 de dezembro de 2010, Rasoulof foi condenado pelo governo do Irã a seis anos de prisão sob a acusação de "propaganda contra o regime". O diretor Abbas Kiarostami, também iraniano, pediu sua libertação, juntamente com a do cineasta Jafar Panahi, da mesma forma condenado a prisão domiciliar e proibido de fazer filmes.
‘Adeus’, por exemplo, foi realizado em condições semiclandestinas durante o inverno de 2010/2011. Aqui, a mensagem é nítida: o exílio do Irã é a única chance possível de liberdade individual.
Um crime é impedir que homens corajosos como esses trabalhem e abordem, em suas obras, a realidade de seu país.


Avaliação: ***

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Sem Proteção (The Company You Keep)

País: EUA
Ano: 2012
Gênero: Suspense
Duração: 121 min
Direção: Robert Redford
Elenco: Robert Redford, Shia LaBeouf, Susan Sarandon, Nick Nolte, Stanley Tucci, Richard Jenkins, Chris Cooper, Terence Howard e Julie Christie.

Sinopse: Jim Grant (Robert Redford) é um advogado de direitos civis que, quando tem a verdadeira identidade revelada, foge. Identificado como um ativista fugitivo procurado por assassinato, ele começa uma jornada para limpar o seu nome.

Crítica: o filme é bem feito e produzido, conta com um elenco de peso (Redford reuniu muitos de sua época) e tem como pano de fundo a revolta causada na sociedade pela guerra dos Estados Unidos contra o Vietnã.
À época, muitos jovens manifestantes posicionaram-se contra a guerra na América e este é o ponto de partida para a história. Passados 30 anos, o FBI ainda procura um grupo de ‘ativistas’ que teria cometido um assassinato em um banco, em prol do movimento antibélico.
Quando Sharon (Susan Sarandon), uma antiga amiga e integrante desse grupo, é presa pelo FBI, um ambicioso repórter (Shia LaBeouf) acaba descobrindo ligações entre ela e Jim Grant (Redford), um advogado de direitos civis cujo passado será vasculhado.
O problema maior da trama é a ausência de sustentação ou convencimento. Somos levados pelos bons diálogos que nos induzem ao caminho que o jornalista Ben segue. Mas, se não fosse isso, a história por si só não levaria o espectador a pensar naturalmente na mesma busca pela verdade. Talvez, sequer desconfiasse que haveria algo mais a ser desvendado. Para tanto, o enredo teria que ter sido melhor amarrado, com mais profundidade, pelo menos, em cada um dos personagens principais.
Não é, portanto, um filme marcante. É válido como entretenimento.


Avaliação: ***

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Bonitinha, mas Ordinária

País: Brasil
Ano: 2012
Gênero: Drama
Duração: 90 min
Direção: Moacyr Góes
Elenco: Leandra Leal, João Miguel e Letícia Colin.

Sinopse: baseado na obra de Nelson Rodrigues, o filme narra a história de Edgar, um homem simples dividido pela proposta de casar-se por dinheiro com a filha do chefe ou permanecer na pobreza ao lado do grande amor.

Crítica: a adaptação para as telas da célebre peça de Nelson Rodriguez chega aos cinemas com quatro anos de atraso – o longa é de 2009. Durante esse tempo, muito se especulou sobre a demora na estreia e havia receio da imprensa especializada de que o filme simplesmente fosse uma obscenidade devido a trabalhos anteriores do diretor Moacyr Góes, como Dom, Maria – Mãe do Filho de Deus e quatro longas da Xuxa.
Mas o longa, no geral, é interessante e tem valor por apresentar às novas gerações o clássico de Rodriguez, apesar de alguns erros. Vale lembrar que para assisti-lo é preciso ter desapego a pré-julgamentos e à moralidade. As cenas de nudez, necessárias à trama e referência na obra de Nelson, são fortes (tanto que houve dificuldade para liberação da censura).
O diretor depositou total confiança no seu elenco. São os atores, em sua maioria, que conseguem dar ao filme força e conteúdo para prender o público à trama. João Miguel é sempre excepcional, mas destacam-se também Leandra Leal e Leon Góes (no papel de Peixoto, advogado capacho do pai de Maria Cecília).
Na tela, acompanhamos o dilema de Edgar (João Miguel), homem simples, dividido pela proposta de casar-se por dinheiro com a filha do seu chefe, Maria Cecília (a estreante Letícia Colin), ou permanecer na pobreza ao lado de Ritinha (Leandra Leal), seu grande amor. Não há nada de novo na história de alguém tentado pelo dinheiro, mas aqui se faz refletir sobre o quanto figuras como Edgar são cada vez menos prováveis no Brasil de hoje.
A tensão e a sensibilidade pungentes no personagem de Edgar são aspectos favoráveis e bastante explorados na trama.


Avaliação: ***

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Velozes e Furiosos 6 (Fast & Furious 6)

País: EUA
Ano: 2013
Direção: Justin Lin
Gênero: Ação
Duração: 130 min
Elenco: Vin Diesel, Dwayne Johnson e Paul Walker.

Sinopse: a única maneira de parar um grupo de criminosos é superá-los nas ruas. Para isso, Hobbs, Dom e Brian vão se unir novamente.

Crítica:

Avaliação: a conferir

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quarta-feira, 22 de maio de 2013

Terapia de Risco (Side Effects)


País: EUA
Ano: 2013
Gênero: Suspense
Duração: 106 min
Direção: Steven Soderbergh
Elenco: Rooney Mara, Channing Tatum, Jude Law, Catherine Zeta-Jones e Vinessa Shaw.

Sinopse: Emily (Rooney Mara) começa a tomar remédios controlados para lidar com a ansiedade quando seu marido Martin (Channing Tatum) está prestes a ser libertado da prisão. Mas os efeitos colaterais são piores do que ela podia imaginar.

