domingo, 30 de junho de 2013

Os Amantes Passageiros (Los Amantes Pasajeros)

País: Espanha
Ano: 2013
Gênero: Drama
Duração: 90 min
Direção: Pedro Almodóvar
Elenco: Javier Cámara, Carlos Areces, Raúl Arévalo, Lola Dueñas, Cecilia Roth, Antonio de la Torre e Hugo Silva.

Sinopse: dentro de um avião fora de controle, um grupo de personagens excêntricos acredita estar vivendo suas últimas horas de vida. Em meio ao desespero geral, eles começam a fazer confissões inesperadas sobre seus pecados e suas últimas vontades.

Crítica: o filme é Almodóvar 100%, com muito humor sarcástico, diálogos escrachados e cenas ousadas. Os personagens são ótimos (sobretudo os 3 comissários de bordo, muito à vontade em seus papeis) e grande parte do elenco já trabalhou com o cineasta antes, como Javier Cámara, Lola Dueñas e Cecilia Roth. São eles que conduzem o filme, já que a trama em si não é muito profunda. Faltou aquela crítica social a que estamos acostumados a presenciar em suas histórias.
Dessa vez, o cineasta deixou o drama de lado e focou seu trabalho em comédias irreverentes e subversivas que remontam aos seus primeiros trabalhos, distante dos memoráveis ‘Fale com Ela’ e ‘Má Educação’. Ousou bem menos, ao contrário do que fez em 'A Pele que Habito’.
Algumas cenas são realmente hilárias, outras nem tanto. De qualquer maneira, é Almodóvar e o ingresso vale a diversão.  


Avaliação: ***

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Noites de Reis

País: Brasil
Ano: 2013
Gênero: Drama
Duração: 93 min
Direção: Vinicius Reis
Elenco: Bianca Byington, Enrique Díaz e Raquel Bonfante.

Sinopse: após uma tragédia familiar, Dora (Bianca Byington) e sua filha Júlia (Raquel Bonfante) começam a viver outra vez, aprendendo a lidar com o sofrimento. Morando numa cidade no litoral do Rio de Janeiro, elas acompanham a Folia de Reis, com músicos e palhaços que alegram as ruas da região. A rotina da família é abalada com o inesperado retorno de Jorge (Enrique Díaz), que deixou mulher e filha após a morte do filho Lucas. Este encontro vai trazer de volta a dor da perda, mas a crise vai abrir os caminhos para a superação.

Crítica: o primeiro trabalho do diretor foi em ‘A Cobra Fumou’, documentário onde mostra um admirável painel sobre como foi a expedição militar brasileira durante a Segunda Guerra Mundial. Desde então havia rodado apenas um filme, o pouquíssimo visto ‘Praça Saens Peña’.
Aqui, ele apresenta uma história simples de gente que precisa conviver com a perda para seguir adiante. Tudo começa com Dora (Byington) e sua filha Júlia (Raquel Bonfante), que vivem sozinhas em uma casa localizada em Paraty, zona costeira do Rio de Janeiro. Sobre ambas pesa uma tragédia: a morte do filho, que fez com que o marido (Diaz) abandonasse a família. Em meio à inevitável dor decorrente deste fato, e sem ter o amparo esperado do marido, Dora precisa reconstruir a vida. Entretanto, por mais que se esforce o semblante carregado não esconde o peso que carrega, todo dia, para continuar em frente.
É a dor, e como lidar com ela, que dá o norte principal à trama. Neste ponto chama a atenção o desempenho de Bianca Byington que compõe uma personagem sofrida e angustiada. Já a jovem Raquel Bonfante, que interpreta a filha, precisa aprender a atuar. Nas cenas em que aparece, dá a impressão de estar lendo um texto. Enrique Diaz, que surge já com cerca de um terço da trama transcorrido, representa bem o outro lado: aquele que foge, ao invés de enfrentá-lo.
Um filme com narrativa alternativa que tenta mostrar a angústia por meio do silêncio, mas isso não é o suficiente. Falta certo conteúdo e até diálogos maduros e francos entre o casal que envolvesse o espectador. ‘Noites de Reis’ é um filme delicado que tem bastante a dizer, mas falha nesse foco. No entanto, é uma boa tentativa.


Avaliação: **

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Segredos de Sangue (Stoker)

País: EUA/Reino Unido
Ano: 2013
Gênero: Suspense
Duração: 100 min
Direção: Park Chan-wook
Elenco: Mia Wasikowska, Nicole Kidman e Matthew Goode.

Sinopse: em pleno luto por causa da morte de seu pai, India (Mia Wasikowska) deve lidar com o novo comportamento agressivo de sua mãe (Nicole Kidman) e com a chegada inesperada de um tio que ela nem sabia que existia, Charlie (Matthew Goode). Este homem sombrio esconde as reais motivações de sua visita, enquanto seduz as duas mulheres da família.

Crítica: o filme tenta se e não consegue. Entre o drama e o suspense, o diretor erra a mão e a trama se arrasta sem despertar o interesse no espectador. Algumas cenas beiram até ao ridículo.
A interpretação de Matthew Goode, como um psicopata, é vergonhosa. Nicole Kidman como mãe não convence e Mia Wasikowska, que é uma ótima atriz, não tem espaço para crescer no seu personagem devido ao roteiro ruim.
Sem força, a história se perde. Nem o final compensa.  


Avaliação: **

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sexta-feira, 28 de junho de 2013

O Grande Gatsby (The Great Gastby)

País: Austrália/EUA
Ano: 2013
Gênero: Drama
Duração: 142 min
Direção: Baz Luhrmann
Elenco: Leonardo DiCaprio, Joel Edgerton, Tobey Maguire e Carey Mulligan.

Sinopse: adaptação do livro homônimo de F. Scott Fitzgerald. Perseguindo o sonho americano, aspirante a escritor se torna vizinho de misterioso e festeiro milionário.

