Uivo (Howl)
País: EUA
Ano: 2010
Gênero: Drama
Duração: 84 min
Direção: Rob Epstein e Jeffrey
Friedman
Elenco: James Franco, Mary-Louise
Parker, David Strathairn, Jon Hamm, Jeff Daniels e Alessandro Nivola.
Sinopse: retrata um trecho da vida de
Allen Ginsberg (James Franco), um dos poetas do movimento beat norte-americano,
e seu poema Howl que, em 1957, foi publicado e apreendido pela polícia, por ser
considerado obsceno. O editor responsável pela publicação foi levado a
julgamento.
Crítica: Allen Ginsberg é um dos
poetas do movimento beat norte-americano, que privilegiou uma forma de tentar
retratar a realidade como ela é, sem pudores e procurando mostrar a liberdade,
a loucura e o espírito errante de algumas pessoas.
No filme, o poema Howl que dá título ao longa, é o
ponto de partida para a trama. Com criatividade e muito talento, os cineastas destrincharam
o texto e, de certa forma, seu autor por meio de recursos audiovisuais. A
animação está presente ilustrando alguns trechos da obra, simultaneamente à
leitura dos versos, feita por Ginsberg (interpretado com perfeição por James
Franco, protagonista de ‘127 Horas’).
O início é em preto-e-branco, o que dá um ar
documental ao filme e traz trechos de entrevistas de Ginsberg. Ali, conhecemos
o pensamento do autor e sua conturbada relação com os pais, amigos e a sua
homossexualidade.
Em outro nível, o mais interessante do filme, o poema
Howl é levado a julgamento. Em 1957, o poema foi publicado e apreendido pela
polícia, por ser considerado obsceno. O editor responsável pela publicação foi
levado a julgamento. No julgamento, o poema é dissecado, para que seja decidido
se ele possui relevância literária ou não, e se o autor poderia ter usado
outros termos menos obscenos. Nesse ponto, o filme parte para uma instigante
discussão, travada entre advogados e testemunhas, sobre como julgar a
relevância de um poema e sobre a liberdade artística. Essa abordagem de um
poema sendo julgado, ora defendido ora acusado, até o final onde se decidirá se
ele é inocente ou culpado, é um dos pontos mais originais (e surreais) do longa.
De forma intensa e profunda, o filme expõe esse autor,
homossexual, judeu, drogado, que viveu o estilo outsider e viajante de seus
amigos da geração beat (entre eles Neal Cassady – ou Dean Moriarty,
protagonista no filme "On the Road", de Walter Salles), mas também
alcançou um estilo de vida estável e o prestígio artístico.
Ao final, são mostradas fotos reais de Ginsberg e um
breve resumo cronológico de sua vida e da de seus amigos, após 1957.
Uma bela produção que deve ser vista.
Avaliação: ***
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