Crítica: a sinopse não dá pistas do que vai acontecer realmente na trama que dura 106 minutos. A surpresa já é um aspecto positivo para mais um filme de Soderbergh. Outra boa razão para assisti-lo é o tema polêmico sobre a produção de remédios para depressão (prometendo milagres) elaborados em série e gerando margens de lucro absurdas para os laboratórios em todo o mundo, e o consumo desenfreado por parte dos pacientes.
Mas todo esse enredo começa a se perder nos últimos 40 minutos do longa. O suspense é garantido na história que envolve, basicamente, uma paciente, o marido dessa paciente e dois psiquiatras. A questão é que o diretor tinha muita história para pouco tempo. Então, o ritmo gradual em que os acontecimentos vinham sendo trazidos ao espectador é interrompido por uma avalanche de revelações que têm o intuito concluir o filme e acabam sendo jogadas sem muito sentido ou convencimento. 
De repente, o que é tão complicado fica muito fácil de ser solucionado, como num filme para crianças. A saída encontrada pelo cineasta para desvendar a farsa envolvendo uma psiquiatra (Catherine Zeta-Jones) e fazer o outro médico (Jude Law) recuperar a sua vida de antes é quase novelesca. Destaque para as atuações de Jude Law e Rooney Mara. Ela está irreconhecível, completamente distinta do seu visual em ‘Millennium - Os Homens Que Não Amavam as Mulheres’, remake da produção sueca.
A edição final realmente merecia algo mais inteligente. Não sei se foi falta de dinheiro, preguiça, pressa ou falta de pensar mesmo. Um filme que começa com nota 8 cai para 5.

Avaliação: **

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Ouro Carmim (Talaye Sorkh)


País: Irã
Ano: 2003
Gênero: Drama
Duração: 97 min
Direção: Jafar Panahi
Elenco: Hossain Emadeddin, Kamyar Sheisi, Azita Rayeji, Shahram Vaziri, Ehsan Amani, Pourang Nakhael, Kaveh Najmabadi e Saber Safael.

Sinopse: Hussein é entregador de pizza e vive com frequência situações de humilhação. Após experimentar por uma noite os privilégios de uma noite abastada ele retorna a uma joalheria onde havia sido barrado.

Crítica: uma história simples, e bem contada e, mais uma vez, muito crítica à sociedade iraniana, como já é de praxe nos filmes de Jafar Panahi.
Apesar do protagonista Hussein (vivido por Hossain Emadeddin) ser bastante caricato, até nos esquecemos disso com as situações em que ele se envolve. E é impossível não ficarmos revoltados com a apatia de Hussein diante de tudo.
O diretor não economiza em mostrar as gritantes diferenças entre as classes sociais e a posição da mulher no Irã. Há sensibilidade em pequenos detalhes e nos atos dos personagens e os diálogos também são muito bons. Além disso, alguns coadjuvantes têm uma participação bem expressiva, dando consistência à trama.
E o nome do filme não poderia ser mais apropriado. Assista para entender.

Avaliação: ***

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domingo, 19 de maio de 2013

Onda Verde (The Green Wave)


País: Irã
Ano: 2010
Gênero: Documentário
Duração: 80 min
Direção: Ali Samadi Ahadi
Elenco: -

Sinopse: ilustra os dramáticos eventos que se seguiram à reeleição do ultraconservador e populista Ahmadinejad como presidente do Irã em 2009.

Crítica: o documentário trata das eleições iranianas de 2009. Na ocasião, o candidato de oposição (Mir-Houssei Mousavi) conseguiu conquistar forte apoio popular com uma proposta de medidas reformistas e democratizantes, propondo uma espécie de transformação gradual e sem rupturas radicais com a tradição do regime islâmico. Porém, apesar do apoio e de toda mobilização, inclusive com grandes manifestações públicas, as eleições sofreram fraudes enormes, o que resultou na vitória do presidente que buscava a reeleição (Mahmoud Ahmadinejad).
Acompanhando essas primeiras manifestações, dá especial ênfase ao clima esperançoso e otimista em relação ao futuro do país, mas também segue os desdobramentos da eleição. Após a fraude, uma parcela da população decidiu iniciar protestos e passeatas contra o governo, exigindo justiça e o respeito aos mecanismos democráticos. O governo, entretanto, adotou medidas duríssimas de repressão, dando total liberdade às milícias e ao exército para prender, torturar e atacar os manifestantes e os ativistas políticos. Ao final, a violência inaudita, especialmente dos milicianos, mas praticada com total autorização do governo, atingiu seus objetivos e conseguiu reprimir os protestos e assegurar o resultado oficial das eleições.
A proposta é propiciar uma reflexão sobre as condições políticas criadas pelo atual governo iraniano, que tenta construir uma imagem democrática, porém não passa de uma verdadeira ditadura que não respeita os direitos humanos e trata seus próprios cidadãos como potenciais inimigos. Para retratar a marcha dos oposicionistas e a repressão, a obra utiliza uma forma de registro ainda pouco utilizada em documentários, qual seja, os relatos produzidos nas redes sociais (twitter e facebook) e blogs. É por meio desses textos, produzidos por manifestantes anônimos, que o filme reconstitui os fatos e tece sua narrativa. E aí entra uma produção muito eficiente: animações que dramatizam parte das histórias dos personagens, costuradas com vídeos de inúmeras câmeras de celulares dos próprios manifestantes, tendo em vista que a imprensa estrangeira foi expulsa do Irã na época.
Com isso, o diretor aproxima o espectador tanto da euforia que a expectativa de vitória gerou, quanto do trauma das 70 mortes e as 150 prisões após o resultado das eleições (muitos continuam presos e submetidos à tortura). O retrato da juventude iraniana sufocada pela tríade partido-clero-forças armadas é comovente e é impossível não se revoltar. É muita juventude e muito futuro oprimidos por um regime tão arbitrário e corrupto, o que passa longe de uma simples disputa de torcidas como houve quem opinasse, irresponsavelmente, à época. O desejo de liberdade no Irã custou muito sangue nas ruas. Não é à toa que alguns deixaram o país, como é o caso de 3 dos jovens entrevistados, sendo duas jornalistas, e de uma outra testemunha que dá sua versão dos fatos sem sequer mostrar o rosto.
O objetivo do documentário é sensibilizar a opinião pública sobre o problema enfrentado pelo povo iraniano e de que medidas urgentes precisam ser tomadas, como por exemplo, sanções internacionais contra o governo do país. Para isso, utiliza imagens fortes, uma narração apelativa, uma trilha sonora marcante e uma série de depoimentos de figuras públicas: jornalistas, ativistas conhecidos, políticos e membros de organizações supranacionais. São os depoimentos dessas pessoas que reforçam/legitimam as narrativas encontradas nos blogs e no twitter.
Nessa obra pungente, o povo, sobretudo os jovens, ganha voz e grita por liberdade.

