Adeus (Bé Omid é Didar)
País: Irã
Ano:
2011
Gênero: Drama
Duração: 104
min
Direção: Mohammad Rasoulof
Elenco: -
Sinopse: uma jovem advogada de Teerã, impedida de
exercer sua profissão e grávida de alguns meses, tenta conseguir um visto para
deixar o Irã.
Crítica: o filme é tenso do início ao final. No
decorrer da trama, não há nenhum alívio. Filmado em tonalidades cinzas, ele é claustrofóbico, assim como a vida de sua protagonista.
Sua luta para sair do país
nos comove. É exaustiva e cansativa. Suas dúvidas em seguir adiante ou não com o que pretende atingem o público que torce
por ela. A ausência de trilha sonora torna o silêncio ainda mais sufocante. A
analogia feita entre a personagem e sua tartaruga demonstra grande sensibilidade
por parte do diretor. Ambas vivem enclausuradas em suas caixas, apenas sobrevivendo,
não encontrando saída para a vida.
Aos poucos, os diálogos vão
revelando o que realmente aconteceu a ela: porque não advoga mais, o que faz
para sobreviver, onde está seu marido, porque ela é tão fechada em seu mundo.
Na trama outros aspectos
da pressão do governo são mostrados, como o confisco do receptor de satélite
(proibido no país) e pagamento de multa, a necessidade de autorização do marido
para a esposa poder fazer um exame ginecológico ou a obrigação da presença
deste em uma simples consulta. Essas críticas vão sendo expostas naturalmente.
Em 20 de dezembro de 2010, Rasoulof
foi condenado pelo governo do Irã a seis anos de prisão sob a acusação de
"propaganda contra o regime". O diretor Abbas Kiarostami, também
iraniano, pediu sua libertação, juntamente com a do cineasta Jafar Panahi, da
mesma forma condenado a prisão domiciliar e proibido de fazer filmes.
‘Adeus’, por exemplo, foi
realizado em condições semiclandestinas durante o inverno de 2010/2011. Aqui, a
mensagem é nítida: o exílio do Irã é a única chance possível de liberdade
individual.
Um crime é impedir que homens
corajosos como esses trabalhem e abordem, em suas obras, a realidade de seu país.
Avaliação:
***
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