Somos Tão Jovens
País: Brasil
Ano: 2013
Gênero: Drama
Duração: 104 min
Direção: Antônio Carlos da Fontoura
Elenco: Thiago Mendonça, Laila Zaid,
Sandra Corveloni, Bianca Comparato, Bruno Torres, Daniel Passi, Conrado Godoy, Nicolau
Villa-Lobos, Sérgio Dalcin, Olívia Torres, Ibsen Perucci e Edu Moraes.
Sinopse: fã do punk rock, Renato
começa a se envolver com o cenário musical de Brasília após melhorar dos
problemas de saúde. É quando ajuda a fundar a banda Aborto Elétrico e, logo
depois, a Legião Urbana.
Crítica: uma parcela dos espectadores, formada por
pessoas hoje na faixa dos 30 e 40 anos e que viveram a sua adolescência durante
a década de 1980, terão uma enorme empatia com a história devido ao apelo sentimental e nostálgico que ela provoca. Já os mais novos talvez
não sintam essa ligação de maneira tão forte, que seria essencial para que o
impacto do filme fosse completo.
O roteiro se baseia na vida
de Renato Russo entre 1975 e 1985, período em que o músico se aprofundou no
rock e na literatura, formou a banda Aborto Elétrico, viveu o seu período de
trovador solitário e, por fim, montou a Legião Urbana.
Vivido com autenticidade e
perfeição por Thiago Mendonça (o Luciano de ‘2 Filhos de Francisco’), o Renato
mostrado em ‘Somos Tão Jovens’ é movido por sonhos e está ainda se descobrindo,
tanto no aspecto musical quanto na vida sentimental. Vale mencionar que todas
as músicas apresentadas no filme foram cantadas pelo próprio Mendonça, que fez
um trabalho exemplar e possui um timbre bastante semelhante ao de Russo. Outro
destaque é Laila Zaid, bem natural no papel da amiga Ana Cláudia.
Ainda que, de modo geral, o
longa tenha inúmeros acertos, alguns pontos negativos não passam despercebidos,
como as péssimas atuações dos coadjuvantes. Marcos Breda é um vexame como o pai
do vocalista, numa interpretação forçada e desastrosa. Edu Moraes como Herbert
Viana é totalmente caricato, lembrando mais um personagem de programa
humorístico. Outros membros que formarão a banda ou outras bandas também têm
uma performance bem amadora. A mãe é razoável, mas está longe de convencer.
Fora esses aspectos, foi feito um retrato honesto e repleto de autenticidade
sobre o músico que foi a principal figura surgida no rock brasileiro da década
de 1980.
O início da carreira de
Renato Russo e a criação do Aborto Elétrico, ao lado de Fê Lemos e André
Pretorius – depois substituído por Flávio Lemos –, é especialmente educativa e
didática ao lançar um olhar histórico sobre uma das formações mais importantes
e influentes já surgidas no rock brasileiro, ao lado da Plebe Rude. Serviu de
base para toda a cena de Brasília que se formou, se sustentou e se alimentou
durante décadas – no caso do Capital Inicial, até hoje.
Mas o filme não apaixona e
não cativa, como o excelente ‘Cazuza – O Tempo não Para’ (2004). A grande causa disso está na atuação pouco profissional de parte do elenco e do roteiro muito enxuto, onde se mostraram coisas não tão necessárias e excluíram-se outras que talvez fossem mais relevantes à história do músico.
Avaliação:
***
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