Avaliação: ***

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Doméstica

País: Brasil

Ano: 2012
Gênero: Documentário
Duração: 75 min
Direção: Gabriel Mascaro
Elenco: Dilma dos Santos Souza, Flávia Santos Silva e Helena Araújo.

Sinopse: os momentos mais marcantes das filmagens de sete jovens que registraram o cotidiano das empregadas domésticas.

Crítica: o documentário, se assemelha demais ao ficcional Domésticas (2001), codirigido por Fernando Meirelles e Nando Olival. Se este, realizado há mais de dez anos, surgiu a partir de uma intensa pesquisa e de uma série de entrevistas com domésticas da vida real e ganhava força por um conjunto de fatores – um texto inteligente, atuações acima da média, diretores com domínio de narrativa – o atual carece de tudo isso.
Sete jovens foram recrutados, numa seleção que buscou a maior diversidade possível: meninos e meninas, ricos ou pobres, religiosos ou não, e de diferentes estados, para registrarem durante uma semana o dia-a-dia das suas empregadas domésticas. A edição final resultou num mosaico de histórias que retratam as relações de domínio, o cotidiano, as diferenças sociais, a intimidade.
Temos a doméstica que cuida das crianças com maior presença do que os próprios pais, a que se senta à mesa com os patrões durante o sabbath judaico, a que é empregada de uma outra empregada doméstica, a que era amiga de infância daquela que hoje é sua patroa, a que foi praticamente adotada pela família que lhe emprega e tem na dona da casa a melhor babá para a própria filha recém-nascida, o homem que encontrou nas lidas domésticas um refúgio para o seu fracasso familiar e a que trocou a  própria família por aquela que hoje a emprega.
No entanto, os melhores momentos são quando a câmera parece estar escondida, longa do olhar da jovem cineasta. Aí descobrimos as tristezas, frustrações, agonias, decepções e (poucas) conquistas destes profissionais.
Apesar do tema interessante e da ideia promissora, a obra é frágil e incapaz de se sustentar . Pois, a presença dos patrões por perto acaba por interferir no discurso das domésticas e aí a naturalidade some. Fica uma sensação de falsidade no ar, de algo que não foi dito com franqueza. Dessa forma, o documentário fica válido somente como um painel do dia-a-dia das domésticas, não acrescentando muita coisa ao espectador.
Avaliação: **

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Raça


País: EUA/Brasil
Ano: 2012
Gênero: Documentário
Duração: 104 min
Direção: Joel Zito Araújo e Megan Mylan
Elenco: -

Sinopse: o cotidiano de três personalidades negras lutando pela igualdade: Miúda dos Santos que batalha pela posse das terras e pelo respeito às suas tradições ancestrais da Comunidade Quilombola de Linharinho (ES); Paulo Paim, autor do Estatuto da Igualdade Racial; e Netinho de Paula, idealizador canal TV da Gente formado, majoritariamente, por profissionais negros.

Crítica: os diretores acompanharam os 3 personagens durante vários anos. De forma dinâmica, retratam as idas e vindas, a batalha de cada um, as frustrações, as tentativas, os acertos, as vitórias, os progressos, as regressões.
Miúda dos Santos é uma mulher muito simpática, de um olhar cativante e, sobretudo, otimista, que participa de reuniões e manifestações, indo inclusive ao Congresso Nacional, em Brasília, reivindicar o direito de posse das terras nos estado do Espírito Santo aos Quilombolas. Paulo Paim sofreu humilhações pelo fato de ser negro e encontrou na política um caminho para mostrar à sociedade o valor do negro. Netinho ousou e criou uma TV só de negros. Todos eles enfrentam dificuldades e o documentário mostra esses passos, o quanto é árdua a luta para quem sempre sofreu e sofre o preconceito de toda uma sociedade.
Bem editado, é um belo filme sobre um longo caminho que ainda precisa ser trilhado.

Avaliação: ***

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Finalmente 18! (21 & over)


País: EUA
Ano: 2013
Gênero: Comédia
Duração: 93 min
Direção: Jon Lucas e Scott Moore
Elenco: Miles Teller, Justin Chon e Sarah Wright.

Sinopse: estudante faz aniversário na véspera da prova para entrar na escola de medicina. Porém, ao invés de descansar e se preparar, ele decide tomar uma cerveja com dois amigos. O problema é que a noite toma rumos inesperados.

Crítica:
Avaliação: a conferir

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Giovanni Improtta


País: Brasil
Ano: 2013
Gênero: Comédia
Duração: 100 min
Direção: José Wilker
Elenco: José Wilker, Andréa Beltrão e Milton Gonçalves.

Sinopse: Giovanni Improtta é um contraventor que sonha com a ascensão social. Após a morte de um colega de trabalho, ele tem a chance de entrar num grupo formado apenas por grandes contraventores, que está negociando nos bastidores a liberação dos cassinos no Brasil.

Crítica:
Avaliação: a conferir

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Reino Escondido (Epic)


País: EUA
Ano: 2013
Gênero: Animação
Duração: 102 min
Direção: Chris Wedge
Elenco: -

Sinopse: adolescente está prestes a ir embora da casa do pai quando, acidentalmente, envolve-se no confronto entre os Homens-Folha e os Boggans, seres de tamanho diminuto que seu pai tanto procura.

Crítica:
Avaliação: a conferir

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O Massacre da Serra Elétrica – A Lenda Continua (Texas Chainsaw)


País: EUA
Ano: 2013
Gênero: Terror
Duração: 92 min
Direção: John Luessenhop
Elenco: Alexandra Daddario, Trey Songz e Scott Eastwood.

Sinopse: garota é surpreendida por parente que também sobreviveu ao massacre na década 1970.

