Pedalando com Molière (Alceste à Bicyclette)
País:
França/Espanha
Ano:
2011
Gênero:
Drama
Duração:
104 min
Direção: Philippe Le Guay
Elenco: Fabrice
Luchini, Lambert Wilson e Maya Sansa.
Sinopse: no auge da sua carreia de
ator, Serge Tanneur (Fabrice Luchini) vive como eremita quando Gauthier Valence
(Lambert Wilson), um ator de televisão bajulado pelo público, o procura para
lhe propor um papel em “O Misantropo” de Molière.
Crítica: muitos não conhecem a preparação que atores
fazem tanto para entrar em um palco ou em um filme, mas se estiver a fim de
conhecer, um bom exemplo, embora de forma bem cômica, é assistir ao filme
"Pedalando com Molière". O título original é Alceste (um dos
personagens do livro) de bicicleta. Uma das cenas do filmes é justamente os
dois pedalando à beira-mar e recitando o texto.
O longa, para quem não
gosta muito de textos praticamente lidos e interpretados, pode até cansar um
pouco, mas a forma de interação entre os protagonistas é muito bacana e diverte
na medida fazendo com que mesmo eles lendo textos nos divirtam com tudo que
fazem. Literalmente um filme de atores, onde pouco importa a história que está
se passando já que os protagonistas conseguem fazer muito mais pela trama.
A sinopse nos mostra que
cansado da carreira de ator, o respeitado Serge Tanneur decide abandonar os
palcos e se aposentar, vivendo isolado na pequena Ilha de Ré. Sua calma é
interrompida pela chegada de Gauthier Valence, ator de televisão popular, que o
convida a interpretar o papel principal em uma adaptação de "O
Misantropo", de Molière. Afinal, a nova condição de Serge combina muito
bem com o personagem clássico... Após a recusa inicial, Serge propõe um
desafio: ambos devem ensaiar a primeira cena da peça juntos, nos papéis de
Philinte e Alceste, e depois de cinco dias treinando, ele dará a resposta sobre
sua participação. Começam assim os jogos de poder e manipulação entre os dois
homens.
Esse jogo que ambos os
atores fazem no filme acaba se tornando a grande diversão da obra e chega a ser
impressionante o que ambos fazem num "simples" ensaio, cada um
tentando levar vantagem sobre o outro e vice-versa, implicando com a forma de
dizer uma palavra, de forma que a condução da história vai indo num ritmo tão forte
que não sabeos que proporções irá tomar.
Os atores fazendo papéis de
atores é algo preciso que poucos conseguiriam fazer. Eu sou fã de Fabrice
Luchini e aqui ele está sublime mais uma vez.
Nesse desenrolar,
coadjuvantes surgem e histórias paralelas interrompem os ensaios: Serge vai
olhar uma casa para morar e Gauthier vai a uma clínica fazer vasectomia.
O local onde o filme se
passa, ilha de Ré, em frente à comuna francesa La Rochelle, é um charme. E os
diálogos são hilários, impossível não se divertir.
Mas nem tudo é diversão.
Algumas falas parecem traduzir o momento de cada um e ego, inveja e competição virão
à tona mostrando do que o ser humano é capaz.
A direção é impecável, os
atores formidáveis, os risos garantidos e o final está à altura. Não perca!
Avaliação: ****
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