Crítica: a superprodução custa a envolver o espectador. Exibido em 3D (sem necessidade), o início é lento e exagera na sequência de cenas que mostram como Gatsby é milionário dando suas pomposas festas. O personagem, bem vivido por DiCaprio, demora alguns minutos para aparecer em cena.
O longa inicia com o seu vizinho Nick Carraway (Tobey Maguire) narrando como conheceu Gatsby e o que pensa sobre ele. As imagens são entrecortadas com o passado e voltando ao presente. Carey Mulligan interpreta Daisy Buchanan (com a expressão de sempre), por quem Gatsby é apaixonado e para quem ele teria construído todo o seu império.
Ele a teria conhecido cinco anos atrás, mas por ter que ir à guerra, acabaram distanciados. No dia em que Daisy vai casar com Tom Buchanan (Joel Edgerton), ela recebe uma carta de Gatsby, mas aí já é tarde. Até que Nick, primo de Daisy, vai morar ao lado da casa do excêntrico milionário. Gatsby pede sua ajuda e o reencontro acontece e, a partir daí, o filme flui melhor.
Gatsby mostra sua obsessão pela amada, cujo marido a trai. Nick torna-se um cupido nessa relação e confidente de Gatsby. Enquanto este faz tudo para ter Daisy de volta, as fontes da sua suspeita fortuna são reveladas pelo marido enciumado. Ciúmes, raiva, inveja, possessão, medo, vários sentimentos virão à tona e tragédias ocorrerão.
O livro, com certeza, é melhor que o filme. Menos monumental e mais tocante.


Avaliação: ***

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Guerra Mundial Z (World War Z)

País: EUA
Ano: 2013
Gênero: Ficção Científica
Duração: 116 min
Direção: Marc Forster
Elenco: Brad Pitt, Mireille Enos e Elyes Gabel.

Sinopse: o mundo está sendo invadido por zumbis e as Nações Unidas lutam contra o tempo para evitar o pior. Enquanto isso, Gerry Lane (Brad Pitt), repórter da instituição e enviado especial para a zona de conflito começa uma série de entrevistas com sobreviventes do ataque. Baseado no livro homônimo e best seller escrito por Max Brooks.

Crítica:

Avaliação: a conferir

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Jards

País: Brasil
Ano: 2012
Gênero: Documentário
Duração: 93 min
Direção: Eryk Rocha
Elenco: Jards Macalé, Adriana Calcanhoto e Luiz Melodia.

Sinopse: a trajetória do músico e compositor Jards Macalé, personagem controverso da cultura brasileira nas últimas quatro décadas. O artista carioca cresceu rodeado de música, estudou compositores eruditos, mas sempre representou a música popular brasileira. O longa retrata um pouco do processo criativo do último álbum do autor de canções como "Vapor Barato", "Gothan City" e "Movimento dos Barcos" e sua destreza com diversos instrumentos musicais.

Crítica: Jards Macalé é um cantor e compositor conhecido por poucos: ele não é o autor de canções de sucesso ou de repercussão nas massas. Mesmo assim, sua importância na cultura brasileira pode ser medida pelos parceiros que teve em sua carreira: Maria Betânia, Paulinho da Viola e Moreira da Silva.
Jards é um músico excêntrico e com uma habilidade incrível para instrumentos musicais. O documentário tenta passar essa excentricidade. Já na primeira cena, Macalé ameaça processar os realizadores do documentário se tudo não sair de acordo com seus próprios critérios.
Com depoimentos de vários artistas e da mãe de Jards, garante diversão e lazer com histórias engraçadas e muitas canções.


Avaliação: ***

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Minha Mãe é uma Peça – O Filme

País: Brasil
Ano: 2013
Gênero: Comédia
Duração: 85 min
Direção: Andre Pellenz
Elenco: Paulo Gustavo, Rodrigo Pandolfo, Bruno Bebianno, Suely Franco, Herson Capri, Ingrid Guimarães e Samantha Schmütz.

Sinopse: Dona Hermínia (Paulo Gustavo) é uma mãe divorciada que, um dia, se decepciona com os filhos Marcelina (Mariana Xavier), Juliano (Rodrigo Pandolfo) e Garib (Bruno Bebianno) e resolve sair de casa. Ela vai para o apartamento de sua tia Zélia (Suely Franco) esfriar a cabeça e repensar a vida. Os filhos, sozinhos em casa, a princípio apreciam a liberdade, mas depois veem que não é fácil ficar longe da mãe.
Crítica: Paulo Gustavo sabe entreter e até se sai bem no cinema, mas sua casa mesmo é o teatro.
A personagem Dona Hermínia, criada nos palcos e inspirada na própria mãe, é repleta de humor ácido e expressa com talento características quase universais das progenitoras, como o excesso de cuidado com os filhos, assim como o excesso de crítica.
Sendo um monólogo, originalmente, a comédia precisou desenvolver personagens que existiam apenas no espaço do teatro, na imaginação do espectador, ao transportar a história para a tela de cinema.
O risco aí foi grande. Não há como Paulo Gustavo segurar a trama sozinho nem como os outros personagens serem tão hilários como ele. Alguns momentos são desnecessários, outros nem tão engraçados.
O melhor personagem, infelizmente, é o que menos aparece. Samantha Schmütz encarna a diarista do prédio e tem o mesmo nível de humor ácido de Hermínia. As duas protagonizariam cenas hilariantes se houvesse mais interação.
Seguindo o padrão Globo Filmes, normal que o filme pareça novelesco. Dá para rir um pouco, mas a atuação ainda é um problema em longas brasileiros. Falta naturalidade e aqui há mais um agravante: teatro de comédia ou programa humorístico de TV virar cinema ainda não deu certo.


Avaliação: **

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Universidade Monstros (Monsters University)

País: EUA
Ano: 2013
Gênero: Animação
Duração: min
Direção: Dan Scanlon
Elenco: vozes de Billy Crystal, John Goodman, Peter Sohn, Charlie Day e Alfred Molina.

Sinopse: Mike Wazowski (Billy Crystal) e James P. Sullivan (John Goodman) são uma dupla inseparável em Monstros S.A., mas nem sempre foi assim. Quando se conheceram na universidade, os dois jovens monstros se detestavam, com Mike sendo um sujeito estudioso, mas não muito assustador, e Sulley surgindo como o cara popular e arrogante, graças ao talento inerente para o susto. Após um incidente durante um teste, os dois são obrigados a participarem da mesma equipe na olimpíada dos sustos. A equipe, por sinal, é formada por uma série de monstros desajustados, para o desespero de Sulley, acostumado a conviver com os caras mais populares da escola.