Crítica:
Avaliação: a conferir

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domingo, 12 de maio de 2013

Amor Profundo (The Deep Blue Sea)


País: EUA/Reino Unido
Ano: 2011
Gênero: Drama
Duração: 98 min
Direção: Terence Davies
Elenco: Rachel Weisz, Tom Hiddleston e Simon Russell Beale.

Sinopse: quando a relação com o amante é descoberta, mulher decide cometer suicídio. Mas os planos falham, e ela começa a questionar as escolhas que fez na vida.

Crítica: o filme fala de amor, insegurança, dor, perda e solidão até um perigoso limiar da dependência de afeto: o suicídio.
Na tradução literal, ‘The Deep Blue Sea’ significa O Mar Azul-escuro. A cor simboliza a tristeza e é usada para descrever tal sentimento em inglês. Deep também passa a noção de profundidade. Dessa forma, o título original se mostra uma síntese quase perfeita do filme que apesar de não ser fácil de assistir, deixa sua marca. Essa dificuldade surge devido ao início um pouco tedioso, carregado de drama, e ao seu cenário triste, deprimido e mórbido, por vezes. Depois, gestos, olhares e silêncios traçam com perfeição os perfis e sofrimentos de cada personagem.
A trama, baseada na peça de Terence Rattigan, se passa no dia em que Hester (Rachel Weisz) tenta se matar. Daí em diante, é entrecortada por suas lembranças e temos um vislumbre de como irrompeu tamanha crise. Vale destacar a edição que é bastante interessante; as memórias da protagonista voltam à tona sem alarde e de forma quase poética, como na belíssima passagem do bombardeio a Londres.
Em meio a um casamento tedioso com Sir William, respeitado juiz, Hester apaixona-se por Mr. Page (Tom Hiddleston), ex- combatente da 2ª Guerra Mundial. Aos poucos, percebe-se sua fraqueza e fragilidade para sustentar-se na ausência do companheiro que idolatra os tempos de guerra. De maneira sutil, a dependência afetiva de vários personagens entra em cena e esse é o foco da obra.
Sir William, mesmo numa alta posição social, é submisso à mãe. O filho herda o traço de racionalidade, mas em sua presença não passa de uma criança. Hester, por sua vez, tem dificuldade para lidar com qualquer figura masculina devido à relação mal resolvida com o pai (que é um pastor): acaba se anulando diante de cada homem que entra em sua vida.
Rachel Weisz, contida e deprimida, transmite a fragilidade e a insegurança da personagem, com o ápice de interpretação na cena de choro em frente à lareira, de uma veracidade que impressiona. A atuação de Hiddleston, acima da média na pele de Mr. Page, que oscila entre fúria e arrependimento, decisão e tolerância na sua afetação pós-guerra, também merece ser elogiada. Os demais coadjuvantes são consistentes e dão força à narrativa, como o amigo de Page e a mãe do juiz William. Além disso, a fotografia sépia e o cenário escuro são primorosos, passando a dor da espera, a agonia de não saber como agir e o tormento da solidão de Hester com relação ao seu relacionamento.
Numa analogia com o mundo pós-guerra em que é necessário recomeçar dos escombros, uma separação dolorosa exige forças para dar início a uma nova fase da vida, o que é retratado com esmero nesse trabalho.

Avaliação: ***

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Somos Tão Jovens


País: Brasil
Ano: 2013
Gênero: Drama
Duração: 104 min
Direção: Antônio Carlos da Fontoura
Elenco: Thiago Mendonça, Laila Zaid, Sandra Corveloni, Bianca Comparato, Bruno Torres, Daniel Passi, Conrado Godoy, Nicolau Villa-Lobos, Sérgio Dalcin, Olívia Torres, Ibsen Perucci e Edu Moraes.

Sinopse: fã do punk rock, Renato começa a se envolver com o cenário musical de Brasília após melhorar dos problemas de saúde. É quando ajuda a fundar a banda Aborto Elétrico e, logo depois, a Legião Urbana.

Crítica: uma parcela dos espectadores, formada por pessoas hoje na faixa dos 30 e 40 anos e que viveram a sua adolescência durante a década de 1980, terão uma enorme empatia com a história devido ao apelo sentimental e nostálgico que ela provoca. Já os mais novos talvez não sintam essa ligação de maneira tão forte, que seria essencial para que o impacto do filme fosse completo.
O roteiro se baseia na vida de Renato Russo entre 1975 e 1985, período em que o músico se aprofundou no rock e na literatura, formou a banda Aborto Elétrico, viveu o seu período de trovador solitário e, por fim, montou a Legião Urbana.
Vivido com autenticidade e perfeição por Thiago Mendonça (o Luciano de ‘2 Filhos de Francisco’), o Renato mostrado em ‘Somos Tão Jovens’ é movido por sonhos e está ainda se descobrindo, tanto no aspecto musical quanto na vida sentimental. Vale mencionar que todas as músicas apresentadas no filme foram cantadas pelo próprio Mendonça, que fez um trabalho exemplar e possui um timbre bastante semelhante ao de Russo. Outro destaque é Laila Zaid, bem natural no papel da amiga Ana Cláudia.
Ainda que, de modo geral, o longa tenha inúmeros acertos, alguns pontos negativos não passam despercebidos, como as péssimas atuações dos coadjuvantes. Marcos Breda é um vexame como o pai do vocalista, numa interpretação forçada e desastrosa. Edu Moraes como Herbert Viana é totalmente caricato, lembrando mais um personagem de programa humorístico. Outros membros que formarão a banda ou outras bandas também têm uma performance bem amadora. A mãe é razoável, mas está longe de convencer. Fora esses aspectos, foi feito um retrato honesto e repleto de autenticidade sobre o músico que foi a principal figura surgida no rock brasileiro da década de 1980.
O início da carreira de Renato Russo e a criação do Aborto Elétrico, ao lado de Fê Lemos e André Pretorius – depois substituído por Flávio Lemos –, é especialmente educativa e didática ao lançar um olhar histórico sobre uma das formações mais importantes e influentes já surgidas no rock brasileiro, ao lado da Plebe Rude. Serviu de base para toda a cena de Brasília que se formou, se sustentou e se alimentou durante décadas – no caso do Capital Inicial, até hoje.
Mas o filme não apaixona e não cativa, como o excelente ‘Cazuza – O Tempo não Para’ (2004). A grande causa disso está na atuação pouco profissional de parte do elenco e do roteiro muito enxuto, onde se mostraram coisas não tão necessárias e excluíram-se outras que talvez fossem mais relevantes à história do músico.
Avaliação: ***

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Em Transe (Trance)


País: Reino Unido
Ano: 2013
Gênero: Suspense
Duração: 103 min
Direção: Danny Boyle
Elenco: James McAvoy, Vincent Cassel e Rosario Dawson.

