domingo, 5 de maio de 2013

Ferrugem e Osso (De Rouille et d'Os)


País: França/Bélgica
Ano: 2012
Gênero: Drama
Duração: 122 min
Direção: Jacques Audiard

Elenco: Marion Cotillard, Matthias Schoenaerts, Corinne Masiero, Armand Verdure, Céline Sallette, Bouli Lanners, Jean-Michel Correia, Mourad Frarema, Yannick Choirat, Fred Menut, Duncan Versteegh, Katia Chaperon, Catherine Fa, Andès Lopez Jabois, Océane Cartia, Françoise Michaud, Irina Coito e David Billaud.

Sinopse: no norte da França, o lutador Ali (Matthias Schoenaerts) depara-se com a responsabilidade de cuidar do filho Sam, de cinco anos, a quem mal conhece. Sem dinheiro ou casa, ele vai morar com a irmã Anna (Corinne Masiero) e acaba conhecendo Stéphanie (Marion Cottillard), uma treinadora de baleias. Porém, o laço entre os dois só se estreita após uma performance de orcas que termina em acidente.
Crítica: esse é mais um trabalho louvável na carreira do diretor francês Jacques Audiard, que já tem no currículo os ótimos ‘De Tanto Bater, Meu Coração Parou’ (De battre mon coeur s'est arrêté, 2005) e ‘Um Profeta’ (Un prophète, 2009).
Tem drama sem ser melodramático; tem romance, mas nada previsível; e tem humor e ritmo apesar de momentos difíceis; e uma bela trilha sonora. Talvez a trama seja carregada com um pouco de exagero, todavia a história é bem narrada, de forma direta, como a vida é mesmo, e com personagens marcantes. Marion Cottilard esbanja talento novamente, porém é o ator belga Matthias Schoenaerts (Ali) que ganha maior espaço na trama, dando mesmo tudo de si no pai ausente e frustrado lutador de boxe, dono de uma personalidade complexa, ora com atitudes duras e frias, ora sensíveis.
O filme fala de muitas coisas, mas surpreende pela não previsibilidade. Por exemplo, no início o foco parece ser o acidente que acontece com Stéphanie, treinadora de baleias. Contudo, logo o personagem Ali e sua forma de viver é que vai ganhando forma e moldando os que estão à sua volta. Até a sua falta de compaixão acaba por nos cativar. A química entre os protagonistas é indiscutível e os diálogos são excelentes, com ótimas pitadas de humor.
O filme pode até ser simples para Cotillard (atriz que levou o Oscar pelo seu papel em ‘Piaf – Um Hino ao Amor’), mas é uma simplicidade necessária e é o maior trunfo do personagem, sendo perfeitamente compatível com o de Ali.
Enredos paralelos também costuram a trama (nem todos assim tão essenciais), no entanto, não prejudicam o impacto que a obra deseja passar: sobre como a vida pode ser dura, cruel, e também bela, cheia de surpresas e libertadora.

Avaliação: ***

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