Crítica:

Avaliação: a conferir

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segunda-feira, 24 de junho de 2013

Sushi e a Globalização (Sushi – The Global Catch)

País: EUA
Ano: 2013
Gênero: Documentário
Duração: 75 min
Direção: Mark Hall
Elenco: -

Sinopse: de alimento simples, comercializado nas ruas por vendedores no Japão, o sushi se transformou em item da culinária internacional, nos últimos 30 anos. O documentário acompanha este crescimento. Filmado em cinco países, explora a história e o crescimento desta culinária popular, apresentando questões ligadas ao futuro: como alimentar a fome mundial pelo peixe cru, sem exterminar as populações de peixes selvagens? A tecnologia pode suprir os restaurantes sustentáveis, com recursos como a aquicultura, ou o alimento se tornará cada vez mais valioso, pernicioso para o meio ambiente e foco do consumo de poucos privilegiados?

Crítica: um documentário completo sobre sushi: pesca, venda, distribuição, diferentes e curiosas formas de preparo e consumo.
Com muitos depoimentos, detalhes, imagens, ilustrações e informações valiosas, o trabalho expõe o aumento alarmante do consumo do alimento em todo o mundo (EUA, Singapura, Polônia, Austrália, China e até México) e as consequências, como por exemplo, o perigo de extinção do atum de barbatana azul, pescado em vários mares. Grandes pescadores chegam a pescar 3.000 de uma vez só. O salmão e a enguia também são espécies ameaçadas pelo consumo demasiado.
A preocupação não é exagero: houve uma redução de 90% da população dessa espécie nos últimos anos. Há sushi vendido em quiosques, para viagem, e até em embalagem industrializada. E, quanto mais escasso, mais caro fica o produto.
Ambientalistas condenam a prática e buscam soluções, como por exemplo, optar por restaurantes que sirvam o sushi preparado outro peixe, de mesma textura e sabor. Em São Francisco, nos Estados Unidos, há um exemplo.
Empresários reconhecem que futuras gerações ficarão sem o atum. Pescadores, como os australianos, já estão desenvolvendo a criação da espécie em cativeiro, que acreditam ser o futuro.
Alguns pescadores de Oma, no Japão, respeitam mais os limites. Pescam um de cada vez, e apenas com rede.
A mensagem é clara: a mudança tem que começar agora e só será possível se todos, pescadores, exportadores e consumidores, fizerem sua parte. A sustentabilidade em primeiro lugar.


Avaliação: ***

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Ruas da Memória (Calles de la Memoria)

País: Argentina
Ano: 2013
Gênero: Documentário
Duração: 65 min
Direção: Carmen Guarini
Elenco: -

Sinopse: o filme reflete sobre a busca da memória dos anos de terror vividos durante a ditadura militar na Argentina, através das lajotas que estão colocadas nas calçadas da cidade de Buenos Aires em homenagem a militantes políticos desaparecidos.

Crítica:

Avaliação: a conferir

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Ocupa Wall Street (99% The Occupy Wall Street)

País: EUA
Ano: 2013
Gênero: Documentário
Duração: 97 min
Direção: Audrey Ewell, Aaron Aites, Lucian Read e Ninia Krstic
Elenco: -

Sinopse: um retrato do movimento Ocupe Wall Street, criado em 2011, como protesto contra a desigualdade econômica e social e contra a corrupção. O filme acompanha de histórias pessoais à abordagem de questões de imagem, apoiadores, participantes e críticos e lança luz sobre os motivos que fizeram com que o movimento decolasse com tamanha força. O longa-metragem foi feito em colaboração por 99 cineastas de todos os Estados Unidos e contextualiza o movimento que varreu a América e chegou a vários países.

Crítica:

Avaliação: a conferir

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A Bela que Dorme (Bella Addormentata)

País: Itália/França
Ano: 2012
Gênero: Drama
Duração: 115 min
Direção: Marco Bellocchio
Elenco: Toni Servillo, Isabelle Huppert, Alba Rohrwacher, Michele Riondino, Maya Sansa e Pier Giorgio Bellocchio.

Sinopse: o novo filme de Marco Bellocchio faz uma exploração multifacetada da complexa questão da eutanásia, em resposta ao famoso e controverso caso de Eluana Englaro na Itália. Um senador tem de decidir se quer aprovar uma lei que vai contra a sua consciência e a linha de seu partido, enquanto sua filha Maria, uma ativista de um movimento pró-vida, protesta na porta da clínica na qual Eluana está sendo tratada. Ao lado de seu irmão, Roberto é um militante laico, um opositor por quem Maria se apaixona. Em outra parte, uma grande atriz procura por sua fé e um milagre para salvar a filha, que está em coma irreversível há anos, e por quem ela sacrificou sua relação com o outro filho. Por fim, a desesperada Rossa quer morrer, mas um jovem médico chamado Pallido opõe-se radicalmente ao seu suicídio. Essas histórias convergentes são conectadas por uma reflexão sobre o sentido da vida.

Crítica: o filme é mal executado do início ao fim. O diretor tentou fazer algo 'cult' sobre o tema eutanásia e a tentativa foi um desastre. Na trama, três distintas histórias de mulheres – duas lutando pela vida, vivendo em estado vegetativo e outra, que não vê sentido na vida, vendo como única saída o suicídio.
Os cortes, as atuações, os diálogos, tudo é confuso. Não há uma narrativa que consiga envolver o espectador num filme que parece um ensaio de teatro. Nem Isabelle Huppert (ótima atriz francesa) salva, mesmo porque seu papel é pequeno na história. Até as posições da igreja, da política e da sociedade em si na discussão sobre eutanásia são apresentadas de forma ineficiente e rasa.
O roteiro tinha em mente mostrar como a vida é incerta, mas foi o longa-metragem que se mostrou assim, completamente equivocado.
O melhor momento é o final, já que finalmente podemos ir para casa e esquecer um trabalho tão ruim.