Sinopse: profissional ligado aos leilões de peças de arte acaba envolvido com uma gangue responsável pelo roubo de quadros. Para se livrar dos bandidos, ele se junta a uma hipnoterapeuta. Porém, a relação deles coloca todos em perigo.

Crítica: depois de ‘Trainspotting’, trabalho que marcou sua carreira, do ‘Quem Quer ser Um Milionário?’, onde ganhou o Oscar de Melhor Direção, e do ótimo ‘127 Horas’, Boyle parece não ter encontrado o foco aqui.
São tantos caminhos e reviravoltas sem explicação e que ainda culminam num final nada brilhante.
A história se desenvolve a partir de um roubo que resulta na perda de memória de um dos envolvidos. Os primeiros vinte minutos apresentam esse cenário com um ritmo bastante frenético e ótima trilha sonora, deixando a impressão de que teremos uma produção em grande estilo.
Mas, infelizmente, o que na próxima uma hora e meia é uma tentativa de thriller psicológico mal sucedido e duvidoso. As explicações dadas para as guinadas da trama são rasas e irritam, fazendo com que a credibilidade vá por água abaixo.
O elenco fica em cima do muro: não ajuda, mas também não é, nem de longe, o grande problema da película. Destaque para James McAvoy e Rosario Dawson, ambos estão à altura dos papéis de protagonistas. Já Vincent Cassel funciona muito bem na fase conquistador, mas quando tenta intimidar, causa um sentimento de vergonha alheia que nos faz ter saudade de seus tempos áureos, como em 'O Ódio' (1995).
Resumindo, o longa tinha uma premissa bastante interessante, mas tropeça em preciosismos e não funciona.
O filme é baseado em um acontecimento real. Em 18 de março de 1990 ladrões disfarçados de policiais entraram no museu Isabella Stewart Gardner Museum, em Boston, e roubaram treze obras de arte. Considerado o maior roubo de obras de arte da história dos Estados Unidos, até hoje o caso não foi solucionado. Em 18 de março de 2013, o FBI relatou que identificaram os ladrões do tal roubo, mas que não descobriram o paradeiro das obras. Uma das pinturas roubadas foi "A Tempestade no Mar da Galiléia" (The Storm on the Sea of Galilee, 1633), do holandês Rembrandt. A famosa obra é conhecida por ter o próprio pintor representado, olhando em direção ao observador, podendo ser considerada como um autorretrato.
Deixa a desejar, mas funciona como passatempo para os menos exigentes.
Avaliação: **

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Enterrado Vivo (Buried)


País: EUA
Ano: 2010
Gênero: Suspense
Duração: 97 min
Direção: Rodrigo Cortés
Elenco: Ryan Reynolds, Robert Paterson, José Luis García, Stephen Tobolowsky, Samantha Mathis, Warner Loughlin e Erik Palladino.

Sinopse: Paul Conroy (Ryan Reynolds) ainda não está pronto para morrer. Mas, quando ele acorda dentro de um caixão a 2 metros abaixo da terra sem a menor ideia de quem ou porque o colocaram lá, a vida dele se transforma em um único esforço extremo pela sobrevivência. Enterrado apenas com um celular e um isqueiro, o pouco oxigênio transforma ‘Enterrado Vivo’ numa aflitiva experiência de corrida contra o tempo. Paul tem apenas 90 minutos para conseguir que o resgatem antes que seu pior pesadelo se torne verdade.

Crítica: toda a ação (toda mesmo!) se passa num caixão sob a terra, onde o motorista de caminhão Paul (Ryan Reynolds) foi, como diz o título do filme, enterrado vivo. Ao lado dele, apenas um isqueiro e um celular. Por quê? Por quem? Para quê? Estas e outras perguntas serão respondidas lenta e desesperadoramente até o final da projeção. Haja fôlego para assistir. A exceção ocorre somente por um ou dois brevíssimos momentos quando a câmera se permite um respiro para "fora" do caixão.
‘Enterrado Vivo’ radicaliza ao extremo a chamada Lei das Três Unidades do Teatro Clássico, que teoriza sobre o conceito de um tempo, um espaço e uma ação. Aqui, temos um tempo único, corrido e real de 90 minutos, o espaço ínfimo de um caixão de madeira, e a ação desesperada da luta pela sobrevivência. Que passa pelo conceito da consciência ou não do que está acontecendo.
Talento não faltou ao roteirista Chris Sparling, tampouco ao diretor espanhol Rodrigo Cortés. Como não poderia deixar de ser, trata-se de um filme limítrofe, sob todos os aspectos. Uma pequena escorregada poderia ser fatal às pretensões dramáticas da obra. Felizmente, o tropeço não acontece e tudo é feito com precisão.
O roteiro é bem estruturado, bem amarrado e bem resolvido da primeira à última sequência.
Coproduzido por Espanha, EUA e França e rodado em apenas 17 dias, o longa levou o prêmio de Melhor Roteiro pela Associação dos Críticos dos EUA.

Avaliação: ***

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Source Code (Contra o Tempo)


País: EUA/França
Ano: 2011
Gênero: Ficção Científica
Duração: 93 min
Direção: Duncan Jones
Elenco: Jake Gyllenhaal, Michelle Monaghan, Vera Farmiga, Jeffrey Wright e Russell Peters.

Sinopse: numa manhã, um soldado (Jake Gyllenhaal) acorda no corpo de um viajante desconhecido e, oito minutos depois do fato estranho, é testemunha da explosão de um trem. A missão desse soldado é descobrir o responsável pela explosão.

