Ferrugem e Osso (De Rouille et d'Os)
País: França/Bélgica
Ano:
2012
Gênero: Drama
Duração: 122
min
Direção: Jacques Audiard
Elenco: Marion Cotillard, Matthias Schoenaerts, Corinne
Masiero, Armand Verdure, Céline Sallette, Bouli Lanners, Jean-Michel Correia,
Mourad Frarema, Yannick Choirat, Fred Menut, Duncan Versteegh, Katia Chaperon,
Catherine Fa, Andès Lopez Jabois, Océane Cartia, Françoise Michaud, Irina Coito
e David Billaud.
Sinopse: no norte da França, o lutador Ali (Matthias
Schoenaerts) depara-se com a responsabilidade de cuidar do filho Sam, de cinco
anos, a quem mal conhece. Sem dinheiro ou casa, ele vai morar com a irmã Anna (Corinne
Masiero) e acaba conhecendo Stéphanie (Marion Cottillard), uma treinadora de
baleias. Porém, o laço entre os dois só se estreita após uma performance de
orcas que termina em acidente.
Crítica: esse é mais um trabalho louvável na carreira do
diretor francês Jacques Audiard, que já tem no currículo os ótimos ‘De Tanto
Bater, Meu Coração Parou’ (De battre mon coeur s'est arrêté, 2005) e ‘Um
Profeta’ (Un prophète, 2009).
Tem drama sem ser melodramático;
tem romance, mas nada previsível; e tem humor e ritmo apesar de momentos difíceis;
e uma bela trilha sonora. Talvez a trama seja carregada com um pouco de exagero,
todavia a história é bem narrada, de forma direta, como a vida é mesmo, e com personagens
marcantes. Marion Cottilard esbanja talento novamente, porém é o ator belga Matthias
Schoenaerts (Ali) que ganha maior espaço na trama, dando mesmo tudo de si no
pai ausente e frustrado lutador de boxe, dono de uma personalidade complexa, ora
com atitudes duras e frias, ora sensíveis.
O filme fala de muitas
coisas, mas surpreende pela não previsibilidade. Por exemplo, no início o foco
parece ser o acidente que acontece com Stéphanie, treinadora de baleias. Contudo,
logo o personagem Ali e sua forma de viver é que vai ganhando forma e moldando
os que estão à sua volta. Até a sua falta de compaixão acaba por nos cativar. A
química entre os protagonistas é indiscutível e os diálogos são excelentes, com
ótimas pitadas de humor.
O filme pode até ser simples
para Cotillard (atriz que levou o Oscar pelo seu papel em ‘Piaf – Um Hino ao Amor’),
mas é uma simplicidade necessária e é o maior trunfo do personagem, sendo
perfeitamente compatível com o de Ali.
Enredos paralelos também
costuram a trama (nem todos assim tão essenciais), no entanto, não prejudicam o
impacto que a obra deseja passar: sobre como a vida pode ser dura, cruel, e
também bela, cheia de surpresas e libertadora.
Avaliação:
***
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