Avaliação: *

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Antes da Meia Noite (Before Midnigth)

País: EUA/Grécia
Ano: 2013
Gênero: Romance
Duração: 98 min
Direção: Richard Linklater
Elenco: Julie Delpy, Ethan Hawke e Seamus Davey-Fitzpatrick.

Sinopse: nove anos após os eventos de Antes do Pôr-do-sol, Jesse (Ethan Hawke) e Celine (Julie Delpy) vivem juntos em Paris, ao lado das filhas gêmeas que tiveram. Ele busca sempre manter contato com Hank (Seamus Davey-Fitzpatrick), o filho adolescente que teve com a ex-esposa e que vive em Chicago com a mãe. Quando o casal resolve ir à Grécia com as filhas, Jesse decide também convidar Hank para a viagem. Neste contexto, Jesse segue tentando se tornar um romancista de sucesso, enquanto que Celine considera seriamente a possibilidade de aceitar um emprego junto ao governo francês.

Crítica: como no anterior ‘Antes do Pôr do Sol’, a força do filme está nos diálogos prolíficos que se estendem por longas tomadas. Antes da Meia Noite é o terceiro longa da trilogia iniciada em 1995 com ‘Antes do Amanhecer’, onde fomos apresentados pela primeira vez ao casal formado pelo americano Jesse (Ethan Hawke) e a francesa Cèline (Julie Delpy), que se conheceram num trem na Europa.
Antes da Meia Noite começa com Jesse deixando um aeroporto depois de embarcar o filho para os Estados Unidos e caminhando até um carro. Em pé, encostada na porta do passageiro está uma mulher loira. Não é uma mulher qualquer, é Cèline que o aguarda. Se em Antes do Pôr do Sol a pergunta-chave era se o amor pode sobreviver a um longo tempo de ausência, em Antes da Meia Noite o questionamento é oposto: Pode o amor sobreviver a um longo período de convivência?
Nenhum dos filmes flerta com a realidade como este terceiro. O romantismo aqui deu espaço à rotina. Sim, eles continuam a travar diálogos extensos e cheios de entrosamento e sinceridade, mas havia nos filmes anteriores um quê de inocência. Em Antes da Meia Noite as conversas mudam de tom e ganham uma comunicação mais afiada e amarga, pontuada de críticas mútuas e acusações.
A relação de Jesse e Cèline amadureceu e, talvez, numa relação, isso signifique conduzi-la para um inevitável desgaste. Uma coisa é certa, a história de ambos ao longo desses anos não foi um conto de fadas como o livro que Jesse escreveu sobre os dois fez imaginar seus leitores.
Uma sequência em especial entristece quem acompanhou a história desse casal nas telas. Mesmo quem não viu os filmes anteriores é capaz de sentir a tensão dramática do momento pela excelente encenação dos atores, sempre em sintonia. O casal vai para um quarto de hotel passar a noite enquanto amigos cuidam de suas filhas. Momento incomum na vida cotidiana deles que se transforma em verdadeiro inferno motivado por insinuações e algumas revelações. Entre uma e outra – e isso é corriqueiro no "inferno dos relacionamentos" –, alguém solta uma farpa mais delgada, que fere mais e machuca de verdade. Se serão capazes de se recuperar das feridas, bem, isso você só saberá assistindo ao filme. O amor não é um mar de rosas, é a vida real, mas nela sempre há esperança.


Avaliação: ****

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domingo, 23 de junho de 2013

Sete Caixas Paraguaias (7 Cajas)

País: Paraguai
Ano: 2012
Gênero: Drama
Duração: 100 min
Direção: Juan Carlos Maneglia e Tana Schémbori
Elenco: Celso Franco

Sinopse: Assunção, Paraguai. Víctor, um carreteiro de 17 anos, se distrai imaginando ser famoso e admirado na televisão de uma loja de DVD's em pleno Mercado 4, o que causa a perda de um cliente para outro carreteiro que se adiantou. O mundo do mercado é hostil, competitivo e há milhares como ele esperando levar as compras dos clientes em troca de uma pequena remuneração. Victor entende que precisa se mexer para conseguir algum dinheiro nesse dia. Então recebe uma proposta incomum, transportar 7 caixas, cujo conteúdo ele desconhece, em troca de uma nota rasgada de 100 dólares.

Crítica: de início, já garanto que o filme é imperdível. Todo filmado no Mercado 4, uma das feiras mais movimentadas de Assunção, o enredo bem construído dá vida a todos os seus personagens.
O ritmo da trama é frenético e retrata a vida dos “carreteiros”, entregadores de produtos para os comerciantes que vendem seus artigos para os milhares de consumidores que se amontoam no mercado.
Com uma história simples, porém com uma trama que ganha ares de complexidade graças à criatividade do roteirista, produtor e diretor, tudo gira em torno de Victor que aceita levar uma entrega (7 caixas), sem saber do que se trata, recebendo como garantia de pagamento metade de uma nota de US$ 100 rasgada.  
A partir daí, tudo vai acontecer e nada é previsível. Além do talento da equipe de direção, que é indiscutível, os atores (maioria, de teatro, e outros amadores que realmente trabalham no mercado) são espetaculares.
O filme é falado em guarani com um pouco de espanhol e foi sucesso no país de origem, com 330.000 espectadores. O recorde até então era do ‘Marca Paraguaia’, de 2006.
Segundo os diretores, filmar no mercado foi um desafio, devido à enorme quantidade de pessoas que frequentam o local e ao barulho, mas esse cenário acabou contribuindo para tornar as situações mais reais ainda.
Uma obra de baixo custo, com poucos atores, produção simples e, no entanto, uma trama totalmente inteligente, eletrizante, inesperada.
No final da exibição, todo mundo levantou e aplaudiu de pé, o que significa que também será um sucesso no Brasil. Fazia tempo que não via esse tipo de manifestação no cinema.