Crítica: morrer pelo seu país, ressuscitar, morrer de novo, ressuscitar de novo e assim por diante, quantas vezes forem necessárias. É contra esta situação que o militar Stevens (Jake Gyllenhaal) se revolta ao saber que, sem sequer ser consultado, está fazendo parte de um experimento ultrassecreto do governo americano.
Trata-se de um projeto futurista capaz de manipular o tempo e fazer de Stevens uma espécie de agente-cobaia, que será arremessado numa situação de extremo perigo oito minutos antes que o pior aconteça. Caso não consiga evitar a tragédia anunciada, ele terá uma nova chance de mais oito minutos, e desta forma sucessivamente até cumprir sua missão, morrendo quantas vezes for preciso.
A trama, atrativa e bem elaborada, foi escrita por Ben Ripley, um jovem roteirista que após escrever os capítulos 3 e 4 de ‘A Experiência’ (lançados direto em DVD) faz em ‘Contra o Tempo’ sua estreia cinematográfica. O filme é intrigante e inteligente. Numa primeira leitura, trata-se de uma boa ficção científica que remete aos melhores trabalhos do escritor norte-americano Phillip K. Dick, que teve muitas de suas obras levadas ao cinema, como por exemplo, Minority Report: A Nova Lei (com Tom Cruise),  O Vingador do Futuro (com Arnold Schwarzenegger), Assassinos Cibernéticos (com Peter Weller), O Pagamento / Pago para Esquecer (com Ben Affleck), O Vidente (com Nicolas Cage), A Scanner Darkly (com Keanu Reeves) Os Agentes do Destino (com Matt Damon) entre outros.
Há, ainda, a subtrama do homem oprimido lutando contra um sistema desumano, aliado a um fio condutor romântico que multiplica a motivação do protagonista. Destaque para as atuações de Jake Gyllenhaal e Vera Farmiga, bastante convincentes.
Vale a pena conferir!

Avaliação: ***

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Sequestro

País: Brasil

Ano: 2009
Gênero: Documentário

Duração: 94 min
Direção: Wolney Atalla

Elenco: -


Sinopse: durante quatro anos, os trabalhos da Divisão Antissequestro da Polícia Civil de São Paulo foram acompanhados. Neste período, aproximadamente 400 pessoas foram sequestradas no estado de São Paulo e mais de 1.500 em todo o Brasil. O filme mostra situações reais como a negociação entre família e sequestradores, o resgate de uma criança de seis anos, um sequestro comandado de dentro da cadeia e depoimentos de vítimas resgatadas.

Crítica: o documentário, exibido em mostras e festivais desde 2009, teve pouco espaço e repercussão no cinema. A demora no lançamento retrata a dificuldade que pequenas produções nacionais, em especial as não ficcionais, encontram para chegar às salas de projeção no país.
Retrata o dia-a-dia da Divisão Antissequestros (DAS) da Polícia Civil de São Paulo e tem como principal mérito o fato de ir direto ao ponto. Assume uma posição desde os créditos iniciais e trata de mantê-la ao decorrer dos acontecimentos. A produção foca suas atenções em casos específicos de sequestro e em depoimentos de vítimas, e por isso usa os primeiros minutos justamente para dar um embasamento estatístico e para apresentar teorias. O documentário aponta que, em sua origem, o crime tinha natureza política e que o grande erro da justiça no Brasil foi prender os criminosos políticos junto com os normais, criando assim uma espécie de universidade dentro dos presídios.
Uma das grandes virtudes do trabalho foi ter conseguido um acesso impressionante às atividades da DAS, acompanhando, inclusive, negociações para libertação de reféns. Cita casos históricos como os sequestros de Abílio Diniz e Washington Olivetto, mas foca nas pessoas comuns, como Cléber, José Ibiapina e uma menina de seis anos de idade.
Traz depoimentos de criminosos, policiais, vítimas e familiares, tentando (e conseguindo) abordar ao máximo as questões relativas ao delito. Dentre os depoimentos, destacam-se o do policial que não aguentou a dura rotina e acabou sofrendo um AVC, o da mãe de um sequestrador e o de uma vítima que foi estuprada em cativeiro. Como podem imaginar, nada disso é fácil de ser visto ou ouvido, contudo não dá para ignorar a importância do registro.
Em alguns momentos acaba parecendo uma propaganda da DAS, principalmente por revelar apenas um caso em que a situação não termina bem. 
Muito bem fotografado, produzido e editado, faz uma cobertura ampla de vários elementos do sequestro: o cativeiro, a negociação, a prisão e, sobretudo, a investigação.
Uma pena não ter tido uma divulgação maior no cinema. Duro, real, mas necessário para mostrar as injustiças e mazelas do Brasil.
Avaliação: ***

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sexta-feira, 10 de maio de 2013

Feito Gente Grande (Du Vent Dans Mes Mollets)


País: França
Ano: 2012
Gênero: Comédia dramática
Duração: 89 min
Direção: Carine Tardieu.
Elenco: Juliette Gombert, Anna Lemarchand, Agnès Jaoui, Denis Podalydes, Isabelle Carré, Isabella Rossellini, Elsa Lepoivre e Judith Magre.

Sinopse: dividida entre seus pais, que a enchem de amor e de almôndegas, Rachel (Juliette Gombert), 9 anos, conta os minutos que a separam da liberdade. Até o dia em que seu caminho cruza o da intrépida Valérie.

