Adeus, Minha Rainha (Les Adieux à la Reine)
País:
França/Espanha
Ano:
2011
Gênero:
Drama
Duração:
104 min
Direção: Benoit Jacquot
Elenco: Diane Kruger, Léa Seydoux e
Virginie Ledoyen.
Sinopse: em 1789, quando a notícia da
tomada da Bastilha chega à Versalhes, o castelo esvazia. Mas Sidonie, jovem
leitora inteiramente dedicada à Rainha, não quer acreditar nos rumores que
ouve.
Crítica: a produção é uma adaptação do romance de
Chantal Thomas, que conta a história de Maria Antonieta (Diane Kruger) pela
ótica de uma serviçal, Sidonie Laborde (Léa Seydoux). Sidonie possui uma paixão
platônica pela rainha e essa por sua vez, é apaixonada pela Duquesa de Polignac
(Virginie Ledoyen). Esse triângulo amoroso lésbico, um tanto irreal para a
história que conhecemos, irá estourar exatamente no momento em que as cabeças
de Antonieta e Polignac estão prometidas à guilhotina.
Retratar Maria Antonieta no
cinema não é tarefa fácil, tendo em vista o último e desastroso filme sobre ela,
dirigido por Sofia Coppola.
Aqui Maria Antonieta (muito
bem interpretada por Diane Kruger) é frágil, delicada e perdida em meio ao caos
da paixão e dos maneirismos políticos, e não megera como a história sempre a
mostrou. Mas o grande destaque da obra é mesmo Léa Seydoux, no papel de
Sidonie. Todo o decorrer da história nos é mostrado pelos olhos da sua
personagem, que é órfã de mãe e pai e a responsável pelas leituras da rainha. A
atriz entrega a exposição da corte e o retrato de Antonieta da forma que
enxerga, platonicamente. E, ficcional ou não, observamos atentamente seus sentimentos
que não conseguiam acreditar que a monarquia chegava ao fim, assim como a era
dourada de sua rainha.
A direção faz bem esse
caminho. Com sutileza, revela que as mudanças estão próximas. O relógio de
Sidonie desaparece, que pode muito bem simbolizar o término de uma era para a
França; ratos mortos surgem em diversos momentos, refletindo as péssimas condições
sanitárias que o país passava; falta comida, inclusive para os funcionários do Palácio
de Versalhes; a insatisfação do povo aumenta a ponto de circular um manifesto
com o nome de 286 cabeças que serão cortada.
É certo que faltou mais
profundidade no tema que mudou a história da França e coadjuvantes que se
comunicassem mais com o espectador em diálogos mais interessantes, mas a trama
flui bem graças a uma ótima produção e edição.
No entanto, a direção não
tinha a pretensão de contar toda a vida e morte da arquiduquesa austríaca e
rainha da França, e sim revelar diferentes facetas e seu lado frágil.
Avaliação:
***
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