Avaliação: ****

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Um Voo Especial (Vol Spécial)

País: Suíça/França
Ano: 2011
Gênero: Documentário
Duração: 103 min
Direção: Fernand Melgar
Elenco: -

Sinopse: a Suíça ainda hoje realiza voos especiais, onde os passageiros são acorrentados a seus assentos. Eles são acompanhados por policiais e oficiais de imigração e estão sendo devolvidos a seus países de origem, de onde muitos saíram há mais de 20 anos e onde suas vidas podem estar em perigo. Crianças, mulheres e trabalho são deixados para trás na Suíça. Perto de Genebra, na prisão Frambois, vivem 25 imigrantes ilegais à espera de deportação. A eles é oferecida a oportunidade de dizer adeus às suas famílias e voltar para seus países de origem em um voo regular, escoltado por policiais à paisana da polícia. Se eles recusarem a oferta, a viagem é organizada rápida e inesperadamente. As histórias são comoventes.

Crítica: ao ler a sinopse, o assunto realmente me chamou a atenção e o documentário não decepciona. Mostra uma situação pouco conhecida por quem não mora na Suíça, país tão conhecido por sua diplomacia e neutralidade. Esse comportamento não é tão completo quando o assunto é imigração.
Uma casa-cadeia, localizada próxima ao aeroporto de Genebra, o que não deve ser pura casualidade, abriga vários ‘residentes’ – palavra utilizada pelos funcionários que não gostam de chamá-los de detentos, o que na verdade são. Afinal, grande parte está ali há mais de um ano, com um breve período para ir ao pátio, praticar esportes e receber visitas familiares. Eles têm alimentação (basta pedir o ingrediente para prepararem sua própria refeição), uma sala de ginástica e uma área de lazer para jogos e outra para fazer reuniões.
Nesse dia-a-dia, são mostrados os dramas de alguns deles que alegam ter vivido já há tanto tempo na Suíça que nem sequer considerem o país onde nasceram como um local para voltar. Outros contestam que sempre pagaram impostos, contribuíram par ao país, formaram famílias.
Não são criminosos, apenas foram descobertos por pequenas falhas, como a falta de um adesivo de estacionamento ou documento. Um deles consegue a liberação, mas o restante é mandado de volta para o lugar de origem ou ficam aguardando serem deportados a qualquer momento. Essa espera os aflige a ponto de alguns chorarem de desespero. E, para nós, espectadores, é difícil entender as leis suíças.
Há um dia em cinco são enviados de uma vez só nos tais voos especiais. O processo só é interrompido quando um outro voo, organizado por outra prisão, dá errado. Um detento morre durante o trajeto por asfixia. A notícia vai parar na mídia e são levantados questionamentos sobre as condições da viagem, de como são tratados, já que são algemados, acorrentados (pernas) e presos com bandagens, como se usassem uma camisa de força.
O filme é um alerta para o respeito e dignidade humana e o preconceito, infelizmente, enraizado em muitas pessoas.  


Avaliação: ***

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A Culpa do Cordeiro

País: Uruguai
Ano: 2012
Gênero: Drama
Duração: 81 min
Direção: Gabriel Drak
Elenco: Ricardo Couto, Susana Groisman, Rogelio Gracia, Lucia David de Lima, Mateo Chiarino, Andrea Vila, Agustin Rodriguez, Mariana Olivera, Ernesto Liotti e Paula Drak.

Sinopse: Jorge e Elena são casados há mais de trinta anos. À luz da recente aposentadoria de Jorge, eles planejam algumas mudanças em suas vidas. Para contar as novidades, eles convidam seus quatro filhos para um churrasco no lugar onde todos os importantes eventos da família acontecem: uma linda fazenda perto do mar. A tranquila manhã de domingo é pontuada pela chegada dos convidados, mas conforme o tempo e os drinks passam, segredos de família são revelados e nada mais será como antes. E sempre haverá tempo para mais surpresas.

Crítica: a trama, à la francesa, traz conflitos familiares para a mesa. Os segredos começam a ser revelados por Jorge, o patriarca. Sarcasmo e amargura marcam os diálogos que se tornam cada vez mais pungentes. Ninguém fica ileso, nem ele mesmo.
A trama, apesar de não ser inovadora, até é interessante. Mas as atuações soam pouco convincentes a fim de conduzir o espectador junto nessa avalanche de revelações, pontuadas de denúncias e acusações que envolvem fraudes, drogas, gravidez, traições, e muito mais.  


Avaliação: **

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Uma Primavera com Minha Mãe (Quelques Heures de Printemps)

País: França
Ano: 2012
Gênero: Drama
Duração: 93 min
Direção: Stéphane Brizé
Elenco: Vincent Lindon, Hélène Vincent e Emmanuelle Seigner.

Sinopse: aos 48 anos, o caminhoneiro Alain Evrard (Vincent Lindon) acaba de sair da prisão e volta a morar com a mãe (Hélène Vincent). Uma convivência forçada que o faz reviver toda a violência do passado. Um dia, acidentalmente, ele descobre que a mãe tem um tumor no cérebro e decidiu encurtar seu sofrimento e recorrer a um suicídio assistido na Suíça.

Crítica: o tema polêmico, eutanásia, é abordado a partir da difícil relação entre mãe e filho, personagens bem interpretados por Hélène Vincent e Vincent Lindon. Hélène está muito segura no papel e convence ao sentir a falta do filho, a viuvez (foi casada por 45 anos) e a sofrer com a doença terminal.
O relacionamento entre os dois é frio e distante. Os 18 meses em que Alain esteve preso por ser pego transportando droga em seu caminhão os afastaram. Além disso, o retorno ao mercado de trabalho e iniciar um novo relacionamento amoroso o afligem.
Mas seus problemas são pequenos se comparados ao de sua mãe, o que ele demora a entender. Um simpático vizinho é quem tenta conciliá-los, já que o fim está perto.
A decisão do suicídio assistido já está tomada e ele terá que respeitá-la.


Avaliação: ***

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Workers

País: México/Alemanha
Ano: 2013
Gênero: Drama
Duração: 120 min
Direção: José Luis Valle
Elenco: Susana Salazar e Jesús Padilla.

