Happy End
País: Áustria/França/Alemanha
Ano:
2017
Gênero: Drama
Duração: 108
min
Direção: Michael
Haneke
Elenco: Isabelle Huppert, Jean-Louis Trintignant, Mathieu Kassovitz e Fantine
Harduin.
Sinopse: Calais, França. Georges Laurent (Jean-Louis
Trintignant) é o patriarca da família, que está preso em uma cadeira de rodas.
Sua filha Anne (Isabelle Huppert) ainda mora com ele, enquanto que seu filho
Thomas (Matthieu Kassovitz) acaba de retornar para a casa do pai, junto com a
esposa e a filha Eve (Fantine Harduin), cuja mãe faleceu recentemente. Entre
eles existe uma intensa incomunicabilidade, que faz com que todos levem a vida
segundo seus interesses pessoais.
Crítica: Michael Haneke é, sem sombra de dúvidas, um
dos diretores mais secos e cruéis do cinema atual, por construir situações
cotidianas de forte impacto emocional. Basta enumerar seus trabalhos
anteriores, como Amor, A Professora de Piano, A Fita Branca, Caché. Diante
dessa apresentação, conclui-se que o título “Final Feliz” é totalmente irônico.
A sequência de abertura,
por exemplo, é extremamente parecida com a de Caché e o próprio desfecho de
Amor também acontece em “Happy End”. Ainda assim, o longa demonstra força
graças ao rigor estético e narrativo empregados pelo diretor, que adia ao
máximo a revelação de qualquer informação sobre a história que está sendo
contada.
Trata-se da
incomunicabilidade, resultante do individualismo dos dias atuais – tema central
da história. Para enfatizá-la, são eliminadas praticamente todas as conversas
olho no olho entre os personagens, que, na maioria dos casos, falam entre si
através do telefone. E a tecnologia entra em ação para também ressaltar tal
dificuldade nas relações pessoais, com referências às gravações feitas via
celular, tipo Snapchat e Instagram Stories, e ainda chats, Facebook e vídeos no
YouTube. Para tanto, Haneke explora o formato de tela e a estética de cada uma
destas mídias sociais, de forma a provocar uma rápida identificação com o
espectador. O resultado é bom e agrada.
Haneke encobre momentos
importantes envolvendo os mesmos personagens, revelando-os apenas verbalmente –
e lá quase no final, o que cria uma grande tensão.
Vale destacar o talento do
diretor para suas criativas e inesperadas ideias. Uma delas surge logo no
início, na sequência com um guindaste. É ver o filme para entender. Muito bom!
Avaliação:
***
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