A Memória que me Contam
País: Brasil
Ano: 2013
Gênero: Drama
Duração: 95 min
Direção: Lúcia Murat
Elenco: Irene Ravache, Simone Spoladore e Franco Nero.
Sinopse: a ex-guerrilhera Ana, ícone
do movimento de esquerda, é o último elo entre um grupo de amigos que resistiu
à ditadura militar no Brasil. Com a iminente morte da amiga, eles se
reencontram na sala de espera de um hospital. Entre eles está Irene, uma
diretora de cinema que se sente perdida diante da iminente morte da amiga e que
precisa ainda lidar com a inesperada prisão de Paolo, seu marido, acusado de
ter matado duas pessoas em um atentado terrorista ocorrido décadas atrás na
Itália.
Crítica: o filme revisita a ditadura cuja trama tem
como ponto de partida a internação de Ana, ex-guerrilheira interpretada por
Simone Spoladore. A personagem é livremente inspirada em Vera Silvia Magalhães,
ex-guerrilheira que participou do sequestro do embaixador norte-americano no
Brasil em 1969 e que se tornou um ícone para a esquerda.
‘A Memória que me Contama é
bem conduzido e tecnicamente irrepreensível. Não é sobre a ditadura, mas sobre
pessoas que lutaram contra o regime, sobreviveram e hoje vivem num tempo
diferente, um país alheio às convicções que marcaram suas vidas no passado. No
longa, este choque de realidade é dado pelos personagens jovens, filhos desses
militantes do passado, que agora enxergam o mundo por sua ótica, de acordo com
suas realidades. Nossa geração já tem o direito de se expressar livremente,
enquanto que eles tiveram que pegar em armas ou lutar intelectualmente para
obter liberdade.
A obra inclusive não renega
os erros cometidos por quem se opunha ao regime. Num dos bons momentos do
filme, uma militante expõe um pensamento que pouco se leva à tona quando o
assunto são os anos de chumbo do Brasil. Muitos que lutavam contra a ditadura
queria substituí-la por outra, a ditadura do proletariado, que como se sabe
hoje, não deu certo em nenhum lugar do mundo.
No entanto, a falta de
naturalidade dos atores, seja pela atuação em si ou nos diálogos, não ajuda e o
espectador se distancia, ao invés de se envolver e se comover.
Aliás, artificialismo é
algo que prejudica os filmes brasileiros em geral. Poucos são elogiáveis quanto
a atuações de verdade.
Avaliação:
**
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