Sinopse: Rafael e Lídia viveram uma história de amor no passado e continuam ligados pela memória de um filho morto. Ele, depois de toda uma vida de trabalho numa fábrica em Tijuana, descobre que por um erro de papelada não conseguirá sua tão sonhada aposentadoria. Ela fica sabendo que, depois de décadas como empregada de uma grande casa, sua patroa ao morrer deixou toda sua herança para o cachorro e só no caso de morte do animal o dinheiro passará às mãos dos empregados. Do seu jeito e em silêncio, ambos começaram uma luta: ele contra a empresa; ela contra o cachorro. Curiosamente, são lutas que não se veem.

Crítica: a história de pessoas simples que estão acostumadas com o rumo das vidas ao seu redor: patrões ricos que dão ordens e ganham cada vez mais dinheiro e pobres que trabalham, trabalham, e estão sempre pobres.
Nesse mundo, o filme retrata o dia em que tudo pode mudar, em que a dignidade precisa falar mais alto. O diferencial da trama é que as lutas são silenciosas (só passamos a saber toda a verdade ao final e, ainda, com algumas surpresas inesperadas) e, apesar de diferentes, almejam o mesmo: esperança.
Os personagens singelos cativam o espectador. Um funcionário que não sabe ler e trabalha por 30 anos em uma fábrica em qualquer reconhecimento; uma doméstica dedicada que tem menos valor que o cachorro de sua patroa.
As situações são hilárias, mas, sobretudo, críticas e fazem um alerta para a importância de todos sermos tratados como seres humanos.  


Avaliação: ***

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A Casa Vermelha (The Red House)

País: Nova Zelândia
Ano: 2012
Gênero: Drama
Duração: 82 min
Direção: Alyx Duncan
Elenco: -

Sinopse: “Sua casa é o lugar de onde você vem ou o que você carrega dentro de si onde quer que vá?” Esta é a essência do drama que mostra a vida de um casal na faixa dos 60 anos de idade. Lee é um ativista experiente ainda ligado a fazer planejamentos locais. Jia é uma refugiada chinesa. Eles se conheceram 20 anos antes. Agora, ela deve voltar à China, para ver seus parentes idosos, que ainda vivem no apartamento em que ela cresceu, numa cidade que mudou muito desde que ela foi embora. O filme acompanha a viagem deste casal pelo mundo e por aquilo que eles criaram para si, a casa vermelha no mato, cheia de livros e memórias.

Crítica: a vida do casal é contada, resumidamente, e narrada em off na maior parte do filme. São relatos de como se conheceram, do que consideram o amor, do que mais gostam na pessoa amada, das lutas travadas com o passado, de lembranças que se apagam e outras não.
Contam, sobretudo, como o tempo passa rápido e deixa marcas. É tocante quando Jia descreve que, ao abandonar a China, comunicava-se com seus pais por carta somente. Quando os ouviu por telefone, ficou surpresa, não só pelo fato de poder ouvi-los, mas pela voz deles. Percebera que eles tinham envelhecido.
Depois de tantos anos, precisa regressar ao país que nasceu para cuidar deles. Lee vai em seguida. Nesse intervalo que estiveram separados, se comunicam por telefone ou via Skype trocando confidências.  
Lee faz um balanço do que fez da sua vida e para as pessoas. Jia não sabe dizer como aconteceu a oportunidade de ir à Nova Zelândia. Simplesmente foi. Também achava que jamais amaria de novo. Seu marido faleceu na fábrica em que trabalhava na China. Jia, então, recebe uma proposta para trabalhar lá. Mas a dor na perda é insuportável. É quando decide partir com seu filho, sem saber exatamente para onde, apenas tendo a certeza de que tinha que ir para algum lugar. É quando Lee surge em sua vida. Jia acredita que a vida seja isso, viver cada dia, seguindo adiante, e vendo a beleza em tudo o que lhe é ofertado.   


Avaliação: ***

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O Chefe (The Major)

País: Rússia
Ano: 2013
Gênero: Drama
Duração: 80 min
Direção: Yuri Bykov
Elenco: -

Sinopse: em um dia gelado de inverno, Sergey Sobolev, um major da polícia local, dirige para o hospital onde sua mulher está prestes a dar à luz. Feliz, ele dirige em alta velocidade e acaba atropelando e matando um garoto que atravessa a faixa de pedestres. Agora, só há duas alternativas: ir para a prisão ou ocultar o crime.

Crítica: o filme é uma dura crítica ao sistema policial vigente no país, onde as regras só são aplicáveis a alguns.
Ao cometer o erro de atropelar uma criança, Sergey, recorre a seus amigos, mas sem pensar nas consequências. Tudo se complica com o envolvimento do seu amigo ao obrigar a mãe a assinar um documento atestando que o motorista não estava correndo e que ela havia consumido bebida alcoólica antes do acidente. O seu marido a acompanha na delegacia e não se conforma com o que presencia. Para piorar, é espancado por um policial, colega de Sergey. Revoltado, o marido retorna ao local e nada mais será o mesmo.
O chefe da polícia precisa a todo custo evitar que isso chegue à imprensa, aos tribunais e aos seus superiores. Nessa jornada, Sergey se arrepende, mas já é tarde demais.
Tenso e sombrio, o filme é bem produzido, com exceção de algumas cenas na delegacia que ficaram um pouco amadoras.
A trama retrata a cruel realidade da vida: do que o homem é capaz de fazer por poder.


Avaliação: ***

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sexta-feira, 21 de junho de 2013

Alto como uma Árvore de Baobá (Tall as the Baobab Tree)

País: Senegal/ EUA
Ano: 2012
Gênero: Drama
Duração: 82 min
Direção: Jeremy Teicher
Elenco: -

Sinopse: em uma isolada vila na zona rural do Senegal, na África, uma adolescente elabora um plano secreto para resgatar e impedir o casamento da irmã, de apenas 11 anos de idade, que foi prometida pelos pais.

