domingo, 12 de maio de 2013

Somos Tão Jovens


País: Brasil
Ano: 2013
Gênero: Drama
Duração: 104 min
Direção: Antônio Carlos da Fontoura
Elenco: Thiago Mendonça, Laila Zaid, Sandra Corveloni, Bianca Comparato, Bruno Torres, Daniel Passi, Conrado Godoy, Nicolau Villa-Lobos, Sérgio Dalcin, Olívia Torres, Ibsen Perucci e Edu Moraes.

Sinopse: fã do punk rock, Renato começa a se envolver com o cenário musical de Brasília após melhorar dos problemas de saúde. É quando ajuda a fundar a banda Aborto Elétrico e, logo depois, a Legião Urbana.

Crítica: uma parcela dos espectadores, formada por pessoas hoje na faixa dos 30 e 40 anos e que viveram a sua adolescência durante a década de 1980, terão uma enorme empatia com a história devido ao apelo sentimental e nostálgico que ela provoca. Já os mais novos talvez não sintam essa ligação de maneira tão forte, que seria essencial para que o impacto do filme fosse completo.
O roteiro se baseia na vida de Renato Russo entre 1975 e 1985, período em que o músico se aprofundou no rock e na literatura, formou a banda Aborto Elétrico, viveu o seu período de trovador solitário e, por fim, montou a Legião Urbana.
Vivido com autenticidade e perfeição por Thiago Mendonça (o Luciano de ‘2 Filhos de Francisco’), o Renato mostrado em ‘Somos Tão Jovens’ é movido por sonhos e está ainda se descobrindo, tanto no aspecto musical quanto na vida sentimental. Vale mencionar que todas as músicas apresentadas no filme foram cantadas pelo próprio Mendonça, que fez um trabalho exemplar e possui um timbre bastante semelhante ao de Russo. Outro destaque é Laila Zaid, bem natural no papel da amiga Ana Cláudia.
Ainda que, de modo geral, o longa tenha inúmeros acertos, alguns pontos negativos não passam despercebidos, como as péssimas atuações dos coadjuvantes. Marcos Breda é um vexame como o pai do vocalista, numa interpretação forçada e desastrosa. Edu Moraes como Herbert Viana é totalmente caricato, lembrando mais um personagem de programa humorístico. Outros membros que formarão a banda ou outras bandas também têm uma performance bem amadora. A mãe é razoável, mas está longe de convencer. Fora esses aspectos, foi feito um retrato honesto e repleto de autenticidade sobre o músico que foi a principal figura surgida no rock brasileiro da década de 1980.
O início da carreira de Renato Russo e a criação do Aborto Elétrico, ao lado de Fê Lemos e André Pretorius – depois substituído por Flávio Lemos –, é especialmente educativa e didática ao lançar um olhar histórico sobre uma das formações mais importantes e influentes já surgidas no rock brasileiro, ao lado da Plebe Rude. Serviu de base para toda a cena de Brasília que se formou, se sustentou e se alimentou durante décadas – no caso do Capital Inicial, até hoje.
Mas o filme não apaixona e não cativa, como o excelente ‘Cazuza – O Tempo não Para’ (2004). A grande causa disso está na atuação pouco profissional de parte do elenco e do roteiro muito enxuto, onde se mostraram coisas não tão necessárias e excluíram-se outras que talvez fossem mais relevantes à história do músico.
Avaliação: ***

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