Doméstica
País: Brasil
Ano: 2012
Gênero: Documentário
Duração: 75 min
Direção: Gabriel Mascaro
Elenco: Dilma dos Santos Souza,
Flávia Santos Silva e Helena Araújo.
Sinopse: os momentos mais marcantes
das filmagens de sete jovens que registraram o cotidiano das empregadas
domésticas.
Crítica: o documentário, se assemelha demais ao
ficcional Domésticas (2001), codirigido por Fernando Meirelles e Nando Olival.
Se este, realizado há mais de dez anos, surgiu a partir de uma intensa pesquisa
e de uma série de entrevistas com domésticas da vida real e ganhava força por
um conjunto de fatores – um texto inteligente, atuações acima da média,
diretores com domínio de narrativa – o atual carece de tudo isso.
Sete jovens foram
recrutados, numa seleção que buscou a maior diversidade possível: meninos e
meninas, ricos ou pobres, religiosos ou não, e de diferentes estados, para
registrarem durante uma semana o dia-a-dia das suas empregadas domésticas. A
edição final resultou num mosaico de histórias que retratam as relações de domínio,
o cotidiano, as diferenças sociais, a intimidade.
Temos a doméstica que cuida
das crianças com maior presença do que os próprios pais, a que se senta à mesa
com os patrões durante o sabbath judaico, a que é empregada de uma outra
empregada doméstica, a que era amiga de infância daquela que hoje é sua patroa,
a que foi praticamente adotada pela família que lhe emprega e tem na dona da
casa a melhor babá para a própria filha recém-nascida, o homem que encontrou
nas lidas domésticas um refúgio para o seu fracasso familiar e a que trocou
a própria família por aquela que hoje a
emprega.
No entanto, os melhores
momentos são quando a câmera parece estar escondida, longa do olhar da jovem
cineasta. Aí descobrimos as tristezas, frustrações, agonias, decepções e
(poucas) conquistas destes profissionais.
Apesar do tema interessante
e da ideia promissora, a obra é frágil e incapaz de se sustentar . Pois, a
presença dos patrões por perto acaba por interferir no discurso das domésticas
e aí a naturalidade some. Fica uma sensação de falsidade no ar, de algo que não
foi dito com franqueza. Dessa forma, o documentário fica válido somente como um
painel do dia-a-dia das domésticas, não acrescentando muita coisa ao
espectador.
Avaliação:
**
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