Crítica: o tema – casamento arranjado de crianças – por si só já chamaria a atenção do público. Mas, além disso, a produção do filme impressiona.
Fotografia bela, narrativa dinâmica e um roteiro bem amarrado que preza por retratar a realidade dura e crua das tradições ainda mantidas acima de tudo.
Na família senegalês, são 5 pessoas: pai, mãe e 3 filhos (duas meninas e um menino). Siele é o filho que não estudou e cuida das vacas para o pai até o dia em que se machuca seriamente ao cair de uma árvore.
Isso coincide com o retorno de Coumba e Debo (as irmãs, mais velha e mais nova, respectivamente) à aldeia. Elas estavam estudando na cidade. Coumba passou nos exames e tem planos para prosseguir e deseja o mesmo para sua irmã. No entanto, o tratamento para curar Siele é caro e o pai só vê uma forma de conseguir dinheiro: casando a irmã mais nova que, segundo ele, ainda não está encaminhada.
A partir daí, Coumba (bastante convincente no papel), que adora a irmã, começa uma corrida desesperada para protegê-la a fim de permitir que Debo também estude até a faculdade.
O irmão, que não estudou, também apoia as irmãs. A mãe não se interfere nos ‘negócios do pai’ e este sempre ouve o ancião da aldeia.   
Nada parece impedir os esforços de Coumba que busca ajuda de um ex-professor e de um amigo. Mas nem tudo sai como ela planeja.
Vale a pena conferir!


Avaliação: ***

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Voando com a Garça (Fly with the Crane)

País: China
Ano: 2012
Gênero: Drama
Duração: 99 min
Direção: Li Ruijun
Elenco: -

Sinopse: o velho Ma acredita que grous broncos levam os corpos dos mortos para o paraíso e está completamente assustado com a ideia de ser cremado depois de morto. Quando o governo implementa a prática de cremação, ele procura a ajuda de seus netos.

Crítica: o filme aborda, de forma sutil e às vezes, simbólica e poética, o abandono das tradições e as mudanças impostas pelo ‘progresso’ que atingem até os vilarejos mais remotos na China. A devastação de plantações, a extinção de aves e corpos sendo desenterrados, já que a ordem agora é cremar os corpos.
Com uma população extremamente numerosa, não há como enterrar todos no país, logo a cremação é uma saída para o problema. Mas essa solução não é bem vista, sobretudo pelos mais idosos que dizem que “antigamente, a cremação era para pessoas que morriam jovens ou em algum acidente”. Algumas famílias insistem no enterro e o fazem secretamente.
O simpático vovô Ma divide-se entre a casa dos dois filhos, com receio de ser levado para o lugar onde os corpos são cremados, afinal, com 73 anos, já está perto de partir. Seu desejo de ser enterrado e não cremado é tão grande que passa a falar disso com os netos, que são ironicamente os que ajudarão. Com uma atitude pueril e ingênua e um jeito todo especial de falar, ele os convence a dar um fim ao que tanto o incomoda.


Avaliação: ***

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Miguel de San Miguel

País: Chile
Ano: 2012
Gênero: Biografia, drama
Duração: 80 min
Direção: Matías Cruz
Elenco: Eduardo Fernandez, Diego Boggioni e Maurício Vaca.

Sinopse: Miguel Tapia é um jovem que acaba de entrar no ensino médio. O Chile está em plena ditadura militar e para ele e seus amigos não há um futuro esplendoroso. A universidade e a prosperidade são para outros. Mas Miguel só se interessa por uma coisa: formar uma banda de rock. Baseada na vida do baterista de Los Prisioneros, esta é a pré-história de uma banda que muito mais tarde seria a voz de toda uma geração.

Crítica: por ser biografia, acabamos perdoando os erros do filme, como por exemplo, a produção técnica.
As imagens são em preto e branco, mas os recursos utilizados e as atuações amadoras (em geral) dão uma aparência novelesca ao longa-metragem.
A história também não flui muito, ficando um pouco amarrada a detalhes ou fatos que poderiam ter sido omitidos da edição final.
Em suma, conta como surgiu a banda e as dificuldades pelas quais seus integrantes tiveram que passar, em meio ao final da ditadura chilena. Esse aspecto é abordado de forma bem superficial.


Avaliação: **

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Toque de Luz (Touch of Light)

País: Taiwan
Ano: 2012
Gênero: Drama
Duração: 110 min
Direção: Chang Jung-chi
Elenco: Huang Yu-Siang, Sandrine Pinna, Lee Lieh e Sheu Fang-Yi.

Sinopse: o pianista cego Huang Yu-Siang protagoniza sua própria história no filme de estreia de Chang Jung-chi. Siang é um prodígio do piano que nasceu com deficiência visual na área rural de Taiwan. A narrativa ficcional acompanha sua entrada na universidade para estudar música e o confronto com colegas e desafios. Por outro lado, a bela Jie trabalha como vendedora de chá e sonha em se tornar uma dançarina. O encontro entre os dois acende uma chama em Siang (que se apaixona pela voz suave de Jie) e pode libertar os dois de suas prisões.

Crítica: as atuações, sobretudo de Siang que é realmente cego, são o ponto forte desse filme chinês com bela produção e uma história empolgante.
Narra as dificuldades de duas pessoas que parecem não ser vistas por ninguém. O encontro entre elas é, com certeza, libertador e comovente.
A trilha sonora é adequada e a falha maior fica apenas por conta do exagero no melodrama em algumas cenas. Perto do desfecho, quando os protagonistas começam a fazer o que realmente desejam, a direção opta por mesclar imagens anteriores, como uma lembrança dos desafios que enfrentaram, e isso pesa. A mensagem é forte e evidente, sem necessidade de repeti-la.
Mas, no geral, a trama cativa o espectador e mescla, com sabedoria, humor e drama. No quesito humor, destaque para o colega de quarto de Siang. E vale lembrar que é o primeiro filme do cineasta.


Avaliação: ***

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Paisagens Devoradas (Paisajes Devorados)

País: Argentina
Ano: 2012
Gênero: Suspense
Duração: 75 min
Direção: Eliseo Subiela
Elenco: Fernando Birri, Luz Subiela, Juan Manuel López Baio e Araceli Sangronis.

Sinopse: um “falso documentário” que mostra a investigação que levam a cabo três jovens estudantes de cinema sobre um suposto veterano diretor de cinema, alojado num hospital psiquiátrico. O homem é um misterioso e pitoresco personagem octogenário (Fernando Birri), cuja identidade coincide com a de um diretor dos anos 1960 de quem não se teve mais notícias, após um confuso episódio no qual faleceu sua esposa.

