sexta-feira, 10 de maio de 2013

Adeus, Minha Rainha (Les Adieux à la Reine)


País: França/Espanha
Ano: 2011
Gênero: Drama
Duração: 104 min
Direção: Benoit Jacquot
Elenco: Diane Kruger, Léa Seydoux e Virginie Ledoyen.

Sinopse: em 1789, quando a notícia da tomada da Bastilha chega à Versalhes, o castelo esvazia. Mas Sidonie, jovem leitora inteiramente dedicada à Rainha, não quer acreditar nos rumores que ouve.

Crítica: a produção é uma adaptação do romance de Chantal Thomas, que conta a história de Maria Antonieta (Diane Kruger) pela ótica de uma serviçal, Sidonie Laborde (Léa Seydoux). Sidonie possui uma paixão platônica pela rainha e essa por sua vez, é apaixonada pela Duquesa de Polignac (Virginie Ledoyen). Esse triângulo amoroso lésbico, um tanto irreal para a história que conhecemos, irá estourar exatamente no momento em que as cabeças de Antonieta e Polignac estão prometidas à guilhotina.
Retratar Maria Antonieta no cinema não é tarefa fácil, tendo em vista o último e desastroso filme sobre ela, dirigido por Sofia Coppola.
Aqui Maria Antonieta (muito bem interpretada por Diane Kruger) é frágil, delicada e perdida em meio ao caos da paixão e dos maneirismos políticos, e não megera como a história sempre a mostrou. Mas o grande destaque da obra é mesmo Léa Seydoux, no papel de Sidonie. Todo o decorrer da história nos é mostrado pelos olhos da sua personagem, que é órfã de mãe e pai e a responsável pelas leituras da rainha. A atriz entrega a exposição da corte e o retrato de Antonieta da forma que enxerga, platonicamente. E, ficcional ou não, observamos atentamente seus sentimentos que não conseguiam acreditar que a monarquia chegava ao fim, assim como a era dourada de sua rainha.
A direção faz bem esse caminho. Com sutileza, revela que as mudanças estão próximas. O relógio de Sidonie desaparece, que pode muito bem simbolizar o término de uma era para a França; ratos mortos surgem em diversos momentos, refletindo as péssimas condições sanitárias que o país passava; falta comida, inclusive para os funcionários do Palácio de Versalhes; a insatisfação do povo aumenta a ponto de circular um manifesto com o nome de 286 cabeças que serão cortada.   
É certo que faltou mais profundidade no tema que mudou a história da França e coadjuvantes que se comunicassem mais com o espectador em diálogos mais interessantes, mas a trama flui bem graças a uma ótima produção e edição.
No entanto, a direção não tinha a pretensão de contar toda a vida e morte da arquiduquesa austríaca e rainha da França, e sim revelar diferentes facetas e seu lado frágil.

Avaliação: ***

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