quarta-feira, 8 de novembro de 2017

A Trama (L’Atelier)

País: França
Ano: 2017
Gênero: Drama
Duração: 113 min
Direção: Laurent Cantet
Elenco: Marina Foïs, Matthieu Lucci e Warda Rammach.

Sinopse: é verão em La Ciotat, na França. Antoine (Matthieu Lucci) acaba de aceitar um convite para participar de um grupo de escrita, onde alguns jovens têm a tarefa de escrever um romance policial com a ajuda de Olivia (Marina Foïs), uma famosa romancista. O problema é que, durante o processo, o texto vai acabar revisitando assuntos antigos da cidade, fazendo com que Antoine perca o interesse, e criando uma complicada inimizade com o grupo.

Crítica: “A Trama” acompanha sete jovens (alguns progressistas e outros reacionários, entre brancos, negros e árabes), que buscam adentrar o mercado de trabalho fazendo uma oficina com uma renomada escritora em uma pequena cidade chamada La Ciotat, que vive um presente de não muito sucesso devido ao fechamento de seu estaleiro 25 anos atrás.
Aos poucos, Antoine (Matthieu Lucci), um dos jovens, começa a se destacar por seu comportamento agressivo que destoa dos outros que estão participando da mesma oficina. Por sua vez, a escritora Olivia Dejazet (Marina Foïs) fica ao mesmo tempo assustada e incomodada com as motivações de sua conduta. Obviamente, embates e conflitos surgem.
Antoine, ao ler suas histórias violentas para o grupo, é questionado se tem consciência das implicações políticas que uma obra com essas características pode representar.
Intrigada, a professora tenta descobrir um pouco de Antoine: seus amigos, o que faz nas horas vagas, sua posição política. Encontra, então, no menino introvertido, uma provável sedução pelo discurso de ódio e exclusão difundido pela extrema direita.  
O roteiro traz discussões e diálogos muito bons que tocam em feridas recentes, como os atentados de Nice e do Bataclan. E as atuações louváveis dos atores são uma grande aliada ao poderoso texto.
“A Trama” sugere que a formação de ideias xenofóbicas, racistas, homofóbicas e machistas vem de uma mistura de medo e ódio, gerada pela falta de perspectivas sociais. Sem trabalho, presos a uma cidade que lhe oferecem poucas oportunidades, jovens (como Antoine) buscam culpados para seu sofrimento, e encontram uma resposta ou uma salvação (do ponto de vista deles) nos apelos de lideranças neonazistas, extremistas e radicais.
O diretor consegue, por meio da oficina, que a vida dos personagens dialogue com o texto que escrevem, ou ainda que a história-dentro-da-história influencie a trama do filme – de alcance atual e urgente.

Avaliação: ****

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