Crítica: equilibrando de forma competente a alegria da juventude com as dores do amadurecimento, ‘Feito Gente Grande’ é um daqueles pequenos grandes filmes que surgem nos cinemas para nos surpreender. Seus personagens humanos e situações corriqueiras conquistam o público, seja adulto ou criança.
O longa, baseado no livro de Raphaele Moussafi, conta as peripécias de Rachel (a novata Juliette Gombert), uma garota esperta, sonhadora, mas um tanto solitária e triste, que, em um novo colégio, conhece a espoleta Valérie (a também estreante Anna Lemarchand), com quem começa uma amizade.
Os pais de Rachel, Colette (Agnès Jaoui) e Michel (Denis Podalydès) preocupam-se com a situação da filha, já que em seu aniversário de nove anos apenas uma criança aparece na festinha – Valèrie, ao lado de sua bela mãe, Catherine (Isabelle Carré).
Entre o dia a dia na escola, a convivência com os pais e as descobertas da juventude, Rachel começará a conhecer o significado de palavras como amizade, felicidade – e outras tantas não tão bonitas.
O drama/comédia se passa na década de 80 e Rachel, apesar de bastante nova, já faz terapia, encorajada por sua mãe.
Ainda que tenha certa leveza em boa parte da história, assuntos sérios são abordados. A perda é uma delas. Uma das colegas de aula de Rachel é órfã e acaba tendo um tratamento diferenciado por parte dos professores e colegas, algo que impressiona por demais a jovem protagonista. A morte é um conceito desconhecido para aquela menina, ainda que seja algo que desperte muita curiosidade. Sua avó, por exemplo, é motivo de preocupação para a família desde que sofreu um acidente vascular cerebral, dormindo no mesmo quarto da neta. Esta, por sua vez, checa a cada manhã a respiração de sua velha companheira de dormitório, perguntando para si mesma se o momento final chegou. Ainda que não apareça de forma esperada, a morte é uma visitante indesejada que acaba dando as caras no filme em um dos momentos mais pungentes de Feito Gente Grande. Outros temas como a sexualidade, a fidelidade e a insegurança são retratados com igual competência pela direção.
O grande trunfo do filme está na dupla formidável de meninas que vivem Rachel e Valèrie. Elas são tão naturais, que é impressionante. E a parceria com os atores veteranos e excelentes, Agnès Jaoui e Denis Podalydès, é perfeita.
Assistam! O filme é imperdível!

Avaliação: ****

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Pedalando com Molière (Alceste à Bicyclette)


País: França/Espanha
Ano: 2011
Gênero: Drama
Duração: 104 min
Direção: Philippe Le Guay
Elenco: Fabrice Luchini, Lambert Wilson e Maya Sansa.

Sinopse: no auge da sua carreia de ator, Serge Tanneur (Fabrice Luchini) vive como eremita quando Gauthier Valence (Lambert Wilson), um ator de televisão bajulado pelo público, o procura para lhe propor um papel em “O Misantropo” de Molière.

Crítica: muitos não conhecem a preparação que atores fazem tanto para entrar em um palco ou em um filme, mas se estiver a fim de conhecer, um bom exemplo, embora de forma bem cômica, é assistir ao filme "Pedalando com Molière". O título original é Alceste (um dos personagens do livro) de bicicleta. Uma das cenas do filmes é justamente os dois pedalando à beira-mar e recitando o texto.
O longa, para quem não gosta muito de textos praticamente lidos e interpretados, pode até cansar um pouco, mas a forma de interação entre os protagonistas é muito bacana e diverte na medida fazendo com que mesmo eles lendo textos nos divirtam com tudo que fazem. Literalmente um filme de atores, onde pouco importa a história que está se passando já que os protagonistas conseguem fazer muito mais pela trama.
A sinopse nos mostra que cansado da carreira de ator, o respeitado Serge Tanneur decide abandonar os palcos e se aposentar, vivendo isolado na pequena Ilha de Ré. Sua calma é interrompida pela chegada de Gauthier Valence, ator de televisão popular, que o convida a interpretar o papel principal em uma adaptação de "O Misantropo", de Molière. Afinal, a nova condição de Serge combina muito bem com o personagem clássico... Após a recusa inicial, Serge propõe um desafio: ambos devem ensaiar a primeira cena da peça juntos, nos papéis de Philinte e Alceste, e depois de cinco dias treinando, ele dará a resposta sobre sua participação. Começam assim os jogos de poder e manipulação entre os dois homens.
Esse jogo que ambos os atores fazem no filme acaba se tornando a grande diversão da obra e chega a ser impressionante o que ambos fazem num "simples" ensaio, cada um tentando levar vantagem sobre o outro e vice-versa, implicando com a forma de dizer uma palavra, de forma que a condução da história vai indo num ritmo tão forte que não sabeos que proporções irá tomar.
Os atores fazendo papéis de atores é algo preciso que poucos conseguiriam fazer. Eu sou fã de Fabrice Luchini e aqui ele está sublime mais uma vez.
Nesse desenrolar, coadjuvantes surgem e histórias paralelas interrompem os ensaios: Serge vai olhar uma casa para morar e Gauthier vai a uma clínica fazer vasectomia.
O local onde o filme se passa, ilha de Ré, em frente à comuna francesa La Rochelle, é um charme. E os diálogos são hilários, impossível não se divertir.
Mas nem tudo é diversão. Algumas falas parecem traduzir o momento de cada um e ego, inveja e competição virão à tona mostrando do que o ser humano é capaz.
A direção é impecável, os atores formidáveis, os risos garantidos e o final está à altura. Não perca!

Avaliação: ****

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Uma Dama em Paris (Une Estonienne à Paris)


País: França
Ano: 2012
Gênero: Drama
Duração: 94 min
Direção: Ilmar Raag
Elenco: Jeanne Moreau, Laine Mägi e Patrick Pineau.

Sinopse: Anne (Laine Mägi) sai da Estônia para ir a Paris cuidar de Frida (Jeanne Moreau), uma senhora estoniana que mora na França há muitos anos. Mas Frida tenta desencorajá-la de todas as maneiras.