Crítica: criatividade não falta aos argentinos, quando o assunto é cinema. Aqui, eles dão outra prova de como é possível fazer um bom filme a partir de uma ideia simples e, melhor, transformar isso, em reflexões profundas.
Tendo como pano de fundo o trabalho de um cineasta, três jovens acabam trilhando outros caminhos que os levam a outros questionamentos e conclusões sobre a vida e o ser humano. Em meio a entrevistas e filmagens, o documentário que estão filmando ganha um novo rumo.
Fernando Birri (diretor, ator e escritor) é espetacular na pele do seu personagem e suas declarações são janelas que se abrem. O que realmente importa? O que somos? O que fazemos? O que é arte? O que é a vida?
Há diversos momentos emocionantes. Dentre eles, há um em que os estudantes o tiram do hospital onde vive e o levam para ver um filme 3D. Nunca tendo visto aquilo, achou espetacular e questiona: “Não seria melhor ainda se nós pudéssemos entrar na tela e fazer parte daquela ilusão? Afinal, a função do cinema é entreter, fazer rir, fazer chorar, é tirar o público da realidade, fazer com que ele se esqueça de tudo.”


Avaliação: ****

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Blancanieves

País: Espanha
Ano: 2012
Gênero: Drama
Duração: 104 min
Direção: Pablo Berger
Elenco: Maribel Verdú, Daniel Giménez Cacho, Ángela Molina, Sofía Oria, Macarena García, Inma Cuesta, Emilio Gavira, Josep Maria Pou, Pere Ponce, Carlos Lasarte e Ignacio Mateos.

Sinopse: era uma vez uma menina que nunca conheceu sua mãe. Aprendeu a arte de seu pai, um famoso toureiro, mas era odiada por sua malvada madrasta. Um dia, fugiu com uma companhia de anões e se transformou numa lenda. Ambientado no sul da Espanha, nos anos 1920, o filme é um tributo ao cinema mudo.

Crítica: Charles Chaplin, se hoje estivesse vivo, não acreditaria que filmes mudos ainda levam plateias ao cinema. Depois do aclamado e vencedor do Oscar, o filme francês “O Artista”, agora é a vez de a Espanha realizar o seu belíssimo mudo.
Ambientado nos anos 20 e todo filmado em preto e branco, a adequação da história infantil da ‘Branca de Neve’ é feita com originalidade, criatividade e muita competência, ressaltando os elementos tradicionais do país: a tourada e o flamenco.
A protagonista é Carmen (Sofía Oria e Macarena García, criança e adulta respectivamente), uma bela jovem com uma infância dramática e atormentada pela sua terrível madrasta Encarna (interpretada com veemência por Maribel Verdú). Ao fugir, Carmen encontra novos amigos – anões toureiros – e parte numa viagem apaixonante. Nessa jornada, as sequências filmadas são belíssimas.
Seguindo o clássico, Encarna é verdadeiramente maldosa mesmo que o filme tenha tendência a ridicularizá-la em certos momentos, e a maçã não poderia faltar. Os anões, ainda que toureiros, estão lá, mas são apenas seis.
A fotografia é perfeita ao acompanhar o tom sombrio da trama, com destaque para a performance da atriz Sofía Oría (Carmen Criança) e de sua avó (Ângela Molina).
O desfecho surpreende e merece aplausos do público.

Curiosidade: premiado com dez prêmios Goya, incluindo Melhor Filme e atores, além de ter sido selecionado para o Oscar 2012.


Avaliação: ****

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Tese sobre um Homicídio (Tesis sobre un Homicidio)

País: Argentina
Ano: 2013
Gênero: Suspense
Duração: 105 min
Direção: Hermán Goldfrid
Elenco: Ricardo Darín, Alberto Ammann, Arturo Puig e Calu Rivero.

Sinopse: Roberto Bermudez (Ricardo Darín) é um especialista em Direito criminal cuja vida se torna num caos quando ele se convence de que Gonzalo (Alberto Ammann), um de seus melhores alunos, cometeu um assassinato brutal em frente à Faculdade de Direito. Determinado a descobrir a verdade, começa uma investigação pessoal que logo vira uma obsessão e o leva inevitavelmente a lugares sombrios.

Crítica: mais um suspense argentino que tem Ricardo Darín como protagonista. O último “O Segredo dos seus Olhos” levou o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro de 2010 e o Prêmio Goya de Melhor Filme do Ano.
O mistério é, com certeza, o ponto alto da trama. O enredo, bem conduzido, intriga o espectador a cada nova descoberta e a cada novo passo em relação à verdade. Ou será apenas imaginação? O desfecho deixa essa dúvida no ar.
A atuação de Alberto Ammann, como Gonzalo, é que deixa a desejar, sobretudo quando se compara com a performance sempre sublime de Darín.


Avaliação: ***

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Comer, Dormir e Morrer (Eat, Sleep, Die)

País: Suécia
Ano: 2012
Gênero: Drama
Duração: 100 min
Direção: Gabriela Pichler
Elenco: Nermina Lukac, Milan Dragisic, Jonathan Lampinen, Peter Fält e Ruzica Pichler.

Sinopse: conta a história da jovem Rasa, de origem muçulmana, que tem 20 anos de idade e vive com o pai doente em uma pequena cidade no sul da Suécia. Raša trabalha em uma fábrica local, mas quando a fábrica reduz seu pessoal, ela perde o emprego. O filme então segue sua luta para encontrar um novo emprego e cuidar de seu pai ao mesmo tempo.

Crítica: como é bom assistir a uma história simples, bem contada e comovente! Isso é cinema.
Atores desconhecidos, mas de talento inquestionável. A atriz montenegrina, Nermina Lukac,  dá um show de interpretação vivendo a jovem Rasa.
Sua luta por um novo trabalho é penosa e torcemos para seu personagem, que poderia ser qualquer um de nós. Diálogos apropriados e situações bastante realistas são importantes aspectos que auxiliam na naturalidade da trama.
Vale a pena ficar atento a cada minuto do filme.  


Avaliação: ***

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