terça-feira, 7 de novembro de 2017

Manifesto

País: Alemanha
Ano: 2016
Gênero: Arte, Experimental
Duração: 88 min
Direção: Julian Rosefeldt
Elenco: Cate Blanchett, Ruby Bustamante e Ralf Tempel.

Sinopse: os históricos manifestos de arte podem ser aplicados à sociedade contemporânea? É o que Cate Blanchett tenta responder ao explorar os componentes performáticos e o significado político de declarações artísticas e inovadoras do século XX, que vão dos futuristas e dadaístas ao Pop Art, passando por Fluxus, Lars von Trier e Jim Jarmusch. 

Crítica: é um filme interessante, trazendo um desafio ao espectador: de acompanhá-lo em suas mudanças de cenário e de personagens, todos interpretados por Cate Blanchett, e de entendê-lo.
O filme-performance transpõe uma instalação do artista alemão Julian Rosefeldt, exibida em Melbourne, em Berlim e em Nova York em 2015. A obra reunia 13 vídeos protagonizados pela atriz Cate Blanchett e apresentados simultaneamente num mesmo espaço expositivo.
Na adaptação para o cinema, o artista ajustou o dispositivo para uma ordem alternada, com trechos de uma sequência intercalando-se a outra, mantendo assim o princípio de simultaneidade, essencial ao projeto.
Em resumo, questiona-se o que é arte, quais são os seus limites e o que ela tem a dizer.
No filme, há a citação do cineasta Jean-Luc Godard – "Não importa de onde se tira as coisas, mas para onde as leva." – que parece definir o que o “Manifesto” tem a declarar.
Os contrastes visuais e os segmentos alternados entre um jantar em família, um telejornal, uma sala de aula, um galpão de uma banda de rock, entre outros, dão o tom de uma narrativa nada convencional.
Alguns discursos se destacam, como o dadaísta feito em um enterro, o da mãe ultraconservadora que troca a prece por slogans subversivos da pop art, o da professora que instrui seus alunos na tarefa de criarem um filme, seguindo as regras do Dogma 95.
Os minutos de cada versão são curtos e tornam árdua a tarefa do público em assimilar o que é visto e ouvido.
E por fim a obra comprova que nada se cria, apenas se copia de algo pré-existente, como o próprio filme, que fez uma adaptação da sétima arte. 

Avaliação: ***

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