Antes da Meia Noite (Before Midnigth)
País: EUA/Grécia
Ano: 2013
Gênero: Romance
Duração: 98 min
Direção: Richard Linklater
Elenco: Julie Delpy, Ethan Hawke e
Seamus Davey-Fitzpatrick.
Sinopse: nove anos após os eventos de
Antes do Pôr-do-sol, Jesse (Ethan Hawke) e Celine (Julie Delpy) vivem juntos em
Paris, ao lado das filhas gêmeas que tiveram. Ele busca sempre manter contato
com Hank (Seamus Davey-Fitzpatrick), o filho adolescente que teve com a
ex-esposa e que vive em Chicago com a mãe. Quando o casal resolve ir à Grécia
com as filhas, Jesse decide também convidar Hank para a viagem. Neste contexto,
Jesse segue tentando se tornar um romancista de sucesso, enquanto que Celine
considera seriamente a possibilidade de aceitar um emprego junto ao governo
francês.
Crítica: como no anterior ‘Antes do Pôr do Sol’, a força
do filme está nos diálogos prolíficos que se estendem por longas tomadas. Antes
da Meia Noite é o terceiro longa da trilogia iniciada em 1995 com ‘Antes do
Amanhecer’, onde fomos apresentados pela primeira vez ao casal formado pelo
americano Jesse (Ethan Hawke) e a francesa Cèline (Julie Delpy), que se
conheceram num trem na Europa.
Antes da Meia Noite começa
com Jesse deixando um aeroporto depois de embarcar o filho para os Estados
Unidos e caminhando até um carro. Em pé, encostada na porta do passageiro está
uma mulher loira. Não é uma mulher qualquer, é Cèline que o aguarda. Se em
Antes do Pôr do Sol a pergunta-chave era se o amor pode sobreviver a um longo
tempo de ausência, em Antes da Meia Noite o questionamento é oposto: Pode o
amor sobreviver a um longo período de convivência?
Nenhum dos filmes flerta
com a realidade como este terceiro. O romantismo aqui deu espaço à rotina. Sim,
eles continuam a travar diálogos extensos e cheios de entrosamento e sinceridade,
mas havia nos filmes anteriores um quê de inocência. Em Antes da Meia Noite as conversas
mudam de tom e ganham uma comunicação mais afiada e amarga, pontuada de críticas
mútuas e acusações.
A relação de Jesse e Cèline
amadureceu e, talvez, numa relação, isso signifique conduzi-la para um
inevitável desgaste. Uma coisa é certa, a história de ambos ao longo desses
anos não foi um conto de fadas como o livro que Jesse escreveu sobre os dois
fez imaginar seus leitores.
Uma sequência em especial entristece
quem acompanhou a história desse casal nas telas. Mesmo quem não viu os filmes
anteriores é capaz de sentir a tensão dramática do momento pela excelente encenação
dos atores, sempre em sintonia. O casal vai para um quarto de hotel passar a
noite enquanto amigos cuidam de suas filhas. Momento incomum na vida cotidiana deles
que se transforma em verdadeiro inferno motivado por insinuações e algumas
revelações. Entre uma e outra – e isso é corriqueiro no "inferno dos
relacionamentos" –, alguém solta uma farpa mais delgada, que fere mais e
machuca de verdade. Se serão capazes de se recuperar das feridas, bem, isso
você só saberá assistindo ao filme. O amor não é um mar de rosas, é a vida
real, mas nela sempre há esperança.
Avaliação:
****
0 comentários:
Postar um comentário