sexta-feira, 10 de maio de 2013

Uma Dama em Paris (Une Estonienne à Paris)


País: França
Ano: 2012
Gênero: Drama
Duração: 94 min
Direção: Ilmar Raag
Elenco: Jeanne Moreau, Laine Mägi e Patrick Pineau.

Sinopse: Anne (Laine Mägi) sai da Estônia para ir a Paris cuidar de Frida (Jeanne Moreau), uma senhora estoniana que mora na França há muitos anos. Mas Frida tenta desencorajá-la de todas as maneiras.

Crítica: o título original “Uma Estoniana em Paris” chamaria mais a atenção, afinal é difícil ver por aqui algum filme que fale sobre a Estônia. A produção feita em parceria com a França e a Bélgica tem um ponto bastante positivo a seu favor: as ótimas atuações.
A grandiosa Jeanne Moreau, aos seus 85 anos, dá vida à Frida, uma idosa que mora sozinha sem a presença de parentes e amigos. Estoniana, ela fugiu de seu país quando o mesmo foi tomado pelos russos, teve anos difíceis e vive à espera da atenção de Stéphane (Patrick Pineau). Aqui está uma das surpresas do filme. Quando ele aparece nas primeiras cenas, não sabemos exatamente o que ele é de Frida. Talvez um filho, um amigo, um irmão. Na verdade, é um ex-amante. Quando mais jovem, Frida se encantou com o rapaz que era garçom do restaurante do seu marido. Hoje, ele comanda um café comprado por Frida e o único que parece se importar com ela.
Como esta senhora tem um gênio complicado, é difícil alguém se manter na posição de sua auxiliar. Mas Stéphane tenta mais uma vez e contrata Anne (Laine Mägi), também estoniana e que perdeu a mãe recentemente. Tendo pouco contato com os filhos e divorciada há 12 anos, apesar do ex-marido alcóolatra ainda a perturbar, ela vê a proposta de ir à França como uma chance para mudar sua vida e esquecer a solidão.
Apesar do temperamento exarcebado de Frida, logo nascerá uma bela cumplicidade e amizade, mas tudo sem clichês. A direção é segura ao construir esse caminho.
No entanto, o que torna a produção ainda mais interessante é a existência de outro tema paralelo: a difícil ambientação da nova assistente em uma cidade cosmopolita e, com isso, a reunião de não apenas duas, mas três almas solitárias.
O apartamento de Frida é um lar solitário, com amplos espaços escuros que parecem sem vida, deixando os personagens e, é claro, o público, num ambiente claustrofóbico. Tanto que um maiores momentos de felicidade de Anne é quando ela deixa a casa à noite para dar voltas numa Paris vazia, simplesmente para olhar roupas de grife e perfumes caros nas vitrines, expressando o desejo de ser alguém parecido com o da realidade daquele país. Mas logo ela descobre que isso tem que vir dela mesma, ao ponto de se sentir à vontade e em casa.
O longa conquista o espectador com uma história singela e sensível, que tem no trio de atores performances louváveis.

Avaliação: ***

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