Crítica: o título original “Uma Estoniana em Paris” chamaria mais a atenção, afinal é difícil ver por aqui algum filme que fale sobre a Estônia. A produção feita em parceria com a França e a Bélgica tem um ponto bastante positivo a seu favor: as ótimas atuações.
A grandiosa Jeanne Moreau, aos seus 85 anos, dá vida à Frida, uma idosa que mora sozinha sem a presença de parentes e amigos. Estoniana, ela fugiu de seu país quando o mesmo foi tomado pelos russos, teve anos difíceis e vive à espera da atenção de Stéphane (Patrick Pineau). Aqui está uma das surpresas do filme. Quando ele aparece nas primeiras cenas, não sabemos exatamente o que ele é de Frida. Talvez um filho, um amigo, um irmão. Na verdade, é um ex-amante. Quando mais jovem, Frida se encantou com o rapaz que era garçom do restaurante do seu marido. Hoje, ele comanda um café comprado por Frida e o único que parece se importar com ela.
Como esta senhora tem um gênio complicado, é difícil alguém se manter na posição de sua auxiliar. Mas Stéphane tenta mais uma vez e contrata Anne (Laine Mägi), também estoniana e que perdeu a mãe recentemente. Tendo pouco contato com os filhos e divorciada há 12 anos, apesar do ex-marido alcóolatra ainda a perturbar, ela vê a proposta de ir à França como uma chance para mudar sua vida e esquecer a solidão.
Apesar do temperamento exarcebado de Frida, logo nascerá uma bela cumplicidade e amizade, mas tudo sem clichês. A direção é segura ao construir esse caminho.
No entanto, o que torna a produção ainda mais interessante é a existência de outro tema paralelo: a difícil ambientação da nova assistente em uma cidade cosmopolita e, com isso, a reunião de não apenas duas, mas três almas solitárias.
O apartamento de Frida é um lar solitário, com amplos espaços escuros que parecem sem vida, deixando os personagens e, é claro, o público, num ambiente claustrofóbico. Tanto que um maiores momentos de felicidade de Anne é quando ela deixa a casa à noite para dar voltas numa Paris vazia, simplesmente para olhar roupas de grife e perfumes caros nas vitrines, expressando o desejo de ser alguém parecido com o da realidade daquele país. Mas logo ela descobre que isso tem que vir dela mesma, ao ponto de se sentir à vontade e em casa.
O longa conquista o espectador com uma história singela e sensível, que tem no trio de atores performances louváveis.

Avaliação: ***

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O Homem que Ri (L’Homme qui Rit)


País: França
Ano: 2012
Gênero: Drama, suspense
Duração: 93 min
Direção: Jean-Pierre Améris
Elenco: Gérard Depardieu, Conrad Veidt, Christa Theret, Marc-André Grondin e Emmanuelle Seigner.

Sinopse: Ursus (Gérard Depardieu), um showman pitoresco, acolhe dois órfãos em sua caravana: Gwynplaine, um jovem com o rosto marcado por uma cicatriz que dá a impressão de estar permanentemente rindo, e Déa, uma menina cega. Baseado na obra do escritor francês Victor Hugo.

Crítica: a primeira versão deste filme (mudo) foi feita em 1928 e foi um sucesso. O então diretor Paul Leni elaborou um cenário macabro, cheio de mistério, suspense e morbidez que funcionou muito bem. Essa fórmula se repete nessa nova versão, agora com Gérard Depardieu (mais uma vez convincente, como o personagem Ursus).
Ele é encontrado pelo menino Gwynplaine (Conrad Veidt), abandonado pelo médico que o criou. No frio intenso, ele encontra outra menina menor (Dea), nos braços da mãe já morta. Procura, então, ajuda e encontra Ursus que os acolhe. Logo, ele descobre que a menina está cega e que o garoto tem o rosto desfigurado. Ursus costumava viajar em sua carroça vendendo ervas para curar doenças. Com as crianças, muda seu foco de negócio. Começam a fazer teatro, usando as particularidades de cada um. O sucesso aumenta e vão tentar a sorte numa cidade maior quando suas vidas passam a correr riscos.
A história misteriosa é envolvente e o cenário (retratando o ano de 1869) e a trilha sonora são aspectos importantes na trama. E ainda é um retrato crítico da aristocracia da época.
Um filme bem dirigido, apesar de mais enxuto que o primeiro e de retratar uma pequena parte da obra de Victor Hugo. Vale a pena conferir. O final melodramático fecha a trama com perfeição.

Avaliação: ***

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Adeus, Minha Rainha (Les Adieux à la Reine)


País: França/Espanha
Ano: 2011
Gênero: Drama
Duração: 104 min
Direção: Benoit Jacquot
Elenco: Diane Kruger, Léa Seydoux e Virginie Ledoyen.

Sinopse: em 1789, quando a notícia da tomada da Bastilha chega à Versalhes, o castelo esvazia. Mas Sidonie, jovem leitora inteiramente dedicada à Rainha, não quer acreditar nos rumores que ouve.

Crítica: a produção é uma adaptação do romance de Chantal Thomas, que conta a história de Maria Antonieta (Diane Kruger) pela ótica de uma serviçal, Sidonie Laborde (Léa Seydoux). Sidonie possui uma paixão platônica pela rainha e essa por sua vez, é apaixonada pela Duquesa de Polignac (Virginie Ledoyen). Esse triângulo amoroso lésbico, um tanto irreal para a história que conhecemos, irá estourar exatamente no momento em que as cabeças de Antonieta e Polignac estão prometidas à guilhotina.
Retratar Maria Antonieta no cinema não é tarefa fácil, tendo em vista o último e desastroso filme sobre ela, dirigido por Sofia Coppola.
Aqui Maria Antonieta (muito bem interpretada por Diane Kruger) é frágil, delicada e perdida em meio ao caos da paixão e dos maneirismos políticos, e não megera como a história sempre a mostrou. Mas o grande destaque da obra é mesmo Léa Seydoux, no papel de Sidonie. Todo o decorrer da história nos é mostrado pelos olhos da sua personagem, que é órfã de mãe e pai e a responsável pelas leituras da rainha. A atriz entrega a exposição da corte e o retrato de Antonieta da forma que enxerga, platonicamente. E, ficcional ou não, observamos atentamente seus sentimentos que não conseguiam acreditar que a monarquia chegava ao fim, assim como a era dourada de sua rainha.
A direção faz bem esse caminho. Com sutileza, revela que as mudanças estão próximas. O relógio de Sidonie desaparece, que pode muito bem simbolizar o término de uma era para a França; ratos mortos surgem em diversos momentos, refletindo as péssimas condições sanitárias que o país passava; falta comida, inclusive para os funcionários do Palácio de Versalhes; a insatisfação do povo aumenta a ponto de circular um manifesto com o nome de 286 cabeças que serão cortada.   
É certo que faltou mais profundidade no tema que mudou a história da França e coadjuvantes que se comunicassem mais com o espectador em diálogos mais interessantes, mas a trama flui bem graças a uma ótima produção e edição.
No entanto, a direção não tinha a pretensão de contar toda a vida e morte da arquiduquesa austríaca e rainha da França, e sim revelar diferentes facetas e seu lado frágil.

Avaliação: ***

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