segunda-feira, 20 de novembro de 2017

Human Flow – Não Existe Lar se Não Há para Onde Ir

País: Alemanha
Ano: 2017
Gênero: Documentário
Duração: 140 min
Direção: Ai WeiWei
Elenco: -

Sinopse: ao longo de um ano, o diretor Ai Weiwei acompanhou crises de refugiados em 23 países, incluindo França, Grécia, Alemanha, Iraque, Afeganistão, México, Turquia, Bangladesh e Quênia, retratando as causas que levam milhões de pessoas a abandonarem seus países de origem, como a guerra, a miséria e a perseguição política, refletindo sobre as dificuldades encontradas na busca por uma vida melhor. 

Crítica: o diretor chinês, Ai WeiWei, efetuou dezenas de viagens pelo mundo inteiro investigando as particularidades dos campos de refugiados na África, na Ásia e na Europa. Em cada caso ele explica ao espectador, de modo conciso (com informações e estatísticas na tela), o motivo político, religioso ou étnico que deu origem à fuga em massa de habitantes.
Por meio de entrevistas e retratos fotográficos, ele busca humanizar as pessoas, mostra quem elas são e o que foi feito de suas vidas – neste momento, ele alcança a comoção do público e a identificação com o expectador.
Acompanhamos a vida dessas pessoas em inúmeros campos. Alguns, como o da Turquia, que já existe há 60 anos. Ele inova ao mostrar os fluxos atuais de migrações e a crise de refugiados, de pessoas que já se deslocaram de seus países há muito tempo. Em algumas famílias, duas gerações já nasceram em campos.  
Ele ouve autoridades também, que se preocupam com o momento contemporâneo. E destacam a importância de dar aos refugiados as condições básicas: um lar, emprego, comida, água, saúde, educação. Na espera por asilo político, muitas pessoas ou famílias aguardam anos. Elas precisam se sentir úteis, contribuir, trabalhar. A ociosidade é perigosa para todos. As crianças precisam ter uma chance, uma perspectiva de futuro. Caso contrário, poderão tornar-se inimigos no futuro, sendo aliciadas para grupos terroristas, por exemplo.
As imagens (a maioria delas captadas por drones) são incríveis. Mas o documentário peca na edição, visto que às vezes não há relação entre a sequência de cenas e, em outras ocasiões, o que é mostrado torna-se repetitivo, e pelo excesso de tomadas em que Ai Wei Wei aparece em cena sem necessidade – uma vaidade ou um narcisismo bem notável.
De qualquer forma, o filme tem um grande apelo político e social.

Avaliação: ****

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