domingo, 12 de maio de 2013

Amor Profundo (The Deep Blue Sea)


País: EUA/Reino Unido
Ano: 2011
Gênero: Drama
Duração: 98 min
Direção: Terence Davies
Elenco: Rachel Weisz, Tom Hiddleston e Simon Russell Beale.

Sinopse: quando a relação com o amante é descoberta, mulher decide cometer suicídio. Mas os planos falham, e ela começa a questionar as escolhas que fez na vida.

Crítica: o filme fala de amor, insegurança, dor, perda e solidão até um perigoso limiar da dependência de afeto: o suicídio.
Na tradução literal, ‘The Deep Blue Sea’ significa O Mar Azul-escuro. A cor simboliza a tristeza e é usada para descrever tal sentimento em inglês. Deep também passa a noção de profundidade. Dessa forma, o título original se mostra uma síntese quase perfeita do filme que apesar de não ser fácil de assistir, deixa sua marca. Essa dificuldade surge devido ao início um pouco tedioso, carregado de drama, e ao seu cenário triste, deprimido e mórbido, por vezes. Depois, gestos, olhares e silêncios traçam com perfeição os perfis e sofrimentos de cada personagem.
A trama, baseada na peça de Terence Rattigan, se passa no dia em que Hester (Rachel Weisz) tenta se matar. Daí em diante, é entrecortada por suas lembranças e temos um vislumbre de como irrompeu tamanha crise. Vale destacar a edição que é bastante interessante; as memórias da protagonista voltam à tona sem alarde e de forma quase poética, como na belíssima passagem do bombardeio a Londres.
Em meio a um casamento tedioso com Sir William, respeitado juiz, Hester apaixona-se por Mr. Page (Tom Hiddleston), ex- combatente da 2ª Guerra Mundial. Aos poucos, percebe-se sua fraqueza e fragilidade para sustentar-se na ausência do companheiro que idolatra os tempos de guerra. De maneira sutil, a dependência afetiva de vários personagens entra em cena e esse é o foco da obra.
Sir William, mesmo numa alta posição social, é submisso à mãe. O filho herda o traço de racionalidade, mas em sua presença não passa de uma criança. Hester, por sua vez, tem dificuldade para lidar com qualquer figura masculina devido à relação mal resolvida com o pai (que é um pastor): acaba se anulando diante de cada homem que entra em sua vida.
Rachel Weisz, contida e deprimida, transmite a fragilidade e a insegurança da personagem, com o ápice de interpretação na cena de choro em frente à lareira, de uma veracidade que impressiona. A atuação de Hiddleston, acima da média na pele de Mr. Page, que oscila entre fúria e arrependimento, decisão e tolerância na sua afetação pós-guerra, também merece ser elogiada. Os demais coadjuvantes são consistentes e dão força à narrativa, como o amigo de Page e a mãe do juiz William. Além disso, a fotografia sépia e o cenário escuro são primorosos, passando a dor da espera, a agonia de não saber como agir e o tormento da solidão de Hester com relação ao seu relacionamento.
Numa analogia com o mundo pós-guerra em que é necessário recomeçar dos escombros, uma separação dolorosa exige forças para dar início a uma nova fase da vida, o que é retratado com esmero nesse trabalho.

Avaliação: ***

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